pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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quinta-feira, 29 de agosto de 2024

Drops Politico: Quaest em João Pessoa aponta franco favoritismo de Cícero Lucena.



Uma das primeiras tendências verificadas no comportamento do eleitorado em relação às próximas eleições municipais é a de reconduzir ao cargo aqueles gestores que estão sendo bem avaliados. Alguns deles podem liquidar a fatura ainda no primeiro turno, conforme é o caso dos prefeitos do Recife, Salvador e Maceió. O mesmo pode ocorrer em João Pessoa, de acordo com os índices apresentados pela última pesquisa do Instituto Quaest naquela cidade. O atual gestor, Cícero Lucena, do Progressistas, aparece com 53% das intenções de voto, bem distante dos demais concorrentes. 

Prefeito da cidade por dois mandatos, o candidato do PT, Luciano Cartaxo, pelo menos por enquanto, não se constitui numa ameaça ao projeto de reeleição de Cícero. Haviam alas na legenda que preferiam que o partido se compusesse com Cícero e não apresentasse candidatura própria. O bolsonarista Marcelo Queiroga, por sua vez, mesmo com o apoio ostensivo do eleitorado bolsonarista, também não decola. O eleitorado conservador de Cícero não está migrando para outras candidaturas, como se chegou a sugerir no início, indicando que o "gerencismo" está se sobrepondo às clivagens político\ideológicas. 

Cícero Lucena(PP) - 53%

Luciano Cartaxo(PT) - 12%

Rui Carneiro (Podemos) - 11%

Marcelo Queiroga(PL) - 7%

TSE\PB - 08301\2024

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Charge! Laerte via Folha de São Paulo

 


quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Drops Político: Candidato do PT não decola em Belo Horizonte.



O candidato do PT à Prefeitura de Belo Horizonte, o deputado federal Rogério Correia, segundo a mais nova pesquisa de intenções de voto, realizada pelo Instituto Quaest, divulgada no dia de hoje, 28, não conseguiu avançar nos seus escores. Permanece com os mesmo 6% das intenções de voto das pesquisas anteriores. Mauro Tramonte(Progressistas-MG) continua liderando a disputa, pontua com 30% das intenções de voto, mas o segundo pelotão indica um inevitável segundo turno. Cinco candidatos estão em empate técnico. 

Quem está comemorando bastante a pesquisa é a também deputada federal Duda Salabert, do PDT, que aparece com 12% das intenções de voto. Caso não haja alteração neste cenário, a candidata é uma das possibilidades para disputar a prefeitura da capital mineira. Diante de um quadro sensivelmente adverso, o PT tem duas alternativas. Colocar Lula no circuito para tentar reverter a situação ou tentar a desistência de algum nome do campo progressista, com o objetivo de ajudar a alavancar a candidatura de Rogério Correia. O mais sensato seria o contrário, ou seja, Rogério apoiar o nome de Duda.  A pesquisa foi encomendada pela Rede Globo, ouviu 1002 pessoas entre os dias 25 e 27 de agosto, com margem de erro de três pontos percentuais e escore de confiança de 95%. TSE MG- 09915\2024. 

Drops Político: Conselho de Ética aprova cassação do mandato de Chiquinho Brasão.


O depoimento do ex-policial Ronnie Lessa, assassino confesso da ex-vereadora Marielle Franco, produziu um depoimento bombástico sobre os estertores da contaminação do aparelho de Estado no Rio de Janeiro. Nada que ninguém já não desconfiasse, mas, dito assim por quem conhece suas entranhas, ganha contornos assustadores. Alguns dos atingidos chegaram a sugerir que o ex-policial estaria mentindo. Já dissemos por aqui que não precisaríamos de psiquiatras forenses ou detectores de mentiras para ratificar as afirmações do ex-policial, produzidas com uma franqueza espantosa. 

Matou Marielle por ganância, onde iria auferir algo em torno de R$ 25 milhões com a venda dos terrenos que teria permissão para explorar. Até se arrepende, porque, até então, estava com a vida relativamente em ordem. Em Brasília, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados cassou o mandato do deputado federal Chiquinho Brasão, depois da acusação de ser o mandante da morte de Marielle Franco. Foram 15 votos a favor e um contra. Ele ainda pode recorrer, mas a tendência é que seja mantida a cassação. 

Drops Político: Ciro desistiu de "incomodar" os eleitores. Que pena!



Os petistas passaram a manter uma verdadeira ojeriza pelo ex-ministro Ciro Gomes. Mas, a rigor, não há motivos para isso. Ciro é um dos raros homens públicos no país que honraram o exercício da função pública. Durante toda a sua trajetória política não se conhece procedimentos antirrepublicanos do sobralense, que hoje luta para manter o seu PDT na Prefeitura de Fortaleza. Trava uma luta sem precedentes com o PT local, por quem se diz apunhalado pelas costas. Segundo Ciro, ele é o responsável pelo lançamento de Camilo Santana na política, até então um político apagado na cidade de Barbalha, onde se realiza a festa do famoso Pau de São Francisco. 

