pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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domingo, 27 de maio de 2012

O que, afinal, João da Costa esconde naquelas pastas?


Há um consenso de que as rusgas do PT no Recife chegaram ao limite do tolerável. As roupas sujas foram lavadas em público, expondo as lutas fratricidas pelo poder, lideradas por agrupamentos que não poupam seus adversários, conforme os adjetivos já amplamente divulgados pela imprensa. Hoje, em qualquer circunstância, o PT vai chamuscado para o pleito de 2012. As principais lideranças da Frente Popular, temendo o pior, inrtensificam as costuras no sentido de construção de  alternativas, em razão das dificuldades que o partido enfrentará, seja lá qual for o indicado. Até mesmo seu maior trunfo político, o Deputado Federal João Paulo, encontra-se seriamente atingido. Tornou-se um ator coadjuvante no processo, responsabilizado, inclusive, pelos problemas que o partido enfrenta no Recife. De certa forma, João Paulo meteu o PT numa grande enrascada. Transformou um poste num pilotis que, se derrubado, pode comprometer a estrutura do prédio. Se mantido em pé, isola a caciquia petista no Estado, mas pode conduzir o partido a um desastre anunciado nas urnas.Durante os momentos mais acalorados dos embates, há ameaças veladas do atual prefeito no sentido de revelar alguns segredos da administração do seu padrinho político. Há quem afirme que trata-se, tão somente, de um blefe, mas o prefeito e a primeira-dama são bastante incisivos quando tratam do assunto. João da Costa foi à reunião da executiva do partido, em São Paulo, municiado desse suposto dossiê. O imaginário político continua a especular sobre o que teria levado os dois ao rompimento político. A versão mais recorrente – que deixa João Paulo uma arara – é a de que ele gostaria de continuar mandando na Prefeitura do Recife. Embora o prefeito afirme que está com os ânimos desarmados, João Paulo continua firme na sua convicção sobre a impossibilidade de um reatamento político.Em última análise, aquelas pastas de João da Costa, escondem, na verdade, apenas detalhes de um enredo que estão comprometendo, em definitivo, o legado do PT na cidade do Recife. Mesmo sem carisma, mas de posse da caneta e da máquina, João da Costa vem consquistando apoios importantes para o seu projeto de reeleição, sobretudo entre os militantes menos "institucionalizados", mais entricheirados nos trabalhos junto às comunidades. Sua vitória nas últimas prévias - anuladas pela Executiva Nacional do PT - o colocaram na condição de David pela imprensa nacional. João da Costa sempre é apontado como aquele que venceu Lula, um governador de Estado, a Executiva Nacional do PT, e as principais lideranças da aristocracia petista em Pernambuco. 

Crédito da foto: Hesíodo Góes, Folha de Pernambuco.

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Pierre-Auguste Renoir
Marie-Thérèse Durand - Ruel sewing, 1882.

Charge!Paixão! Os "remendos" do Código Florestal!

Paixão

Gazeta de Alagoas: Mostra traz obras de Caravaggio ao Brasil

 
 
ARTES. Após dois anos de negociações e três cancelamentos sucessivos, exposição Caravaggio e seus Seguidores finalmente é inaugurada

MOSTRA TRAZ OBRAS DE CARAVAGGIO AO BRASIL

Por: SILAS MARTÍ - FOLHAPRESS

Belo Horizonte, MG – Uma roda se forma em volta da caixa lacrada. Técnicos desparafusam a tampa e empregados do museu congelam diante da primeira visão do São Jerônimo de Caravaggio. “É ele?”, pergunta um funcionário. “Sim, essa é dele mesmo, uma verdadeira”, responde a restauradora.

Já na montagem da mostra do mestre do barroco na Casa Fiat de Cultura, em Belo Horizonte, olhares destrincham as telas de Caravaggio em comparação com as obras de seus seguidores, também expostas. Mas nenhuma consegue ser tão magnética quanto as dele.

Mesmo os curadores da exposição ficam longos minutos olhando cada centímetro das telas com lupas e lanternas, algo entre uma reverência estranha e um ar embasbacado com aqueles traços.

Um dos artistas mais copiados do mundo, Caravaggio também copiou as próprias obras, mas nunca à perfeição. Deixou espaço para mudanças de cor, perspectiva, posição e alguns mínimos detalhes, o que confundiu historiadores de sua obra e embaralhou as noções que se tinha de réplica e original nos últimos 400 anos.

Meses depois da descoberta de outra Medusa feita por ele antes da célebre Medusa da Galleria degli Uffizi, em Florença, a mostra aberta na última segunda-feira (21) na capital mineira, que segue para o Masp, em São Paulo, em julho próximo, trata da polêmica em torno das versões de suas obras.

O quê: mostra Caravaggio e seus Seguidores

Onde e quando: na Casa Fiat de Cultura (rua Jornalista Djalma Andrade, 1250, Belo Horizonte-MG); visitação de 22 de maio a 15 de julho, de ter. a sex., das 10h às 21h; sáb. e dom., das 14h às 21h

Entrada franca

Classificação: livre

Informações: (31) 3289-8900 e no site www.casafiatdecultura.com.br

Leia mais na versão impressa

Portal Tribuna do Norte: Seca: Busca pela sobrevivência vence amor pelo campo.

