sexta-feira, 6 de setembro de 2013
Tijolaço do Jolugue: A "ressaca" do Governo Eduardo Campos
Todos os políticos com mandato perderam bastante popularidade depois das manifestações que sacudiram o Brasil a partir do último mês de junho, prolongaram-se pelos meses seguintes, com a perspectiva de produzir-se "Setembro Negro" nas próximas horas, pelas previsões dos organizadores. Seria natural, em protestos que não apenas propuseram uma nova agenda de políticas públicas, mas, questionaram, igualmente, nosso frágil e ineficiente sistema de representação política. As pesquisas mais recentes do Instituto Datafolha ainda apontaram o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, como o mais popular do país, embora ele tenha perdido alguns pontinhos preciosos. Nos últimos meses, porém, uma série de fatores estão contribuindo para o desgaste do seu Governo, antes apresetado como um exemplo de competência e meritocracia. Esses fatores ora o atingem diretamente, ora estão relacionados à pessoas a ele ligadas, como o presidente da Assembléia Legislativa do Estado, Guilherme Uchoa, cujo advogado impôs uma censura prévia a três veículos de comunicação do Estado, que denunciavam possível favorecimento, através de sua filha, num processo de adoção de uma criança, onde um casal teria furado a fila. Guilherme Uchoa voltou atrás em sua decisão, mas o estrago já havia chegado aos jardins do Palácio do Campo das Princesas. Na realidade, esses fatos apenas estão contribuindo para abrir a caixa-preta do seu Governo Eduardo, muito bem camuflada pela pirotecnia de uma bem-sucedida campanha de marketing institucional. Se não, vejamos: Gradativamente a saúde está sendo entregue às chamadas organizações sociais - algumas delas comandadas por gente que integram o próprio Governo - o que caracteriza, primariamente, um processo de favorecimento; num Governo que fala em "meritocracia", é assombroso o número de terceirizados contratados e a admissão dos chamados DAS, ao tempo em que concursados aprovados esperam na fila para serem convocados; até não se tem comentado muito sobre a educação estadual, mas também não precisa, se consideramos o imbróglio em que está envolvida a educação do município do Recife, comandada por um dos seus homens de confiança. Depois do escândalo envolvendo a aquisição de material escolar e da merenda, ficamos aguardando o próximo lance; Por falar no "pupilo", depois de muita chafurdação ele acabou renunciado ao salário de prefeito, não sem antes enviar a fatura para o Campo das Princesas; as denúncias de irregularidades envolvendo o Projeto Jampa Digital, na Paraíba, acabaram respingando no Estado, que também mantém contratos com a mesma empresa; a ação de sua polícia durante os últimos protestos também foi duramente criticada pelas redes sociais e também por intelectuais influentes, que publicaram artigos nos jornais anunciando um possível "Estado de Esceção". Ao invés de reabrir o diálogo, o Governo só tem falado em "endurecimento", suscitando, inclusive, o risco de incorrermos em erros como o do caso "Amarildo", no Rio, que acabou com o Governo Cabral. É, governador, parece que as coisas não andam nada bem. Em artigo publicado no dia de hoje, no blog de Jamildo, o jornalista Fernando Castilho dimenciona, com bastante lucidez, a nódoa que o seu Governo terá de carregar ao permitir que a imprensa pernambucana fosse amordaçada pela ação de Guilherme Uchoa, seu homem-forte no poder Legislativo. Gostaria muito de saber qual o eleitor medianamente informado que não associa sua imagem a dele.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário