pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: PT: Um puxadinho do Palácio do Campo das Princesas?
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quarta-feira, 25 de setembro de 2013

PT: Um puxadinho do Palácio do Campo das Princesas?





Durante um bom tempo, a coerência sempre foi um traço marcante do Partido dos Trabalhadores. Se fizermos uma análise de discurso, ela vai estar sendo empregada em todos os documentos oficiais do partido e, certamente, no conjunto de estudos acadâmicos realizados sobre a legenda, inclusive o nosso. Uma palavrinha emblemática, que cansamos de utilizar por ocasião de nossas participações nos famosos seminários promovidos pelo CFCH/UFPE. Ela, entre outras, era uma palavrinha utilizada para distinguir o PT no escopo do nosso sistema partidário. Certamente ela não vinha isoladamente, mas tinha um peso efetivo. Antes do processo crescente de oligarquização, as decisões no PT eram tomadas a partir de uma série de váriáveis, que envolviam suas diversas tendências, seus filiados, seus núcleos de inserção nos movimentos sindicais e sociais etc. Dava um trabalho danado, mas, no final, todos assumiam os riscos e consequências inerentes dessas decisões, depois de tantos debates, quase sempre marcadas por algum padrão de coerência programática da agremiação. As PED's ainda existem, mas não com a mesma organicidade de antes. No atual momento vivido pela legenda, as coisas já não se dão dessa forma, remetendo-se as decisões a um núcleo duro, fechado, composto por dirigentes desatrelados da base do partido, dando razão ao teórico Robert Michels, autor da inexorável Lei de Ferro das Oligarquias, onde afirma ser essa uma tendência inevitável às agremiações sindicais e partidárias. Outro dia, li uma tese de doutorado, defendida na Universidade de São Carlos, abordando justamente o desdobramento dessa questão em relação ao Partido dos Trabalhadores. Aqui em Pernambuco, o PT tomou a decisão de continuar no Governo de Eduardo Campos. Entre as suas grandes lideranças, salvo melhor juízo, apenas o Deputado Federal João Paulo manifestou-se a favor da saída. Quais foram as variáveis que estiveram em jogo? As eleições nacionais, onde ainda resiste a possibilidade de uma composição com Eduardo Campos, ainda que no segundo turno? A proximidade das consultas internas, que, certamernte, poderia levar alguns membros a filiarem-se ao PSB, cindindo ainda mais a legenda? Não sei. É muito complicado ficar especulando sobre o assunto, mas, além da coerência, o PT parece ter abdicado de constituir-se, no Estado, como uma alternativa política e se conformado com a condição de um mero puxadinho do Palácio do Campo das Princesas. Uma pena para um partido com a história política do PT no Estado.

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