 

 

Margareth Grilo - repórter especial

A primeira grande seca do século XXI assusta até os mais antigos. Quem vivenciou as secas de 1953 e 1983, como seu Manoel Olinto, 91 anos, de Lajes, e seu Manoel Cassiano, 74, de São Rafael, acredita que a estiagem de 2012 pode acelerar o processo de êxodo rural, já tão presente no campo. O fenômeno, que em alguns municípios, até se estabilizou, nos últimos anos, voltou a se intensificar.

Pelos caminhos da seca, do Agreste ao Oeste potiguar, as estradas vicinais e de barro, que dão acesso aos povoados mais distantes e às serras levam a casas abandonadas; comunidades despovoadas e fábricas em decadência. Nem todos são tão resistentes como seu Olinto. Muitos se retiram do campo, fadigados pela luta árdua para garantir a sobrevivência.

Segundo dados do censo Demográfico 2010, entre 1970 e 2010, mais de 157 mil pessoas deixaram a zona rural. Abandonaram o campo, principalmente, pela pouca condição de convivência com a seca - um fenômeno natural que não deveria, mas ainda surpreende a muitos. Nos onze municípios percorridos pela TRIBUNA DO NORTE, entre 13 e 19 de maio, é evidente o abandono da zona rural.

Para se ter ideia na terra do seu Olinto, Lajes até 1970 a população rural era superior a 4 mil habitantes. Em 2010, os que moravam na zona rural não somavam 2.400 pessoas. O sítio Mulungu, onde mora seu Olinto, já chegou a ser bem habitado. Tinha inclusive uma escola. Hoje, está praticamente deserto. Algumas casas até desabaram.

"Tem umas quatro famílias, no máximo, morando por aqui. Ninguém aguenta essa sequidão", diz Maria do Socorro, filha de seu Olinto. Além da aposentadoria do pai, o que sustenta a casa é o pagamento do Bolsa Família. "O meu pai", acrescenta, "é que diz que vai morrer aqui". A seca que ela considera "tirana" assusta, mas não esmorece seu Olinto. "Já vi passar muitas secas brabas, mas como essa somente a de 53, mas enquanto estiver vivo, continuo no sítio, porque estou fazendo movimento com meu corpo", disse bem humorado, antes de fazer a pé o caminho de volta pra casa, por seis quilômetros.

Ele contou que já viu muitos irem embora, desistirem. "Se eu tivesse morando na rua já estava paralítico", sentencia. Em Currais Novos, Antônio Gonzaga de medeiros, 64, nasceu no campo, mas não teve como continuar no campo. Em junho do ano passado, resolveu se transferir da zona rural para a cidade. "Trabalhava numa granja e morava numa casinha lá, mas estava fraco e o dono dispensou", contou o agricultor. Os fazendeiros da região, segundo ele não contratam mais.

Na região do Serrote do Gama, em Tangará, Maria Gorete da Silva Dantas, também sustenta a família com os R$ 172,00 que recebe do bolsa família. É com esse dinheiro", disse a agricultora, "que a gente atravessa o mês e ainda fica por aqui, por na cidade tudo é mais caro". Ela tem quatro filhos. O marido não está trabalhando. A sorte é que a família ainda tem uns 80 quilos de feijão branco, do plantio de 2011.

Dona Gorete conta que a comida é feita no fogão de lenha. Há mais de um ano que o gás de cozinha acabou e ela não pode compra um novo botijão. Seu Francisco Serafim chega já no final da entrevista e vai logo dizendo "aqui só a sede das fazendas, e está tudo acabado". No passado, o Serrote do Gama e a Serra do Algodão eram áreas bem povoadas.

Em Tangará, 2.258 famílias recebem ajuda instituída no governo Lula. Por mês, o Bolsa Família destina a esse município, R$ 269 mil. Em Currais Novos, a família de dona Mirian da Rocha, 66 anos, se divide, desde dezembro de 2011, entre o campo e a cidade. "A gente tem uma filha doente. Não mais pra morar no campo", contou. Com R$ 1.200,00 de duas aposentadorias, a dela e a do marido, sustenta a família.

Os dois filhos homens que ainda vivem sob sua 'proteção' não trabalham. "É com esse dinheiro que a gente sustenta essa gente toda e os animais", conta dona Mirian, sem queixas. Das oito mulheres, três que estavam na casa da cidade recebem o Bolsa Família, e aguardam a entrega de uma casa própria, em um dos conjuntos populares construídos pelo governo federal no município. Um dos filhos de dona Miriam, o caçula, Abraão Tancredo, 24 anos, diz que não há oferta de trabalho. A esperança, segundo ele, é a abertura de uma mineração de ouro, que deve gerar 342 vagas de trabalho.