Ontem tivemos a oportunidade de acompanhar uma longa entrevista com o ex-candidato, regada ao bom café da manhã cearense. Ciro continua ativo, ajuda os partidários no seu estado, mas admitiu que não volta mais a disputar a Presidência da República. Não iria mais incomodar os eleitores. Uma pena. Trata-se de um homem público sério, bem preparado, conhecedor dos problemas e das soluções para o país. Apeado do sistema por uma conjuntura que está destruindo a política em nome de interesses escusos. 

Drops Político: Operação da Polícia Federal asfixia financeiramente o PCC.



Em mais uma ofensiva contra a atuação do crime organizado no país, a Polícia Federal deflagou, em São Paulo, a Operação Concierge, com o objetivo de impedir as transações financeiras do crime organizado através de movimentações bancárias por bancos digitais, hospedados em bancos tradicionais. Estima-se que, através desses expedientes, organizações como o PCC poderiam ter movimentado algo em torno de R$ 7, 5 bilhões, com o propósito de lavagem de dinheiro. São cumpridos dez mandatos de busca e apreensão. O esquema envolveria advogados e contadores. 

A operação é um duro golpe no crime organizado, uma vez que asfixia financeiramente a organização. No dia de ontem, 27, tivemos a oportunidade de acompanhar uma entrevista com o ex-candidato à Presidência da República, Ciro Gomes, onde ele aponta detalhes sobre a atuação desses grupos no Estado do Ceará, hoje um dos mais violentos do pais. É de cair o queixo. Somente para que vocês tenham uma ideia, até recentemente se descobriu que o Chefe da Casa Militar era o homem da logística de uma organização criminosa com atuação no Estado. 

Drops Político: Lira deve anunciar apoio ao nome de Elmar Nascimento para a Presidência da Câmara dos Deputados.



Em reunião recente com o Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, Lula declarou que o Governo não fará campanha ostensiva por nenhum dos nomes que hoje se apresentam para sucedê-lo. O cálculo político que existia até então indicava um eventual veto governista ao nome de Elmar Nascimento(UB-BA), em razão de suas indisposições com líderes petistas de alto coturno, com atuação na terra de Jorge Amado. A sinalização abriu caminho para que, finalmente, Lira possa declarar seu apoio ao nome de Elmar, desde sempre tido como o seu preferido, mas, sabiamente, diante da dinâmica competitiva na Casa, ele aguardava o momento certo para declinar seu apoio. 

Aliás, o jogo está bastante embolado, o que significa concluir que o apoio de Lira ao nome de Elmar não representa, necessariamente, seu favoritismo. Podemos ter algumas surpresas naquela pleito. Ontem tivemos acesso à informação de que o Governo, inclusive, acredita na possibilidade de Lira não ser bem-sucedido com o seu candidato. Vamos aguardar o desenrolar dos fatos.  

Drops Político: Paes interditou o bolsonarismo no Rio de Janeiro?




No Rio de Janeiro tornou-se quase impossível fazer política sem algum padrão de relacionamento com grupos milicianos, que já controlam 60% do território da capital.  Definir ideologicamente um candidato também está se tornando uma tarefa difícil, num momento em que a lógica do gerenciamento da pólis ganha primazia sobre a política. A política está apodrecendo, estimulada por uma junção entre a economia da atenção, de um lado, e a contaminação do aparelho de Estado por grupos milicianos, do crime organizado, por outro lado. Existem mais alguns elementos aqui, mas os limites do texto não permitiram tratá-los. 

Neste contexto, afirmar que o candidato Eduardo Paes(PSD-RJ) interdita o bolsonarismo no Rio de Janeiro é, no mínimo, algo precipitado. Basta observar seu padrão de aliança políticas. Um deputado estadual, que recentemente passou a integrar o seu grupo, fez dois pedidos para aceitar o passe: não indicar um vice do PT e não atacar o ex-presidente Jair Bolsonaro. Alguns analistas comentam sobre uma espécie de aliança com uma milícia light, seja lá o que isso significa. Do ponto de vista estritamente pragmático, ele costurou tão bem essas alianças que consegue, até o momento, isolar o delegado Alexandre Ramagem, que assume abertamente um perfil eminentemente bolsonarista.  

Editorial: Ministro Flávio Dino determina que Governo tome providências em relação aos incêndios.



O Ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino, determinou que o Governo Lula tome as providências atinentes relativas aos incêndios que ocorrem em determinadas regiões do país. O ministro recomendou que as Forças Armadas sejam acionadas neste sentido. É curioso como, apesar da gravidade da situação, as medidas adotadas até aqui pelo Governo ainda eram tímidas. Realmente, estamos diante de uma espécie de tempestade perfeita em relação a este assunto - como as questões ambientais que favorecem tais incêndios - mas, a rigor, também existem provas da ação de criminosos a serviço do crime organizado. Este país está virando de ponta cabeça. 

