Ao repetir o mantra de que vai unir o Brasil, ao se colocar como um terceira via que uniria numa só pessoa FHC e Lula, a candidata Marina Silva criou mesmo foi um monstro bifronte e acéfalo. Não é possível seguir o receituário neoliberal de FHC, agradando bancos e o mercado e ao mesmo tempo manter as políticas de inclusão social dos governos do PT. Ao vender estes engodo ela cai no mero farisaísmo e na dissimulação de suas verdadeiras intenções.
Manter o que ela chama de tripé macroeconômico implica em redução de salários, de investimentos e portanto em desemprego.Todos os estudos mostram que a redução da miséria no Brasil nos últimos anos se deu por causa da abertura crescente de empregos, da melhoria dos níveis salariais, da politica de valorização do salario minimo, que Marina não teria como manter se opta por reduzir o tamanho do Estado, de cortar gastos públicos, de fazer superávits ainda maiores para alimentar o apetite dos credores.
Além do bolsa família que poderia ser mantido mas com reajustes menores, reduzir a miséria foi também possível pela politica de credito consignado feito pelos bancos públicos. Reduzir a participação dos bancos públicos inviabilizaria isso, levaria ao retorno da exclusão bancaria que Lula encontrou. Esta politica só é boa para os bancos privados , para a Neca do Itaú.
O preconceito verdista contra o petróleo e pré-sal além de reduzir recursos para educação e saúde, acabaria com a politica de compras da industria nacional, como a industria naval, que foi destruída por FHC e que renasceu com o PT, que emprega 80 mil trabalhadores que poderiam ver seus empregos irem pro espaço, tudo em beneficio do empresariado estrangeiro que tem sido mantido informado do andamento da eleição por boletins diários do Itau.
Sem bancos públicos fortalecidos e sem uma politica pesada de subsídios estatais seria inviabilizados programas como o Minha Casa, Minha Vida e Pronatec. Portanto, juntar FHC com Lula é um engodo.
Quando se governa, embora se governe pra todos, tem que se escolher um lado para dar prioridade. Esta historia de agradar a todos não existe. Não se pode melhorar saúde, educação e segurança sem cobrar impostos e sabemos que uma das razões do mal humor do mercado com Dilma é que ela cobra mesmo os impostos, embora tenha feito politicas de desoneração como nenhum antes. Não se pode governar para os bancos e para os trabalhadores. Ou vc fica do lado do Itaú ou vc fica do lado dos mais necessitados, as duas coisas não da, a não ser na retorica demagógica, abstrata e vazia de Marina, nossa bispa.
Durval Muniz é historiador e professor titular da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
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