O presidente Luiz Inácio Lula da Silva nomeou o deputado federal Guilherme Boulos para a ocupar a vaga de Secretário-Geral da Presidência da República, cargo com status de ministério. Havia sinalizações a este respeito há algum tempo, mas só agora o presidente Lula resolveu assinar a portaria de nomeação do companheiro socialista. Sem muitas alternativas e acossado pelas circunstâncias da política externa, em atos e em bravatas, o líder petista consolida uma identidade mais próxima de sua base histórica de apoio. A despeito do diálogo do chanceler Mauro Vieira com Marco Rubio, Secretário de Estado Norte-Americano, o líder petista sugere-se ter se tornando fluente em soberanês, pois voltou a criticar o presidente Donald Trump.
Depois de um longo e tenebroso inverno de impopularidade, o presidente Lula voltou a ser competitivo para o pleito presidencial de 2026. Porta de entrada no Palácio do Planalto, a Secretaria-Geral da Presidência da República estabelece as prioridade de acesso ao presidente Lula, o que significa que o novo ocupante do cargo deverá proceder uma espécie de clivagem ideológico de acesso ao chefe. O jornalista Josias de Souza sugere, em sua coluna do Portal UOL, que a indicação poderia significar uma certa contradição de Lula, quando se sabe que o parlamento se torna uma arena decisiva para a preservação de nossa democracia a partir de 2026. O próprio Lula teria externado essa preocupação em discurso recente. Neste caso, manter Boulos como um "puxador" de votos num colégio eleitoral decisivo como São Paulo talvez seria mais importante.
Há quem assegure que Lula poderia estar preparando o companheiro para projetos mais ambiciosos. O ministério seria uma espécie de vitrine de exposição para tais projetos. Uma maneira de dar visibilidade ao psolista. Uma hipótese. Acreditamos, por outro lado, que a entrada de Boulos no Governo é mais pessoal do que partidária. Em várias ocasiões, o PSOL deixou de acompanhar o Governo em votações importantes no Legislativo.

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