Sertanejo ainda mantém esperanças

Quem vive no meio rural reclama a demora na efetivação das ações, o que torna insustentável a permanência na zona rural. Ao percorrer onze municípios, do Agreste ao Médio Oeste do Rio Grande do Norte, a equipe da TN encontrou agricultores e produtores ávidos por informações, nos escritórios da Emater, quanto à liberação de crédito. Estão desesperançosos, apesar dos anúncios de que a ajuda está a caminho.

Em São Rafael, o agricultor Manoel Cassiano, 74, não tem esperanças de alcançar os benefícios anunciados pelos governos. "Fui no banco dia desses e eles me disse disseram que, pela idade, não posso mais ter crédito", contou. Seu Cassiano ainda mantém um pé no sítio, embora tenha se retirado do sertão para a cidade. Tentou empréstimo para custear a ração das 29 cabeças de gado que ainda mantém no sítio.

"Comecei a plantar capim na vazante da barragem", disse ele, "mas a terra está secando rápido e o capim queima". Hoje, para sustentar as reses retira da aposentadoria que recebe. A maioria dos sertanejos que insiste em viver na zona rural e manter rebanho vive assim. O sertanejo reconhece que "o problema é que o homem nunca está preparado para conviver com a seca".

Vai seca, vem seca e os velhos problemas se renovam. Hoje, quando a luz elétrica chega ao local onde morou, ele já está longe., Manteve-se fiel ao sertão por mais de 30 anos. "Agora, luto aqui, mas vivo mesmo na cidade", contou, enquanto mostrava os arredores da barragem, no povoado Cordão de Palha, área da antiga Cidade Velha.

Seu Cassiano considera, como a maioria dos especialistas esta como a maior seca das últimas quatro décadas. Mas diz que vai "pelejar até quando puder para que seu gado atravesse bem a seca". Sem esperança de chuva "para fazer recurso [água[", ele acredita que pode dar "uma chuvada, para fazer rama". Todos os dias, às 4h30 ele já está nos pés da barragem. Seu Cassiano foi um dos agricultores que plantou feijão e milho, mas perdeu tudo.

Ele não soube dizer se tem direito ao seguro-safra. Esse pagamento é feito aos agricultores cadastrados, que registram perda de safra. A promessa do governo federal é de antecipar o início do pagamento para junho. No seguro-safra, além da cota paga pelo agricultor, o governo federal, estadual e as prefeituras pagam uma parcela. O governo do RN anunciou que já garantiu o depósito da parte que cabe ao governo, R$ 1,5 milhão.

ENTREVISTA

Betinho Rosado, secretário estadual de Agricultura

"Pedimos R$ 20 milhões para barragem subterrânea"

Que soluções o governo tem para ampliar o acesso a água?

Hoje, a Emater já executa um programa de barragens subterrânea em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social, que é realizado nas regiões Central, Seridó e Alto Oeste, e esse convênio é de três milhões de reais. Pedimos a ministra Tereza Campello para fazer um aditivo de vinte milhões de reais. A ministra entendeu que essa é uma ação eficiente para a convivência com a seca. Se não se concretizar os vinte milhões de reais, pode vir quinze milhões.

E o aproveitamento das águas das barragens?

O aproveitamento direto necessitaria de um projeto de assentamento e irrigação que não se resolve assim de forma imediato. Essas barragens deixam 500 quilômetros de rios, com um filete de água e aumentam muito a água subterrânea. Nós apresentamos ao governo federal um projeto piloto para aproveitamento dessa água pelos pequenos agricultores que já estão nas margens. Nós achamos que deve ter de seis a sete mil agricultores nessas margens e, desse total, pensamos aproveitar cerca de mil e quatrocentos, sistemas de irrigação, economizadores de água.

E quando pode começar?

Esse projeto entra na programação do 'Água para todos', que passa pela perfuração de poços, recuperação dos poços já existentes, pela construção de cisternas e também por sistemas de irrigação. Nossa intenção é também ajudar os pequenos agricultores a trocar os equipamentos deles por geradores mais eficientes. Temos proposta nesse sentido junto ao Ministério das Minas de Energia.

Na prática, quando o homem do campo terá esses benefícios para amenizar o sofrimento?

Essas ações estão sendo amenizadas a todo ano, e a todo tempo. Temos cem anos de luta, de trabalho e convivência com a seca. A construção das barragens submersas estava sendo feito ano passado, quando foi um ano bom de chuva. Então esse processo de convivência com a seca tem sido contínuo. O precisamos é tomar consciência de que no Nordeste esses investimentos têm que ocorrer mesmo nos anos de boas chuvas. A gente relaxa um pouco em anos de de inverno. No Rio Grande do Norte hoje estima-se que com 25 mil cisternas a gente termine de atender toda a população rural. Já estamos construindo 18 mil. Então isso é um avanço enorme.

Linhas de crédito são auxílio

O presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Norte (Faern), José Álvares Vieira, afirmou, em entrevista à TRIBUNA DO NORTE, na última quarta-feira, 23, que a expectativa da entidade é de que a liberação das novas linhas de créditos comece o mais rápido possível. A inadimplência, que atinge, no mínimo, 65% dos agricultores e produtores rurais, não deve, segundo ele, inviabilizar os empréstimos, por causa de um acerto feito com o Governo Federal.

