Apresentação
Aparece reunidos agora, por ordem cronológica de publicação, um conjunto
de artigos divulgados na imprensa de Pernambuco sobre as manifestações
populares de rua no Brasil, desde junho e a reação que se seguiu a essas
manifestações. Tratam de vários aspectos da polêmica suscitada pelo
caráter apartidário (não político) desse movimento, suas lideranças,
seu pensamento, sua relação com os partidos políticos, os políticos e o
Poder Executivo dos estados e da República brasileira.
Como todo mundo, o autor foi também surpreendido pelo alarido e o
colorido multiforme dessas manifestações. Como teve oportunidade de
manifestar o seu pensamento em entrevistas no rádio, na televisão, nos
jornais, revista e blogs do Recife, bem como em debates públicos em
ambientes fechados e abertos (como na Praça Treze de maio), julgou
oportuno reuni-los e avaliá-los retrospectivamente, sobretudo em face
dos desdobramentos políticos e policiais que vieram depois, o que só
confirma a tese de velho Sérgio Buarque de Holanda, de que no Brasil a
democracia sempre foi um grande mal-entendido e que a lei é a
recriminalização permanente dos movimentos sociais, tratado sempre como
caso de Polícia.
Parece que entramos nestes dias uma fase delicada da vida e da
ocorrências de tais manifestações: houve um refluxo, as ações passaram a
ser dirigidas contra alvos-símbolos da dominação capitalista em nosso
país (como já foram na Europa) e a polícia e o governo resolveram
suspender garantias constitucionais com o intuito de reprimir o
movimento.
Temos, humildemente, procurado chamar a atenção das entidades civis que
cuidam dos direitos humanos para a ameaça que representa tanto a
criminalização do protesto social, como certas "inovações
constitucionais", casuísticas, típicas de Estado de Exceção. Elas podem
se constituir um grave precedente para outras manobras futuras de
governantes contra a oposição e a crítica ao poder no estado de
Pernambuco.
Índice
l. Apresentação
2. Quando a rua se torna a arena
3. Enfim, oposição
4. Um novo contrato social?
5. Fascismo, democracia e participação social
6. Estado de exceção?
7. Poder de Polícia e Anarquia
8. Estado de Sítio
9. A metafísica dos movimentos de rua
10. O ressentimento da política
12. Todos nós somos mascarados
13. Os interpretes privilegiados da Constituição
14. O mais amplo repúdio à violência policial
15. Cidadãos acima de qualquer suspeita
16. Perguntas e respostas sobre os movimentos nas ruas
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