A cada informação que recebemos, ficamos mais estarrecidos. A princípio se colocou que a ação do crime organizado neste sentido teria algo a ver como uma retaliação pelas ações do Governo de São Paulo contra as fontes que alimentavam os negócios deste submundo, como o tráfico de drogas pelo Porto de Santos, por exemplo. Agora já se sabe que eles também controlam postos de gasolina, possuem usinas de produção de etanol e teriam maiores interesses em jogo.  Antes tal fenômeno ficava mais evidente no Rio de Janeiro, mas o Brasil como um todo passa por um processo célere de mexicanização. É impressionante a penetração do crime organizado no aparelho de Estado, na economia, na política. Estamos em maus lençóis. 

Louvável a medida adotada pelo Ministro Flávio Dino neste sentido. Aliás, o Ministro tem se notabilizado pela adoção de medidas que se amparam em suportes democráticos, republicanos, de boas práticas dos negócios de Estado, como, por exemplo, a transparência das emendas parlamentares. Como já havíamos afirmados por aqui antes, o Governo Lula 3 está assumindo uns contornos que preocupa. A rigor, não era para ser cutucado no sentido de tomar medidas mais efetivas em relação a este assunto. 

Charge! Pedro Vinício via Folha de São Paulo.

 


terça-feira, 27 de agosto de 2024

Drops Político: Em entrevista, Tarcísio de Freitas afirma ser um desastre entregar a Prefeitura de São Paulo a um bandido.



Repercutiu bastante nas redes sociais a entrevista concedida pelo candidato à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos(PSOL-SP), ao Programa Roda Viva, da TV Cultura. A repercussão se deu exatamente porque o candidato teve a oportunidade discutir política, apresentando as suas propostas de governo para a maior metrópoles brasileira. Um choque de política, conforme discutimos ontem por aqui, talvez fizesse bem a quem se recusa à discussão política, ancorando sua campanha em lacrações, bravatas, baixarias e xingamentos pelas redes sociais. 

Um grande desrespeito pelo o eleitorado, mas, nesses tempos bicudos que estamos vivendo, sugere-se que, cada vez mais, política é o que menos interessa. Agora foi a  vez do governador Tarcísio de Freitas, de sangue quente produzido pelo calor dos incêndios, manifestar a posição de que seria um desastre conduzir à Prefeitura de São Paulo um bandido. Diante das contingências desfavoráveis, ao que sabe, Tarcísio já passou a acompanhar Ricardo Nunes em seu corpo a corpo com os eleitores. 

Drops Político: Segundo o Instituto Veritá, Marçal já lidera a corrida eleitoral em São Paulo.



Pesquisa recente do Instituto Veritá ja aponta o empresário Pablo Marçal(PRTB-SP) liderando a corrida pela Prefeitura da Cidade de São Paulo. O coach já aparece com 36,4% das intenções de voto, seguido por Guilherme Boulos, do PSOL, que pontua com 25,4% das intenções de voto.  Se confirmada essa tendência pelas próximas pesquisas, estamos diante de um fenômeno onde a antipolítica se sobrepõe à política, produzindo efeitos desastrosos para a pólis. Depois dos últimos "debates" já prevíamos, em mais de uma oportunidade, uma mudança significativa na dinâmica competitiva do pleito. 

Mas não imaginávamos que seria assim tão rápida. A candidatura de Ricardo Nunes(MDB-SP) encolheu drasticamente. Foi desidrata pela fuga do voto bolsonarista? Sim e não. Somente pesquisas qualitativas poderiam verificar o que houve, afinal. Alguns analistas até apontavam que o eleitorado conservador paulista, em algum momento,  resistisse às investidas de Pablo Marçal. Pelo andar da carruagem política, parece que não é bem isso o que está ocorrendo. Pelo menos não até este momento. A pesquisa foi realizada entre os dias 22 e 26 de agosto, com 3.020 entrevistados, com margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou para menos,  escore de confiabilidade de 95%. Está registrada no TSE - SP 02725\2024. 

Pablo Marçal(PRTB) - 36,4%

Guilherme Boulos(PSOL) - 25,4%

Ricardo Nunes (MDB) - 16,7%

José Luiz Datena( PSDB) - 7,4%

Tabata Amaral(PSB) - 6,9%

Marina Helena(Novo) - 4,2%


Drops Político: Linguagem neutra na execução do Hino Nacional sugere não ter sido bem aceita.

 


Durante o primeiro encontro de campanha entre o presidente Lula e o candidato à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, trechos do Hino Nacional foram executados em linguagem neutra. Esse exagero no patrulhamento  identitário está produzindo alguma situações desagradáveis. Neste caso em particular, a tentativa parece não ter sido muito feliz. É como se o tiro tivesse saído pela culatra. Segundo avaliações, a população desaprovou a troca da letra do hino, numa tentativa de não ferir suscetibilidades de gênero. Estamos há quase dois anos de governo e a área de comunicação continua cometendo alguns deslizes. 

No campo interno e no plano internacional, como nesta gangorra de posicionamentos sobre a situação das eleições na Venezuela, onde o Governo Lula ainda não acertou uma. Hoje ficamos sabendo que o governo daquele país está atuando de forma cada vez mais contundente com quem não aprova o resultado das últimas eleições. Até cabos eleitorais chavistas admitem que as atas indicavam a vitória de González. As atas não serão apresentadas e pronto, vaticina Nicolás Maduro.  