No caso do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) o governo federal abriu linhas de crédito de até R$ 12 mil, com juros de 1% ao ano, prazo de até dez anos para pagamento, incluindo três anos de carência. Para os empréstimos até R$ 2,5 mil, o aval será uma garantia pessoal, ou seja, uma nota promissória. "Se o produtor estiver inadimplente, ele diz ao banco que quer negociar e pode contrair o empréstimo", afirmou José Vieira. No caso dessa linha, o produtor terá, no momento do pagamento, desconto de 40%.

Uma outra linha de crédito de até 100 mil foi aberta para os que não estão inseridos no Pronaf, com juros de 3% ao ano, oito anos de prazo para pagamento e três anos de carência. Para essa linha, as garantias são as normais, ou seja, hipoteca. Segundo José Vieira, devido à estiagem e ao alto índice de inadimplência no campo, o governo federal deve anunciar, nos próximos dias, que para empréstimos até R$ 35 mil serão exigidas apenas garantias pessoais, a exemplo do Pronaf.

Fora isso, o governo federal prorrogou as dívidas rurais. No caso do RN, o governo estadual discute com o Banco do Nordeste um fundo de aval para permitir, segundo o secretário estadual de Agricultura do RN, Betinho Rosado, que um número maior de produtores possa solicitar crédito 'sem a necessidade de garantias reais'. O governo aportaria nesse fundo cerca de R$ 5 milhões para alavancar, ao menos, R$ 50 milhões. "Queremos que isso alavanque 100 milhões, para viabilizar a fixação do homem no campo", adiantou Betinho.

Há também uma sinalização do governo federal de aumentar o valor que paga aos produtores de leite de R$ 0,74 para R$ 0,83. Isso permitiria ao governo estadual dar um novo reajuste ao preço do leite, elevando o valor dos atuais R$ 0,83 para R$ 0,86. O aumento dado pelo governo, agora em maio foi de R$ R$ 0,03. O governo pleiteia aumento na participação do governo federal no programa, dos atuais 18% para 50%. Em todos os estados em que esse programa é executado, 80% dos recursos são federais.

sábado, 26 de maio de 2012

Quem é Paulo Henrique?

Marcelo Arantes
Da redação


Quando recebi um e-mail intitulado “Blog do Paulo Henrique”, abri como sempre faço com e-mails de internautas que querem divulgar seus escritos através da internet, sonhando quem sabe um dia, conseguir publicar um livro por um grande selo editorial.
O blog tinha cinco contos: A Máquina do Tempo, A Terra Nossa de Cada Dia, Cenário de Guerra, TOC e Filhos do Descaso; e três romances: A Corte no Brasil, Um Pouco no meu Lugar e Demônio Interior.
Tomado de curiosidade, passei então a ler primeiramente os contos. A Máquina do Tempo é um conto que relata uma viagem no tempo de um forasteiro que chega a uma cidade desconhecida e encontra por acaso um cientista que diz ter inventado uma máquina do tempo e precisa de alguém para testá-la. Achei o conto um tanto romântico demais, mas percebi que a maneira de escrever do escritor prendia a atenção. Continuei a ler os contos e um deles em especial, TOC, me chamou a atenção por retratar a problemática do Transtorno obsessivo-compulsivo que acomete milhares de pessoas. Notei também que o escritor deixava de lado seu traço romântico e que agora se utilizava um pouco da estilística da escola naturalista.
Finda a leitura dos contos, passei para os romances. A Corte no Brasil é um romance que retrata a fuga da família real portuguesa para o Brasil devido à invasão de Portugal por Napoleão. Apesar de prender a atenção – que notei ser uma marca nos escritos de Paulo Henrique – achei que o autor peca no excessivo romantismo com o qual desenvolve o enredo da história. Vale destacar que o romance só não é pior, porque traz informações históricas sobre os costumes e a cultura do século XIX. Em seguida li Um Pouco no meu Lugar que fala sobre o preconceito racial e de classe que um estudante negro tem que enfrentar quando se aventura a namorar uma menina rica e branca (vale a pena ler pela denúncia social) e então passei a leitura de Demônio Interior, o qual considerei o melhor trabalho do escritor. Neste romance Paulo Henrique mescla romantismo e naturalismo e produz um enredo que explora o gênero policial, tendo como protagonista um serial killer, abordando a problemática da psicopatia, perpassando a história com uma dose de romantismo suportável e analisando fatos reais do cotidiano.
Para quem quiser conferir os escritos de Paulo Henrique, coloco abaixo o endereço do blog:

http://phdescritor.blogspot.com.br/

Cahiers du Cinéma: Assunto de Meninas - Filme Completo

Fundação Joaquim Nabuco promove Seminário Rio+20 Nordeste: Realidades e Perspectivas




A Fundaj promove, em 06 de junho, através de sua Coordenação Geral de Estudos Ambientais e da Amazônia (CGEA), o seminário Rio+20 Nordeste: Realidades e Perspectivas, ainda em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente.

