pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Editorial: O combate à violência em Honduras
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quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Editorial: O combate à violência em Honduras



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Salvo melhor juízo, o sociólogo Francisco Weffort teria produzido alguns trabalhos teóricos apontando uma tendência populista ou autoritário entre os países colonizados do continente latino americano. De concreto, pode-se concluir que estes países não guardam nenhum compromisso ou vocação para a consolidação de suas experiências democráticas. As razões são diversas e não daríamos conta neste espaço de editorial. No final de semana, tive a oportunidade de acompanhar, através de um canal fechado, uma série sobre o combate à violência em Honduras, um dos países mais violentos do mundo, de acordo com os organismos internacionais. Para ser mais preciso, consoante relatório da ONU, o mais violento no ano de 2012.

O país estava no caos quando resolveu adotar uma série de medidas com o propósito de enfrentar o problema. Com o apoio do Estado, Ministério Público e sociedade civil, várias ações de políticas públicas de combate à violência foram desencadeadas, o que resultou no desmonte de gangs organizadas, que se dedicavam à extorsões, tráficos de drogas, quadrilhas que operavam nos perímetros urbano e rural, com frequência de dentro das próprias unidades prisionais do país. Existiam famílias de bandoleiros que controlavam e espalhavam o terror em unidades federadas ou departamentos, como eles se referem aos Estados. Com essas medidas, a redução da criminalidade naquele pais caiu drasticamente.

Uma pena mesmo que essas medidas saneadoras não tenham atingido o sistema politico, que continuou susceptível às quarteladas  ou, mais precisamente, aos golpes de um novo tipo, que se tornariam frequentes no continente. O não aperfeiçoamento das instituições da democracia naquele país, infelizmente, contribuíram para fragilizar o Estado Democrático de Direito. Num arranjo entre forças congressuais, do poder judiciário e setores militares foi afastado um presidente legitimamente eleito pelos cidadãos e cidadãs daquele país, ampliando o alcance da violência institucional, que hoje atinge notadamente camponeses e lideranças indígenas, um fenômeno recorrente aos países que passam por essa experiência autoritária no continente.  

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