A cada nossa sessão, seja a partir dos trabalhos internos, seja a partir das oitivas de convidados ou convocados - mesmo com as restrições obtidas pelas concessões de habeas corpus - a CPMI do INSS dá uma demonstração de sua absoluta importância no que concerne aos trabalhos de investigações sobre o gigantesco processo de fraudes que ocorreu naquela autarquia. Mesmo numa audiência burocrática, como ocorreu, na última quinta-feira, quando foi ouvido o Ministro da AGU, Vinícius Marques de Carvalho, algumas perguntas do relator Alfredo Gaspar(UB-AL) remeteram à cobrança de providências, no momento certo, dos homens públicos que estão à ferente de órgãos de controle e fiscalização, cujo trabalho seria o de evitar que esses fatos ocorressem.
O grau de comprometimento de nossas instituições é tão gritante que, em determinados momentos, sugeriu-se que o próprio aparelho de Estado deixou de ser avisado com antecedência para evitar eventuais vazamentos. Em estados como São Paulo e Rio de Janeiro, muitas das ações encetadas pelas forças tarefas com o Ministério Público, as polícias não são avisadas. Na última operação Carbono Oculto, a Polícia Federal tem fortes indícios de que os gatunos foram avisados com antecedência. Nesta última sessão da CPMI, por exemplo, causou espanto, como assinala a coluna Diário do Poder, o comportamento de alguns parlamentares em relação a um eventual convite para depor de um cidadão com o nome de Edson, desafeto de Antonio Carlos Camilo Antunes, também conhecido como o "Careca do INSS".
Mesmo utilizando-se da diplomacia inerente, o relator Carlos Viana precisou ser mais incisivo contra os parlamentares que esboçaram uma rebelião em relação à convocação deste cidadão que, segundo dizem, estaria disposto a depor. Comenta-se, em princípio sobre uma desavença pessoal entre ele e Antonio Carlos Camilo Antunes, mas, por outro lado, ele poderia dá informações acerca da engenharia montada para roubar dinheiro dos velhinhos do INSS, o que seria de capital importância para os trabalhos da CPMI. Fala-se, inclusive, em eventuais propinas pagas a parlamentares.

Nenhum comentário:
Postar um comentário