Programação
6 de junho de 2012
9h | Abertura
9h15 | Palestra 1
“Perspectivas para a Sustentabilidade Socioambiental Pós-Rio+20” - Adriana Ramos (Instituto Sócio-Ambiental, ISA-Brasília),
Debatedor: Carlos André Cavalcanti (Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Semas-PE)
10h15 | Debate
11h | Intervalo para café
11h15 | Palestra 2
“Rio+20: O Nordeste e a Sustentabilidade”(Secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade doEstado de Pernambuco, Semas-PE) - Sérgio Xavier (Secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade
Debatedor: Clóvis Cavalcanti (Fundação Joaquim Nabuco e UFPE)
12h15 | Debate
13h | Encerramento
:: Baixe aqui a Ficha de Inscrição e remeta para o e-mail cgeaeventos@fundaj.gov.br colocando no assunto (subject) a palavra INSCRIÇÃO.
:: As inscrições serão limitadas a 200 participantes.
:: O seminário será transmitido online no link http://nabuco.fundaj.gov.br/aovivo

LOCAL: Sala Calouste Gulbenkian | Fundação Joaquim Nabuco
Av. 17 de Agosto, 2187 | Casa Forte, Recife - PE

Domingueira do Jolugue: Uma crônica de Luís Fernando Veríssimo.


Ainda pior que a convicção do não é a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase.
É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.
Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto.
A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos “Bom dia”, quase que sussurrados.
Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz.
A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.
Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são.
Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.
O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.
Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.
Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.
Ainda pior que a convicção do não é a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase.
É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.
Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto.
A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos “Bom dia”, quase que sussurrados.
Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz.
A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.
Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são.
Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.
O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.
Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.
Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

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Photo by Manuela Kuepa.

CAFÉ FILOSÓFICO - O TRABALHO 03/06

Verbete de Pesquisa Escolar: Patativa do Assaré.





PATATIVA DO ASSARÉ

Antônio Gonçalves da Silva, dito Patativa do Assaré, nasceu a 5 de março de 1909 na Serra de Santana, pequena propriedade rural, no município de Assaré, no Sul do Ceará. É o segundo filho de Pedro Gonçalves da Silva e Maria Pereira da Silva. Foi casado com D. Belinha, de cujo consórcio nasceram nove filhos. Publicou Inspiração Nordestina, em 1956, Cantos de Patativa, em 1966. Em 1970, Figueiredo Filho publicou seus poemas comentados Patativa do Assaré. Tem inúmeros folhetos de cordel e poemas publicados em revistas e jornais. Está sendo estudado na Sorbonne, na cadeira da Literatura Popular Universal, sob a regência do Professor Raymond Cantel. Patativa do Assaré era unanimidade no papel de poeta mais popular do Brasil. Para chegar onde chegou, tinha uma receita prosaica: dizia que para ser poeta não era preciso ser professor. 'Basta, no mês de maio, recolher um poema em cada flor brotada nas árvores do seu sertão', declamava.
Cresceu ouvindo histórias, os ponteios da viola e folhetos de cordel. Em pouco tempo, a fama de menino violeiro se espalhou. Com oito anos trocou uma ovelha do pai por uma viola. Dez anos depois, viajou para o Pará e enfrentou muita peleja com cantadores. Quando voltou, estava consagrado: era o Patativa do Assaré. Nessa época os poetas populares vicejavam e muitos eram chamados de 'patativas' porque viviam cantando versos. Ele era apenas um deles. Para ser melhor identificado, adotou o nome de sua cidade.
Filho de pequenos proprietários rurais, Patativa, nascido Antônio Gonçalves da Silva em Assaré, a 490 quilômetros de Fortaleza, inspirou músicos da velha e da nova geração e rendeu livros, biografias, estudos em universidades estrangeiras e peças de teatro. Também pudera. Ninguém soube tão bem
cantar em verso e prosa os contrastes do sertão nordestino e a beleza de sua natureza. Talvez por isso, Patativa ainda influencie a arte feita hoje. O grupo pernambucano da nova geração 'Cordel do Fogo Encantado' bebe na fonte do poeta para compor suas letras. Luiz Gonzaga gravou muitas músicas dele, entre elas a que lançou Patativa comercialmente, 'A triste partida'. Há até quem compare as rimas e maneira de descrever as diferenças sociais do Brasil com as músicas do rapper carioca Gabriel Pensador. No teatro, sua vida foi tema da peça infantil 'Patativa do Assaré - o cearense do século', de Gilmar de Carvalho, e seu poema 'Meu querido jumento', do espetáculo de mesmo nome de Amir Haddad. Sobre sua vida, a obra mais recente é 'Poeta do Povo - Vida e obra de Patativa do Assaré' (Ed. CPC-Umes/2000), assinada pelo jornalista e pesquisador Assis Angelo, que reúne, além de obras inéditas, um ensaio fotográfico e um CD.
Como todo bom sertanejo, Patativa começou a trabalhar duro na enxada ainda menino, mesmo tendo perdido um olho aos 4 anos. No livro 'Cante lá que eu canto cá', o poeta dizia que no sertão enfrentava a fome, a dor e a miséria, e que para 'ser poeta de vera é preciso ter sofrimento'.
Patativa só passou seis meses na escola. Isso não o impediu de ser Doutor Honoris Causa de pelo menos três universidades. Não teve estudo, mas discutia com maestria a arte de versejar. Desde os 91 anos de idade com a saúde abalada por uma queda e a memória começando a faltar, Patativa dizia que não escrevia mais porque, ao longo de sua vida, 'já disse tudo que tinha de dizer'. Patativa morreu em 08 de julho de 2002 na cidade que lhe emprestava o nome.

http://www.tanto.com.br/Patativa.htm


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Paixão

Revista CartaCapital: Quem acredita na resposta de Gurgel à CPI?

