A política é capaz de produzir alguns contorcionismo que, se não ficarmos atentos, poderemos perder o bonde de sua compreensão. Nas eleições municipais de 2024, por exemplo, vários partidos que integravam a base de apoio de Ricardo Nunes(MDB-SP), ficaram preocupados com a desenvoltura do PSD, que criou bastante musculatura em São Paulo. Na medida em que endossa o projeto de Tarcísio de Freitas para as eleições presidenciais de 2026, o PSD não se descuida de trabalhar o nome de Ratinho Junior(PSD-PR), governador do Paraná, como uma opção alternativa. Até recentemente, embora integrando o Governo Lula 3, Kassab já chegou a externar que não vê muitas expectativas em torno do projeto de reeleição de Lula em 2026. À época, sua franqueza incomodou o Planalto. Em tese, não mudou de ideia. Ou será que mudou?
Um fato inusitado, no entanto, vem de lá das Alterosas. Mateus Simões, vice-governador do Estado, desligou-se do Novo e filiou-se ao PSD, com um projeto de candidatar-se ao Palácio Tiradentes, em 2026. O que se especula é que o nome de Simões agrada ao PT, uma vez que se trata de um nome viável eleitoralmente, O que não seria bem o caso de Rodrigo Pacheco ou outro representante da legenda. O arranjo é curioso, uma vez que, Romeu Zema(Novo-MG), deverá habilitar-se a uma candidatura presidencial em 2026. Seu vice, neste caso, pode liderar um processo em contraposição ao próprio Zema, em apoio ao Planalto, uma vez que Kassab ainda não abandonou completamente a canoa do Governo Lula 3.
Aqui em Pernambuco, cada vez mais se acentua o "estranhamento" entre a governadora Raquel Lyra e o Governo Lula 3. O dado mais emblemático talvez seja mesmo a recusa do Governo Estadual em receber recursos do Governo Federal para as obras de recuperação do aeroporto de Caruaru, berço político da governadora Raquel Lyra. Vale aqui a máxima atribuída a Ulisses Guimarães: nunca tão distante que não se possa reaproximar-se. O que ocorre aqui em Pernambuco é que os movimentos do prefeito João Campos no sentido de estreitar os laços com o petismo e o Governo Lula deixaram a governadora sem margem de manobra.

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