pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: A política brasileira em maus lençóis.
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domingo, 25 de agosto de 2024

Editorial: A política brasileira em maus lençóis.



O ator francês, Alain Delon, morto recentemente, deixou uma declaração polêmica sobre seus últimos momentos neste plano. Falas assim sempre causam um forte impacto, geralmente negativo. Não foi diferente em relação ao ator francês, bastante criticado por suas declarações, onde ele observava que, passar mais tempo por aqui, talvez não valesse a pena. No dia ontem, tivemos o prazer de acompanhar uma palestra com um professor que admiro bastante, que sempre esteve ocupando um espaço privilegiado em nosso apreço, uma espécie de bússola teórica. Ali ele apontava para uma aliança perniciosa entre determinados segmentos sociais, com o potencial de destruir a política brasileira. 

Já imaginávamos que isso estivesse ocorrendo, a julgar pelos recorrentes processos explícitos de assédios morais dentro das repartições públicas brasileiras nos últimos anos. As chefias, que deveriam proibir esses abusos, integravam, na realidade, uma rede de conivência, permitindo tais licenciosidades. Bastava o indivíduo ser identificado contra a engrenagem do bolsonarismo para tornar-se vítima de perseguições, de inquéritos administrativos e expedientes congêneres. Várias instituições públicas enfrentaram esses problemas, principalmente aquelas onde era necessário cercear suas ações para a boiada passar. Ocorreu uma espécie de banalização dessas práticas. O mais espantoso é que a máquina continuou moendo, mesmo sobre a égide de um novo governo, de onde se conclui que a semente do mal não foi abolida. A erva daninha viceja. Ou o governo anterior não reuniu condições de extirpá-la ou tornou-se conivente com esses abusos, o que é mais grave. Instituições "aparelhadas" durante o bolsonarismo permanecem aparelhadas. 

Há uma aliança perniciosa entre grupos religiosos pentecostais e  neopentecostais, a extrema ou ultradireita, facções do crime organizado, grupos milicianos e pseudos agentes de Estado  ligados aos aparelho repressor. O amálgama de tudo isso é este fenômeno da economia da atenção, sob a égide da ideologia da prosperidade. Uma prosperidade até por caminhos tortuosos, como já se percebeu na engrenagem que une grupos evangélicos e facções, ou seja, a lavagem de dinheiro. O circuito do mal está completamente fechado, mesmo com alguns evangélicos achando que ainda vão para o céu, diante de tantos pecados. Os danos produzidos pelos quatro anos do bolsonarismo não mudaram em nada este cenário. A engrenagem continua moendo. Como disse Steve Bannon recentemente, nós ainda vamos sentir saudade de Donald Trump. Alguém consegue imaginar isso? Abriram as portas do inferno para fazermos o "M". 

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