Uma vergonha a resposta de Roberto Gurgel, procurador geral da República, à desacreditada Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI).


O procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Foto: Agência Brasil

Para Gurgel, o “engavetamento de mais de dois anos foi uma estratégia”. Só não pensou ter sido também uma estratégia para Cachoeira continuar a delinquir.
E quem aproveitou a ilegal estratégia de Gurgel ? Com a palavra, o senador Demóstenes Torres, Fernando Cavendish, responsável à época pela construtora Delta e Carlinhos Cachoeira. Será que teriam coragem de dizer que foram prejudicados pelo engavetamento ?
Por evidente, a sociedade civil e a legalidade foram as principais vítimas do engavetamento.
Volto a afirmar, pela lei processual penal, Gurgel tinha o prazo de 15 dias para se manifestar. Levou dois anos.
Mais ainda, como descobriu Gurgel que outro inquérito (Monte Carlo) seria aberto? E foi aberto por requisição de dois promotores estaduais (nada a ver com o Ministério Público Federal) e em face de ilegalidade decorrentes de exploração de jogos eletrônicos ilegais. E o inquérito (Monte Carlo) foi instaurado anos depois da conclusão do inquérito da Operação Vegas. Pelo jeito, Gurgel tem bola de cristal.
Na resposta apresentada à CPI, o procurador-geral da República nada diz a respeito das trapalhadas feitas pela sua mulher quando entrou em cena como biombo para não atingir Gurgel. Para quem não sabe, ele era muito conhecido no Ministério Público Federal, pois fazia política associativa, interna. Não é, portanto, um diletante na arte de acordos políticos.
Só para lembrar, a subprocuradora sustentou, e foi desmentida pela direção da Polícia Federal, que houve pedido para “segurar” os autos. Ora, se fosse para ganhar tempo, o delegado pediria a volta dos autos para completar diligências. E ele não fez isso. Ao contrário, deu o inquérito por concluído.
Para usar uma expressão popular, não “cola a história” contada por Gurgel à CPI. E o delegado responsável pelo inquérito não iria concluí-lo para depois pedir ao procurador Gurgel, por meio de sua mulher, sentar em cima dos autos.
Abaixo, a notícia publicado, hoje, no Valor Econômico, por Maíra Magro, Yvna Sousa e Bruno Peres:
“O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, enviou ontem, no limite do prazo, seu depoimento escrito à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira, com respostas às perguntas feitas por parlamentares. O documento, de sete páginas, repete o argumento de que a decisão de segurar o inquérito da Operação Vegas, em 2009, fez parte de uma estratégia do Ministério Público Federal para permitir novas investigações. Mas não entra na guerra de versões entre a Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre quem teria solicitado a paralisação do inquérito”

Wálter Maierovitch

Revista IstoÉ: O jeito Thomaz Bastos de advogar

Pela primeira vez na história do País, um ex-ministro da Justiça acoberta o silêncio de um contraventor perante os holofotes de uma CPI. Márcio Thomaz Bastos joga sua força no caso Cachoeira e levanta polêmica sobre seu modo de atuar

Claudio Dantas Sequeira e Izabelle Torres

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ALCANCE POLÍTICO
Nos últimos anos, Thomaz Bastos deu suporte jurídico ao
ex-presidente Lula, à presidenta Dilma Rousseff e a integrantes do PT

Na última semana, o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos protagonizou dois episódios capazes de gerar sérias controvérsias no mundo político e jurídico do País. Em um, exerceu pressão pública sobre o Supremo Tribunal Federal. Em outro, o mais visível e polêmico deles, colocou-se como um obstáculo para o trabalho que o Congresso Nacional pretendia realizar. Em ambos os casos, não praticou ilegalidades ao contrapor-se a dois poderes da República. Mas suas ações também não podiam ser vistas como meros atos rotineiros de um advogado criminalista. As atitudes do ex-ministro da Justiça estavam imbuídas de uma inegável e estrondosa conotação política. Márcio Thomaz Bastos e a maioria de seus clientes sabe que ele ainda é um homem poderoso, com influência sobre partidos, parlamentares e tribunais. Nos últimos anos, ele foi conselheiro de dois presidentes da República e deu suporte jurídico a vários integrantes da PT. Além disso, teve papel decisivo na nomeação de sete dos 11 atuais ministros do STF.