Drops Político: O PT abandonou João Campos?

Crédito da Foto: Mariana Leal


 A senadora Tereza Leitão alegou que estava se recuperando de uma cirurgia. O senador Humberto Costa, por sua vez, argumentou que estava em viagem oficial naquele momento. Em todo caso, a ausência da cúpula do PT no Estado, por ocasião da inauguração do comitê de campanha do prefeito João Campos(PSB-PE), que concorre à reeleição com o apoio do partido, produziu uma espécie de estranhamento em alguns órgãos de comunicação. As conversas que surgiram depois não contribuíram para minimizar os danos da ausência. Um deputado estadual da legenda, integrante de um PT Lilás - em razão de sua afinidade com a governadora Raquel Lyra - observou que isso era reflexo das rusgas pela não indicação do nome que concorrerá a vice na chapa de reeleição de Campos, um pleito de longas datas da legenda petista. Sabe-se que João foi irredutível no tocante a este assunto. 

Por outro lado, determinadas alas da legenda poderão não acompanhar o projeto de reeleição de João. Setores de base, ligados aos movimentos sociais, tendências mais orgânicas do partido. Por sua vez, ainda é cedo para concluirmos algo sobre a burocracia ou cúpula da legenda neste sentido. Dirigente do partido no município já informou que o PT  está no projeto de reeleição do prefeito. A tendência é que ocorra com João o mesmo que ocorreu com o seu pai, Eduardo Campos. Sobretudo quando ele começa a sobrepor a eficiência gerencial às questões políticas. Quanto mais ele se aproxima dessa tese e ela alicerça sua carreira, maior a tendência a minimizar as questões de natureza ideológicas, vale dizer políticas. 

O jornal O Globo publicou uma matéria tratando deste assunto. 

Drops Político: Crime organizado pode está envolvido com os incêndios em São Paulo.



O crime organizado está tão organizado, que suas ações passam a ser de domínio público rapidamente, como em relação a esses últimos incêndios ocorridos em São Paulo. Os incêndios criminosos já estão dando prejuízos de milhões aos cofres públicos do Estado, através de liberações de créditos emergenciais para sanar a perda de lavouras. Os leitores vão nos perdoar o pessimismo, mas estamos em maus lençóis. Transformaram a política numa zorra na maior metrópoles do país; economia acumulando rombos de déficits que, em algum momento cobrará seus juros; entra governo e sai governo e permanecem os problemas com os povos originários e com o meio ambiente; saúde pública perdendo a guerra para os mosquitos; ausências de consensos no tocante à segurança pública. Difícil apontar onde estamos bem. 

Segundo a defesa civil, 99,9% dos incêndios em São Paulo podem ser atribuídos às ações humanas, possivelmente criminosas. Um cidadão preso em Goiás, no outro quadrante, admite que agiu por motivação política. No dia de ontem, circulou a informação de que o Governo de São Paulo instaurou um gabinete de crise para o enfrentamento do problema. Presume-se que as ações são criminosas, patrocinadas pelo crime organizado, em retaliação pelo combate ostensivo do aparelho policial do Estado aos seus pontos de comércio de entorpecentes, como o Porto de Santos. Momento difícil.  

Drops Político: Marçal dobra a aposta. Suas redes "reservas" já atingiram dois milhões de seguidores.



Recentemente, atendendo a uma ação do PSB, a Justiça Eleitoral derrubou as redes sociais do empresário Pablo Marçal, sob o argumento de que, eventualmente, pudesse está ocorrendo uma espécie de abuso do poder econômico, uma vez que o empresário estaria remunerando seus seguidores através dos cortes de vídeos. O juiz fez questão de deixar claro na sentença que a proibição seria apenas neste sentido, não se tratando, portanto, de nenhuma censura ao candidato. Antecipamos por aqui que a medida, embora acertada, pouco altera o quadro, posto que o candidato já teria um arsenal de manobras para se contrapor às medidas restritivas. 

O empresário utilizou-se de contas de reservas e hoje já possui dois milhões de seguidores. Ontem, durante a sabatina da Globo News, Marçal mudou a narrativa acerca de uma condenação na justiça. Não haveria mais como manter a bravata de que renunciaria à candidatura caso isso ficasse provado. Segundo matéria do Jornal Folha de São Paulo, o coach foi condenado, teve prisão decretada e depois relaxada em razão de sua colaboração com a Justiça. Marçal, segundo a Polícia Federal, teria informado nomes da quadrilha que operava com os chamados fishing, que consiste em pescar senhas bancárias através de e-mails falsos. Não dava mais para continuar negando. 

segunda-feira, 26 de agosto de 2024

Drops Político: Incêndios criminosos.


