Penso que as relações entre civis e militares no Governo Dilma Rousseff oferecem muito elementos para a análise de cientistas políticos que advogam que vivemos numa democracia tutelada ou numa semi-democracia. Vejam só que quadro preocupante para atingirmos aquela situação ideal, onde os militares se submetem ao poder civil. Afinal, numa democracia plenamente consolidada, o comandante supremo das forças armadas é o Presidente da República. Lembro-me agora de um filme - não recordo o título - onde um comandante militar passava uma reprimenda num subordinado exatamente por ele ter cometido uma falta grave, ou seja, havia se rebelado contra uma determinação de uma autoridade civil. Aqui no Brasil, nos últimos meses, ocorreram três fatos curiosos: a) um ex-comandante do Exército determinou uma guarda pessoal para o ex-ministro do STF, Joaquim Barbosa, sem o conhecimento da Presidente da República; b) Num total desrespeito à Comissão da Verdade, o atual comandante do Exército encaminhou um ofício determinando que a tropa não se pronunciasse sobre tortura nos quarteis; c) Agora é o ministro da Defesa, a quem o comandante do Exército deveria ser subordinado, que, ao invés de admoestá-lo, endossa suas declarações, negando que tenha ocorrido tortura nos quartéis durante a Ditadura Militar. O Brasil é realmente um país sui generis. No Chile, a presidente Bachelet acaba de propor a revogação da Lei de Anistia, aprovada pelo governo do Ditador Augusto Pinochet.
Nenhum comentário:
Postar um comentário