No caso mais emblemático, Márcio Thomaz Bastos, por vezes, parecia zombar do Congresso e dois contribuintes. Ele se postou ao lado do bicheiro Carlinhos Cachoeira durante audiência na CPI que investiga o esquema de corrupção e lavagem de dinheiro montado pelo contraventor. Orientou seu cliente a ficar calado, para evitar produzir provas contra si mesmo, e com isso provocou a ira de deputados e senadores, que viam no depoimento uma esperança de avançar nas investigações. É indiscutível o direito constitucional de qualquer réu à plena defesa, independentemente da acusação ou malfeito que tenha cometido. Ninguém é obrigado a produzir provas contra si mesmo. Também é dever do advogado defender um acusado perante a Justiça, até mesmo quando este não dispõe de recursos. No entanto, a CPI é norteada por um processo muito mais político do que jurídico. E, como era sabido por todos os parlamentares presentes, Thomaz Bastos não permaneceu durante toda a sessão acomodado ao lado de um contraventor somente como um grande criminalista. Ele era o retrato de um ineditismo: pela primeira vez na história do Congresso, um ex-servidor público que ocupou a mais alta esfera do Judiciário nacional, dava cobertura e amparo ante os holofotes a um bicheiro, notório criminoso, que já se provou pernicioso ao erário. “Espero nunca mais encontrar o ex-ministro numa situação como essa”, disse o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ).
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O CONTRAVENTOR E O EX-MINISTRO
Impávido, Thomaz Bastos permaneceu ao lado de
Carlinhos Cachoeira durante toda a sessão da CPI
Na mesma semana, Thomaz Bastos apareceu junto a outros nove advogados de réus do mensalão como signatário de um documento em que se dizem preocupados com a onda de cobranças contra o Supremo Tribunal Federal no caso. Temem que o julgamento seja inundado por seu caráter político e se transforme num “juízo de exceção” e assim sugerem à corte um rito com limite de sessões semanais. O fato de ter, em alguns casos, indicado, em outros, ajudado a escolher a maioria dos atuais membros da Suprema corte não parece constranger o ex-ministro. “Fui advogado por 45 anos consecutivos, passei quatro anos no Ministério da Justiça, do qual saí há seis anos”, disse Thomaz Bastos à ISTOÉ.

O ex-ministro também negou que tenha entrado no caso Cachoeira por orientação política e não fala em honorários – embora circule a informação de que teria cobrado R$ 15 milhões, em três prestações mensais, para defender o contraventor. A Polícia Federal e membros da CPI suspeitam da origem dos recursos de Carlinhos Cachoeira. O líder do PPS, Rubens Bueno, chegou a questionar, durante sessão da CPI em que estava Thomaz Bastos, de onde vinha o dinheiro para custear a defesa, pois, segundo a Receita, os rendimentos oficiais do bicheiro não chegariam a R$ 200 mil.
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CASO FRANCENILDO
Thomaz Bastos foi quem montou toda a estratégia
de defesa do ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci
Não é de hoje que Thomaz Bastos se vê envolvido em casos rumorosos. Ficou famoso seu auxílio, ainda como ministro, na defesa do então ministro da Fazenda, Antônio Palocci, no escândalo da violação do sigilo do caseiro Francenildo. Bastos também assessorou a montagem da defesa de Delúbio Soares e Zé Dirceu no caso do mensalão. Até hoje, Thomaz Bastos é consultado por Lula, que, quando presidente, o chamava ao Palácio do Planalto até cinco vezes por dia. O advogado também deu suporte jurídico à campanha de Dilma Rousseff à Presidência. Pela ligação com o PT e Lula, Tomaz Bastos consolidou na esfera política uma ampla e complexa rede de influências. Todas as indicações para a cúpula do Judiciário, desde 2003, são atribuídas ao ex-ministro, ainda que indiretamente. Quando Joaquim Barbosa foi indicado para o Supremo, Thomaz Bastos ligou para ele em Los Angeles, avisando-o. O mesmo ocorreu com Dias Toffoli, advogado do PT, que foi para o STF com as bênçãos do ex-ministro. Toda essa influência no Judiciário alimenta especulações de que os nomeados não teriam plena autonomia. A mesma impressão ocorre dentro da Polícia Federal, órgão turbinado na gestão de Bastos. A equipe de advogados coordenada por ele agora procura falhas processuais e erros que possam ter sido cometidos pela PF na Operação Monte Carlo, que prendeu Cachoeira. Para o líder do PSOL na Câmara, Chico Alencar (RJ), não dá para ignorar essa contradição. “É lamentável que isso esteja sendo feito e orquestrado por quem chefiou a Polícia Federal e sabe como poucos como ela funciona”, diz Alencar.
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Revista Veja: Vetos devem enfrentar batalha dura na Câmara

Bancada ruralista vai entrar na Justiça contra decisão do governo. Fatores alheios a projeto, como demora para liberar emendas, podem influenciar

Gabriel Castro e Laryssa Borges
Lincoln Portela: "Estamos vivendo problemas com a desindustrialização, não podemos ter algo parecido no campo" Lincoln Portela: "Estamos vivendo problemas com a desindustrialização, não podemos ter algo parecido no campo" (Sérgio Lima/Folhapress)