O presidente do IBAMA, Rodrigo Agostinho, acionou a Polícia Federal para investigar eventuais incêndios criminosos que estão ocorrendo no país. Se havia alguma suspeita no início, agora essas suspeitas estão confirmada. Dois homens já foram presos, acusados de cometerem esses incêndios. Um deles afirmou que cumpria ordens do crime organizado. O país está virando de ponta cabeça. As pessoas perderam completamente a noção de respeito, civilidade,  convivência ou tolerância com quem pensa diferente. Esse misto de fascismo cristão - sabe-se lá o que significa isso - está produzindo essas idiossincrasias, traduzidas nos ataques às religiões de matriz africana, cruzada contra grupos LGBTQIA+, petistas e afins. 

A política na principal metrópoles do pais virou um picadeiro de baixarias e ataques vis, encetados por um representante da antipolítica. Deixou um cenário tão turvo que ninguém sabe como enfrentá-lo. Nem os candidatos que também disputam o leito, tampouco os analistas políticos. A princípio, sugerimos não ausentar-se dos debates, mas discutir política à exaustão. Seria uma forma de o eleitorado, se acordado desse sono político, chegar à conclusão de que ele não tem propostas e, portanto, não se pode entregar as chaves de uma cidade como São Paulo a uma aventureiro. O grande problema é que a economia da atenção já desviou o eleitorado do seu foco há algum tempo. O que estamos presenciando já é reflexo disso. 

Drops Político: Quem confirmou presença o debate da Gazeta no próximo domingo?



Depois do que ocorreu com o debate organizado pela Revista Veja, não dá mais para confiar nas assinaturas de alguns candidatos que concorrem ao pleito da maior metrópoles brasileira. Todos assumiram que participariam do debate, mas alguns se recusaram a comparecer. Há quem assegure que teria sido algo articulado em conjunto, mas as informações sobre o assunto são dispersivas. As redes sociais estão anunciando que a TV Gazeta realiza seu debate no próximo domingo. Nesta segunda-feira é a vez da Globo News iniciar uma série de entrevistas com os candidatos que concorrem ao Edifício Matarazzo. 

O primeiro deles é o polêmico Pablo Marçal. Uma pena que, por um capricho do candidato, o eleitor seja privado de conhecer as suas propostas para a pólis. Fugir aos debates não é a melhor forma de enfrentar a antipolítica representada pelo candidato Pablo Marçal. Ao contrário. Até a virilidade dos fujões foi questionada durante a fala do Marçal.  Marçal não deseja discutir São Paulo porque ele não tem propostas para a cidade. É a primeira vez que eu vejo um candidato ser questionado sobre determinado tema e não responder absolutamente nada. Ausência nos debates reforça sua estratégia de antipolítica. Quando menos debate, melhor para ele. Assinem nosso perfil da Privacy. 

Drops Político: Não importa a cor do gato.



Desde que ele cace o rato, como diria o líder chinês Deng Xiaoping, quando a China percebeu que a economia socialista era ineficiente. A esfera política vem sendo perigosamente diluída no país nos últimos anos. O rolo compressor neoliberal, aliado à extrema direita - aqui delimitados apenas simbolicamente - podem explicar este fenômeno. As pautas dos candidatos, em sua maioria, já não se preocupam em estabelecer essas diferenças entre esquerda e direita. Até o radical Partido da Causa Operária já decidiu entrar no jogo da antes abominada democracia burguesa. Há alguns nomes da legenda disputando prefeituras municipais. Inclusive no Recife. 

O PCdoB, aquele mesmo da Guerrilha do Araguaia, está alinhado ao bolsonarismo aqui em Olinda. Não estranha, portanto, que, em entrevista recente, o candidato do PSB à Prefeitura do Recife, João Campos, quando perguntado se seria de esquerda ou de direita, teria respondido que é eficiente. De fato, resta pouca coisa de esquerda no palanque do candidato à reeleição no Recife. A estratégia, inclusive, diz respeito aos cuidados de não afugentar o eleitorado conservador do seu palanque. Um eleitorado, quem sabe até de matriz bolsonarista, que se identifica com a sua candidatura, a julgar pelo sua primeira eleição.  Assinem o nosso perfil na Plataforma Privacy e deixem seus comentários.  

Drops Político: A extrema direita está tocando fogo no país.



Há alguns anos atrás, numa universidade pernambucana, alguns estudantes foram agredidos por grupos de extrema direita durante a exibição de um filme. Logo em seguida, foi divulgada uma lista apócrifa, com o nome de diversos docentes que deveriam ser banidos da universidade, consoante os critérios ideológicos estabelecidos por esses grupos. Alguns professores sequer sabiam porque seus nomes constavam daquela lista. Não eram comunistas, não tinham como horizonte teórico o filósofo alemão Karl Marx, também não eram vinculados a algum partido de esquerda. 

O que mais causou indignação e estranhamento em alguns docentes é que nenhuma providência foi tomada no sentido de repelir atitudes do gênero, o que significa concluir por uma espécie de degenerescência legal, republicana de algumas instituições brasileiras durante aquele período. Desde então, os grupos nazistas e fascistas apenas cresceram no país. Aliás, o Brasil se tornou o país onde essas células mais crescem. O sociólogo Boaventura de Sousa Santos costumava advertir que, a despeito da derrota do bolsonarismo em 2020, não ficássemos acomodados porque a estrema direita internacional já havia escolhido o Brasil como um laboratório para as suas experiências macabras. Diante dos fatos, alguém tem dúvida sobre isso? Eles estão tocando fogo no país. Dizem que até literalmente.  Assine nosso perfil na Privacy e deixem os seus comentários. 

