No Rio de Janeiro tornou-se quase impossível fazer política sem algum padrão de relacionamento com grupos milicianos, que já controlam 60% do território da capital. Definir ideologicamente um candidato também está se tornando uma tarefa difícil, num momento em que a lógica do gerenciamento da pólis ganha primazia sobre a política. A política está apodrecendo, estimulada por uma junção entre a economia da atenção, de um lado, e a contaminação do aparelho de Estado por grupos milicianos, do crime organizado, por outro lado. Existem mais alguns elementos aqui, mas os limites do texto não permitiram tratá-los.
Neste contexto, afirmar que o candidato Eduardo Paes(PSD-RJ) interdita o bolsonarismo no Rio de Janeiro é, no mínimo, algo precipitado. Basta observar seu padrão de aliança políticas. Um deputado estadual, que recentemente passou a integrar o seu grupo, fez dois pedidos para aceitar o passe: não indicar um vice do PT e não atacar o ex-presidente Jair Bolsonaro. Alguns analistas comentam sobre uma espécie de aliança com uma milícia light, seja lá o que isso significa. Do ponto de vista estritamente pragmático, ele costurou tão bem essas alianças que consegue, até o momento, isolar o delegado Alexandre Ramagem, que assume abertamente um perfil eminentemente bolsonarista.
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