Até recentemente, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, esteve com o ex-presidente Jair Bolsonaro, ocasião em que teriam conversado sobre as próximas eleições presidenciais. Tarcísio teria afirmado ao ex-presidente que não desejaria mais concorrer às eleições presidenciais de 2026, mas, nos bastidores, especula-se que se trata apenas de uma estratégia adotada pelo governador paulista, do tipo aplainar o caminho para aparar as eventuais arestas da família contra o seu pleito. Logo em seguida, o governador passou a se colocar de forma mais efetiva sobre os problemas do cotidiano paulista, deixando a conjuntura nacional para um segundo plano. Aliás, os problemas enfrentados em São Paulo são de tal monta que, mesmo que ele não desejasse, teria que focar na conjuntura local, marcada por inúmeros problemas, como a morte do ex-Delegado-Geral da Polícia Civil, Ruy Ferraz Fontes, e das bebidas contaminadas com metanol.
Hoje, dia 04, o jornal Folha de São Paulo traz a informação dando conta que o ex-presidente Jair Bolsonaro teria dado aval a uma candidatura de Tarcísio de Freitas, desde que contasse com a sua esposa, Michelle Bolsonaro, na condição de vice. A família Bolsonaro hoje enfrenta problemas de toda ordem. É quase certo que seja decretada a prisão de Eduardo Bolsonaro, assim como a perda de seus direitos políticos, após uma eventual cassação do mandato na Câmara dos Deputados. Bolsonaro inelegível, condenado e doente. Michelle, em princípio, teria uma vaga de senadora assegurada pelo Distrito Federal. Deixaria o certo pelo duvidoso, sobretudo neste momento em que Lula aparece com uma sobrevida, depois de levantar a bandeira da soberania, a faca e o queijo oferecido pelo presidente Donald Trump.
Na realidade, como se dizia no nosso tempo de criança, o governador Tarcísio de Freitas entrou de sola na afirmação de sua candidatura presidencial, se posicionando de forma contundente sobre os problemas políticos nacionais. Cometeu alguns erros de avaliação neste processo, indicador, inclusive, de um certo primarismo. Talvez ciente de que tal comportamento poderia enterrar suas pretensões, resolveu se recolher aos aposentos do Palácio Bandeirantes. Mas ele sabe que forças não necessariamente ocultas desejam, com todo entusiasmo, sua candidatura em 2026.