Editorial: Tabata parte para cima de Marçal.




Curioso como não é o candidato Guilherme Boulos, do antes radical PSOL, que resolveu partir para cima do candidato Pablo Marçal. Esta missão está sendo cumprida pela candidata Tabata Amaral, do PSB, que, a rigor, não seria aquela esquerda dos sonhos, a julgar pelo conjunto dos seus apoiadores. Boulos, por sua vez, está se tornando light, cumprindo um script previamente acordado com o Planalto, tentando desconstruir alguns estigmas da sua trajetória política do passado. O PSOl, com raras e honrosas exceções pelo Brasil - a candidata Dani Portela, do Recife, é uma delas - entrou de sola na chamada bacia semântica de Gilbert Durand.  

No Rio de Janeiro, o combativo Marcelo Freixo resolveu apoiar o nome de Eduardo Paes(PSD-RJ), hoje um candidato de centro-direita. Ele celebrou alianças tão radicais, que impediu, até este momento, a ascendência do bolsonarista delegado Ramagem. É a política cedendo espaço para o gerenciamento. Aqui no Recife, o candidato João Campos(PSB-PE) desconversou quando perguntado sobre se era de esquerda ou de direita. As supostas "contradições" do Governo Lula 3 com os chamados grupos históricos de apoio, como os professores universitários, já não podem mais serem consideradas apenas contradições, mas deliberações sobre os contornos políticos que o seu governo está assumindo. 

Tabata vem cumprindo bem este papel. Seja nos debates, seja nas redes sociais, seja através de sua assessoria jurídica, que conseguiu, por meio de uma decisão da Justiça Eleitoral, derrubar as redes sociais do empresário. Se ficar comprovado que ele pagava aos seguidores que faziam os chamados cortes dos seus vídeos, ele pode até perder a candidatura. Segundo comenta-se, o empresário teria retomado os seus perfis, de maneira célere, com a abertura de novas contas. Suspeita-se que de forma irregular. Vamos ampliar essas discussões? Assine o nosso perfil na Privacy e deixem seus comentários. 

Charge! João Montanaro via Folha de São Paulo

 


domingo, 25 de agosto de 2024

Editorial: A política brasileira em maus lençóis.



O ator francês, Alain Delon, morto recentemente, deixou uma declaração polêmica sobre seus últimos momentos neste plano. Falas assim sempre causam um forte impacto, geralmente negativo. Não foi diferente em relação ao ator francês, bastante criticado por suas declarações, onde ele observava que, passar mais tempo por aqui, talvez não valesse a pena. No dia ontem, tivemos o prazer de acompanhar uma palestra com um professor que admiro bastante, que sempre esteve ocupando um espaço privilegiado em nosso apreço, uma espécie de bússola teórica. Ali ele apontava para uma aliança perniciosa entre determinados segmentos sociais, com o potencial de destruir a política brasileira. 

Já imaginávamos que isso estivesse ocorrendo, a julgar pelos recorrentes processos explícitos de assédios morais dentro das repartições públicas brasileiras nos últimos anos. As chefias, que deveriam proibir esses abusos, integravam, na realidade, uma rede de conivência, permitindo tais licenciosidades. Bastava o indivíduo ser identificado contra a engrenagem do bolsonarismo para tornar-se vítima de perseguições, de inquéritos administrativos e expedientes congêneres. Várias instituições públicas enfrentaram esses problemas, principalmente aquelas onde era necessário cercear suas ações para a boiada passar. Ocorreu uma espécie de banalização dessas práticas. O mais espantoso é que a máquina continuou moendo, mesmo sobre a égide de um novo governo, de onde se conclui que a semente do mal não foi abolida. A erva daninha viceja. Ou o governo anterior não reuniu condições de extirpá-la ou tornou-se conivente com esses abusos, o que é mais grave. Instituições "aparelhadas" durante o bolsonarismo permanecem aparelhadas. 

Há uma aliança perniciosa entre grupos religiosos pentecostais e  neopentecostais, a extrema ou ultradireita, facções do crime organizado, grupos milicianos e pseudos agentes de Estado  ligados aos aparelho repressor. O amálgama de tudo isso é este fenômeno da economia da atenção, sob a égide da ideologia da prosperidade. Uma prosperidade até por caminhos tortuosos, como já se percebeu na engrenagem que une grupos evangélicos e facções, ou seja, a lavagem de dinheiro. O circuito do mal está completamente fechado, mesmo com alguns evangélicos achando que ainda vão para o céu, diante de tantos pecados. Os danos produzidos pelos quatro anos do bolsonarismo não mudaram em nada este cenário. A engrenagem continua moendo. Como disse Steve Bannon recentemente, nós ainda vamos sentir saudade de Donald Trump. Alguém consegue imaginar isso? Abriram as portas do inferno para fazermos o "M". 

Editorial: A difícil missão do PT em Belo Horizonte.

