Um fato gravíssimo está ocorrendo no país. Há registros de pessoas que estão sendo contaminadas com a ingestão de bebidas adulteradas, que passaram a conter metanol em sua composição. Os primeiros casos foram verificados em São Paulo, mas já aqui em Pernambuco suspeitos pela contaminação estão internados, submetidos a exames que poderão constatar se, de fato, estamos diante do mesmo problema ocorrido em São Paulo, onde pessoas perderam a vida depois de ingerirem bebidas contaminadas com a substância. Não se descarta a possibilidade de o crime organizado está por trás dessas adulterações de bebidas alcoólicas. A formulação química do etanol e do metanol são bastante semelhantes, mas pequenas diferenças tornam o metanol numa espécie de álcool do mal, responsável por danos terríveis ao organismo.
São Paulo, onde foram verificados os primeiros casos de contaminação de pessoas por metanol, montou uma força-tarefa para o enfrentamento do problema, determinando, de imediato, o fechamento dos estabelecimentos onde a bebida foi servida. Estamos tratando aqui de um problema de saúde pública dos mais preocupantes, sobretudo se vier a ser constatada a possibilidade de atos deliberados neste sentido. No Brasil, infelizmente, a gente acaba se acostumando aos absurdos, a situações surreais, como a daquele cidadão enredado até a medula na roubalheira do INSS, comparecer a uma CPMI para tentar convencer os parlamentares a moverem gestões no sentido de permitir que os descontos nos contracheques dos aposentados continuassem sendo liberados.
Não se pode negar aqui os desgastes políticos produzidos por situações desta natureza, mas, enfim, realmente já se é possível admitir falhas dos órgãos de fiscalização sanitária do estado de São Paulo? Salvo melhor juízo, há alguns anos atrás ocorreu uma situação do gênero em Minas Gerais, que culminou com a interdição de uma fábrica de produção de bebidas. A contaminação ocorria durante o processo de produção da bebida. É mais um daqueles abacaxis difíceis de descascar que o governador Tarcísio de Freitas tem pela frente. Entende-se, em alguns momentos, a sua preocupação em tratar dos assuntos internos e deixar a política nacional para um momento mais oportuno.

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