Recentemente, o ex-prefeito de Paulista, Ives Ribeiro, completou 65 anos. O atual prefeito, Júnior Matuto, que hoje já não mantém cordiais relações com Ives, passou pela festa rapidamente. Matuto, como todos sabem, nunca foi o nome da preferência de Ives para sucedê-lo, mas, como Matuto tinha uma excelente relação com o governador Eduardo Campos, seu nome acabou prevalecendo como candidato. O mais interessante nessa história é que Ives vem de duas gestões não muito bem-avaliadas pela população, entregando o município com uma série de problemas estruturais, o que está dificultando a gestão do atual prefeito. Como diria o ex-governador Paulo Guerra, em política tudo é possível e, em nome dos arranjos político, Ives Ribeiro tornou-se uma espécie de assessor especial do Palácio do Campo das Princesas. Júnior, dizem, até se esforça, mas os problemas do município permanecem. Algumas áreas nevrálgicas, como educação e saúde, continuam apresentando indicadores preocupantes, como postos sem atendimentos, escolas sucateadas, IDEB caindo pelas tabelas. Outro dia, num desabafo, numa crônica escrita pelos 78 anos de emancipação da cidade, escrevemos que Paulista parece ter dois tipos de políticos que ocupam a condição de gestores da cidade: os nativos, mas não comprometidos com os reais problemas reais da cidade e, os forasteiros, vinculados a esquemas políticos absolutamente alienígena, que transformaram o município apenas num curral eleitoral. Nossa cidade não merecia ser tão castigada por essas oligarquias políticas. Como em todo o Brasil, ali a esfera pública continua sendo um grande problema na cidade. Por décadas, Paulista foi um verdadeiro feudo da família Lundgren, dona das terras, das casas, das matas, da fábrica, da água, dos cinemas, do clube, do porto, da ferrovia, do campo de aviação. Hoje percebo como é complicado livrar-se desse estigma. Muito tem se falado na necessidade de preservação da memória histórica da cidade? Até entendo a preocupação de alguns nesse sentido, mas advogo que algumas lembranças seriam indesejáveis, como o longo período de poder exercido pela família Lundgren na cidade, marcado, como vocês sabem, por muita prepotência. Como bem lembrou o professor Durval Diniz, numa palestra recente na Fundação Joaquim Nabuco, quem "resgata" é corpo de bombeiro e, de fato, convém realizar uma "clivagem" bastante prudente sobre o que deve ser preservado da memória histórica do município. Sobre a herança dos Lundgrens, melhor seria promover um "assassinato simbólico".
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