 


Alguém nos chamou a atenção para a situação complicada do PT em Belo Horizonte, cidade das mais importantes, capital de um estado com o poder de decidir uma eleição presidencial. O candidato do PT naquela  cidade, o deputado federal Rogério Correia, não aparece bem nas pesquisas de intenção de voto até aqui realizadas. Está embolado, num segundo pelotão, distante do apresentador Mauro Tramonte, que lidera até este momento. Tramonte é filiado ao Progressistas, partido que, em tese, é da base aliada do governo. Só me tese, como se sabe. pois, a princípio, a Executiva Nacional da legenda endossa o nome de Rogério Correia, que espera que o apoio de Lula possa alavancar sua candidatura. 

Os murmurinho dos bastidores advertem, no entanto, sobre a possibilidade de o partido rever esta situação, preocupado, sobretudo, com o projeto de Lula 2026. A renovação do contrato de locação do Palácio do Planalto passa, necessariamente, pelas Alterosas. Outra possibilidade seria trabalhar a desistência de alguns nomes aliados que estão na disputa, a exemplo da deputada federal Duda Salabert, do PDT.  A noticia menos ruim é que a disputa está embolada, indicando a possibilidade concreta de um segundo turno. Mauro Tramonte aparece com 27% das intenções de voto, mas, logo em seguida, aparece um segundo pelotão pontuando em média com 10% das intenções de voto. 

Duda Salabert pontua com 12% das intenções de voto, embora conte com uma taxa de rejeição expressiva, 27%. Rogério Correia aparece no Datafolha com 7% das intenções de voto. O mais sensato, neste caso, seria o PT encampar o projeto de fazer da deputada a prefeita de Belo Horizonte. Rogério, no entanto sempre esteve com o prestígio em alta na legenda. É um fiel escudeiro do lulismo

Charge! Jean Galvão via Folha de São Paulo

 


sábado, 24 de agosto de 2024

Editorial: Justiça determina suspensão das redes sociais do candidato Pablo Marçal.



A incrível ascensão do candidato Pablo Marçal nas pesquisas de intenção de voto realizadas nos últimos dias está produzindo um desnorteamento entre os seus adversários. O objetivo deles, neste momento, se traduz no uso de determinadas estratégias para impedir o seu crescimento como postulante à Prefeitura de São Paulo. Os recursos jurídicos ou denúncias sobre os seus métodos integram esse arsenal contra o coach. Segundo o Datafolha e o Paraná Pesquisas, o empresário conseguiu embolar o jogo da disputa, ficando num empate técnico entre Ricardo Nunes(MDB-SP) e Guilherme Boulos(PSOL-SP), assim como consegue bloquear as expectativas de crescimento de nomes como de Tabata Amaral(PSB-SP)e do apresentador José Luiz Datena(PSDB-SP). 

No momento, são todos contra Marçal. A exceção aqui é para a candidata do Novo, Marina Helena, sempre poupada pelo empresário no uso de sua metralhadora giratória. Marina Helena também disputa o voto bolsonarista, mas sem chance se substituir o empresário entre os eleitores bolsonaristas, o que, possivelmente, o leva a concluir que um eventual crescimento da candidata do Novo seria mais prejudicial aos seus concorrentes e não a ele. Hoje, dia 24, atendendo a uma solicitação do PSB, a Justiça Eleitoral determinou a suspensão de todas as redes sociais do candidato. A decisão ainda cabe recurso. 

Nossa impressão é que isso não altera significativamente o cenário. Fica evidente que os adversários não sabem ainda como enfrentar o empresário. O que está em jogo é a colonização da politica pela economia da atenção. E na economia da atenção, o empresário é hegemônico. É quase certo que ele já teria alternativas para enfrentar tal proibição. Marçal é reflexo desses tempos sombrios que o país experimentou com a ascensão da extrema-direita ao poder. Nossa única chance é a tomada de consciência do eleitorado no momento de sufragar o seu voto na urna eletrônica. Sonos políticos costumam produzirem os seus monstros. 

Charge! Marília Marz via Folha de São Paulo

 


sexta-feira, 23 de agosto de 2024

Editorial: Paraná Pesquisas confirma Datafolha. Cenário embolado em São Paulo.


Crédito da Foto: Bruno Santos\FolhaPress. 


Hoje, 23, foi divulgada mais uma pesquisa sobre a disputa eleitoral em São Paulo. Havia uma grande expectativa em torno do assunto, uma vez que a pesquisa do Instituto Datafolha produziu um rebuliço na disputa. Rebuliço em todos os sentidos. No que concerne aos resultados apresentados, que mostram mudanças substantivas na dinâmica da disputa, assim como no que concerne às analises acerca dos motivos pelos quais se verificou uma ascendência vertiginosa do influencer Pablo Marçal nas intenções de voto. 

