pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: Um tsunami antipolítica chamado Marçal.
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sexta-feira, 23 de agosto de 2024

Editorial: Um tsunami antipolítica chamado Marçal.



Em entrevista recente, o guru da extrema-direita,  Steve Bannon, afirmou que o que vem por aí nos levará a sentir saudades de um Donald Trump. A ascensão do candidato Pablo Marçal na disputa pela prefeitura de São Paulo, fato verificado nesta última pesquisa do Instituto Datafolha, publicada no dia de ontem, 22, sugere que o ex-assessor da Casa Branca é um homem de extrema clarividência, independentemente de outros julgamentos. Sugere que o brasileiro não aprendeu nada com a experiência traumática produzida pelos quatro anos do bolsonarismo, onde descemos alguns degraus na escala civilizatória. 

Não vamos entrar aqui na biografia do candidato Pablo Marçal, mas vale a advertência sobre o cidadão que pretende sentar na cadeira do Edifício Matarazzo. Estamos tratando aqui com algo mais radical do que o bolsonarismo. Os escores levantados pelos institutos Atlas\Intel e Datafolha, de alguma forma, já haviam sido antecipados por este editor, que sempre enfatizou que teríamos mudanças substantivas na dinâmica competitiva do pleito paulista, depois do debate promovido pela Rede Bandeirantes. Marçal já aparece tecnicamente empatado com Nunes e Guilherme Boulos. 

Hoje, um dia depois da publicação da pesquisa, as redes sociais ligadas ao candidatos Guilherme Boulos tentam informar à população sobre com quem estamos lidando. Isso só ajuda o candidato a continuar ocupando o primeiro lugar no Trending Topics do Twitter. A contraposição dos bolsonaristas também é inócua e não ajuda muito , porque Pablo Marçal é aquele bolsonarista dos sonhos dos bolsonaristas. Entramos numa enrascada política dos diabos, uma vez que, quem deveria realizar essa clivagem, o eleitorado, mostra-se entorpecido, seduzido e fascinado pelo canto da sereia. Num ensaio intitulado O fascinante fascismo, a escritora americana Susan Sontag, discute os mecanismos utilizados por este agrupamento político para seduzir as massas. A economia da atenção faz hoje o que Leni Riefenstahl fazia no passado.  Para aprofundar um pouco mais essas discussões, sugerimos o nosso perfil na Privacy. 

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