Aqui na Universidade Federal de Pernambuco há apenas esboços de
iniciativas do gênero, mas aconteceu algo até mais emblemático. Alunos do curso
de Geografia se recusaram a se matricular numa disciplina eletiva, oferecida
pelo professor Rodrigo Jungmann, polêmico, de perfil assumidamente conservador. Como se trata de uma disciplina eletiva - e não obrigatória - os alunos
teriam a prerrogativa de se matricularem ou não. O que está em jogo, no
entanto, é o ato de protesto, em razão de um histórico de animosidades entre
segmentos do alunado e o referido professor, que culminou em denúncias de pichações e depredações de salas, supostamente promovidas por esses alunos, no seus espaço de trabalho.
Como se sabe, Honduras, Uruguai e Brasil integram a tríade de países que
passaram por um golpe de um “novo" tipo, sem o protagonismo antes destinado aos
militares. Uma das características dos golpes do “novo” tipo é o envolvimento
institucional - utilizando-se até mesmo de expedientes previstos na própria
democracia representativa, como o impeachment - com o propósito de afastar
presidentes que não se coadunam com os interesses da “banca”. No Brasil,
parlamento, mídia e setores do judiciário agiram em conjunto com este objetivo. Até
então, os militares acompanharam todo o desenrolar dos fatos, assumindo,
certamente, um protagonismo maior nos últimos dias, depois de decretada a
intervenção federal no Estado do Rio de Janeiro. Não bastasse o comando total
das operações está a cargo de um general do Exército, Braga Netto, o ministro da
Segurança Pública, Raul Jungmann(PPS), convidou assessores militares para auxiliá-lo
e o Ministério da Defesa voltou a ser comandado por um militar, o general Joaquim Silva e Luna, algo inusitado
desde o processo de redemocratização do país.
P.S.: Contexto Político: Claro que o conceito de "golpe institucional" é bem mais complexo, sendo impossível descrevê-lo em apenas algumas linhas, como tentamos fazer acima. Para alguns analistas, a intervenção militar no Estado do Rio de Janeiro é apenas a ponta do iceberg do recrudescimento do autoritarismo no país, uma intervenção que tende a se estender a outras praças, com índices de violência até superiores ao Rio. Ontem, em editorial, tentamos elencar algumas razões para colocarmos as barbas de molho no que concerne a essa possibilidade. No Uruguai, o parlamento fez 24 tentativas de impeachment contra o ex-presidente Fernando Lugo. Ou seja, os próprios operadores do golpe trataram de banalizar o processo ou, mais precisamente, desmoralizá-lo.
P.S.: Contexto Político: Claro que o conceito de "golpe institucional" é bem mais complexo, sendo impossível descrevê-lo em apenas algumas linhas, como tentamos fazer acima. Para alguns analistas, a intervenção militar no Estado do Rio de Janeiro é apenas a ponta do iceberg do recrudescimento do autoritarismo no país, uma intervenção que tende a se estender a outras praças, com índices de violência até superiores ao Rio. Ontem, em editorial, tentamos elencar algumas razões para colocarmos as barbas de molho no que concerne a essa possibilidade. No Uruguai, o parlamento fez 24 tentativas de impeachment contra o ex-presidente Fernando Lugo. Ou seja, os próprios operadores do golpe trataram de banalizar o processo ou, mais precisamente, desmoralizá-lo.
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