Hoje foi iniciada uma verdadeira batalha campal pelas redes sociais no sentido de desconstruir a imagem de Pablo Marçal. Não sei se os seus adversários terão algum êxito por aqui. Os "cortes" também estão vindo do outro lado, na mesma capacidade de artilharia, com miras específicas e certeiras. É a mesma estratégia utilizada por Trump, nos Estados Unidos. Mal o adversário consegue se explicar sobre uma fake news e já existe uma outra delas circulando. No final, atinge-se o objetivo, uma vez que o caboclo acaba não se recuperando do trampo. Quando a justiça vem julgar todas as demandas, a eleição já tem terminado. 

Bem azeitado nas redes sociais, não faltará munição ao empresário. Isso é qualquer coisa, menos politica, mas, até o eleitorado tomar consciência sobre os fatos, o estrago já foi feito. Como afirmamos na última postagem, os danos institucionais, democráticos, civilizatórios, ambientais e de saúde pública produzidos pelo bolsonarismo ainda não foram suficientes. Se Marx estivesse vivo, certamente diria que a economia da atenção tornou-se o novo ópio do povo. 

O xadrez político das eleições municipais de 2024 no Recife: Nem sob o aquecimento do início da campanha, João derrete.



No dia de ontem, 22, foram divulgados os números das pesquisas realizadas pelo Instituto Datafolha, em todo o Brasil, procurando inferir sobre as intenções de voto em relação às próximas eleições municipais de outubro. Este editor gosta muito de simbolismos. Mantendo uma situação bastante confortável em relação à avaliação de sua gestão, o prefeito do Recife, João Campos(PSB-PE), levou um repórter a se perguntar se ele seria uma neve que não derrete. A referência do repórter dizia respeito ao fato de, durante o carnaval que passou, o prefeito ter "nevado" ou seja, pintado a cabeleira de louro, algo que alcançou grandes repercussões nas redes sociais. 

Pelo andar da carruagem politica, agora concorrendo à reeleição, sugere-se que, de fato, a neve não derrete. Nem sob o aquecimento dos adversários no início da campanha. A pesquisa do Datafolha traz o socialista ostentando uma folgada dianteira em seu projeto de continuar como inquilino do Palácio Capibaribe. João aparece ali com 76% das intenções de voto, possivelmente a melhor performance entre os candidatos que disputam a gestão de capitais no país, com possibilidades reais de liquidar a fatura ainda no primeiro turno. É tudo o que os seus adversários presentes e futuros não desejariam, mas está difícil derreter esta neve.

Mais de 60% da população recifense aprova a sua gestão. Sua taxa de rejeição é de apenas 7%, o que significa dizer que o gestor encontra-se em céu de brigadeiro. O Recife tem problemas? Sim. Muitos, mas a população parece ter dado um crédito a quem, de fato, mostrando serviços a pólis. Um outro dado que precisa ser melhor investigada depois dessas eleições é o papel da economia da atenção numa eleição. O prefeito mantém os melhores escores nas redes sociais. No nosso perfil na plataforma Privacy publicamos um texto onde tratamos deste assunto. Pode ser acessado por aqui. 

Editorial: Um tsunami antipolítica chamado Marçal.



Em entrevista recente, o guru da extrema-direita,  Steve Bannon, afirmou que o que vem por aí nos levará a sentir saudades de um Donald Trump. A ascensão do candidato Pablo Marçal na disputa pela prefeitura de São Paulo, fato verificado nesta última pesquisa do Instituto Datafolha, publicada no dia de ontem, 22, sugere que o ex-assessor da Casa Branca é um homem de extrema clarividência, independentemente de outros julgamentos. Sugere que o brasileiro não aprendeu nada com a experiência traumática produzida pelos quatro anos do bolsonarismo, onde descemos alguns degraus na escala civilizatória. 

Não vamos entrar aqui na biografia do candidato Pablo Marçal, mas vale a advertência sobre o cidadão que pretende sentar na cadeira do Edifício Matarazzo. Estamos tratando aqui com algo mais radical do que o bolsonarismo. Os escores levantados pelos institutos Atlas\Intel e Datafolha, de alguma forma, já haviam sido antecipados por este editor, que sempre enfatizou que teríamos mudanças substantivas na dinâmica competitiva do pleito paulista, depois do debate promovido pela Rede Bandeirantes. Marçal já aparece tecnicamente empatado com Nunes e Guilherme Boulos. 

Hoje, um dia depois da publicação da pesquisa, as redes sociais ligadas ao candidatos Guilherme Boulos tentam informar à população sobre com quem estamos lidando. Isso só ajuda o candidato a continuar ocupando o primeiro lugar no Trending Topics do Twitter. A contraposição dos bolsonaristas também é inócua e não ajuda muito , porque Pablo Marçal é aquele bolsonarista dos sonhos dos bolsonaristas. Entramos numa enrascada política dos diabos, uma vez que, quem deveria realizar essa clivagem, o eleitorado, mostra-se entorpecido, seduzido e fascinado pelo canto da sereia. Num ensaio intitulado O fascinante fascismo, a escritora americana Susan Sontag, discute os mecanismos utilizados por este agrupamento político para seduzir as massas. A economia da atenção faz hoje o que Leni Riefenstahl fazia no passado.  Para aprofundar um pouco mais essas discussões, sugerimos o nosso perfil na Privacy.