O anúncio dos vetos da presidente Dilma Rousseff ao Código Florestal mal havia sido divulgado e os parlamentares ligados aos produtores rural já reagiam, num sinal de que a batalha do governo na Câmara, que analisará os vetos, não será das mais fáceis. O deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), por exemplo, prepara um mandado de segurança para suspender os efeitos da Medida Provisória (MP) anunciada pelo governo assim que ela for publicada.
"A medida provisória é inconstitucional, agride o artigo 62 da Constituição e vai fazer com que o Brasil real fique totalmente na ilegalidade. Todos amanhã ficam expostos a essa indústira de multas que ela cria. É uma atitude de quem não conhece o Brasil", ataca Caiado. O artigo 62 da Constituição define que a Presidência não pode editar Medida Provisória sobre tema já tratado pelo Congresso Nacional. "Eu achei uma truculência ímpar da presidente desrespeitar uma decisão majoritária da Câmara", critica o deputado.
Boa parte da bancada ruralista pertence ao PR. O líder do partido na Câmara, Lincoln Portela (MG), diz entender a prudência do governo, mas teme que o excesso de cautela gere prejuízos ao país: "Eu só temo por uma preocupação além daquilo que é necessário, o que pode prejudicar o produtor rural. Nós estamos vivendo problemas com a desindustrialização, não podemos viver algo parecido no campo".
Líder do bloco dito indepentende - governista com ressalvas - da Câmara, Portela também manda um recado: segundo ele, o clima entre a base aliada o Planalto é hoje pior do que quando a Casa votou o segundo turno do Código Florestal, há um mês. "O projeto pode voltar num clima mais tensionado, porque vai havendo acúmulos e essa tensão vai aumentando. Espero que cheguemos a um denominador comum", diz. Portela faz uma referência velada à insatisfação com o ritmo lento de liberação de emendas parlamentares, somado a interesses particulares em nomeações do governo.
Já o deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP), formado em agronomia e ex-secretário de Agricultura do estado de São Paulo, tem uma visão otimista sobre a decisão da presidente. "Se tem alguma coisa positiva é caminharmos para a segurança jurídica", diz. Para o tucano, o veto significa um avanço porque permite a progressão do debate - agora, novamente no Congresso. "Ela não mexeu nem na questão da somatória da Área de Proteção Permanente com a reserva legal, nem nos percentuais. E não houve o veto total, que não seria bom", defende.
Avanço - Para o líder do PV na Câmara, Sarney Filho (PV-MA), embora o cenário perfeito contemplasse o veto total ao texto, os vetos parciais da presidente ao Código Florestal, com a confirmação da derrubada da anistia a desmatadores, representam uma derrota para a bancada ruralista. “A bancada ruralista saiu fragilizada. Ela estava se achando, achando que podia fazer tudo, acabar com tudo”, declarou.
Favorável ao veto total ao projeto do novo Código Florestal, o parlamentar disse que a legenda manterá o acompanhamento para evitar que, na esteira dos vetos, sejam aprovadas leis com regras ambientais mais frouxas. “Vamos continuar a luta para que não haja retrocesso nem flexibilização da legislação ambiental”, afirmou.“Todas as preocupações de sinalizações de mais desmatamento, de preocupações com manguezais e com áreas de proteção ambiental e contra a anistia foram contempladas, disse Sarney.
Na avaliação do deputado Antonio Roberto (PV-MG), o veto parcial ao Código Florestal, ainda que não completamente explicado pelo Poder Executivo, tem pontos positivos, como a derrubada da anistia a desmatadores e a preservação dos mangues.“Houve um avanço. Está melhor do que estava, com aquele código monstrengo que estava aprovado. Esse monstrengo que foi votado na Câmara era um retrocesso gigantesco com relação ao código atual, que já é antigo. Agora a presidente Dilma colocou como princípio básico de não anistia ninguém. Não faz sentido anistiar criminosos”, comentou.
Crítica - Em nota, o WWF-Brasil criticou a decisão da presidente Dilma Rousseff de não vetar integralmente o texto do novo Código Florestal aprovado pelo Congresso, apesar das frequentes manifestações da sociedade civil pelo veto completo. “A decisão contraria os apelos da maioria da sociedade brasileira, de setores do próprio governo e da comunidade internacional”, disse a entidade ambientalista.
“Apenas o veto integral ao texto possibilitaria a regulamentação da lei atual com participação real da sociedade e da comunidade científica. Sem isso, o Brasil ainda corre risco de retrocesso legislativo, pois as medidas associadas ao veto precisarão novamente do aval do Congresso, aonde ruralistas vêm tentando impor retrocessos à sociedade”, afirmou a WWF.
Rio+20 - Às vésperas da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), o WWF-Brasil acredita que os vetos parciais ao Código Florestal fazem o país chegar ao fórum de discussões “com um discurso e uma prática incompatíveis, além de uma legislação florestal indefinida”.
“Fora os impactos à credibilidade e à liderança do Brasil no cenário global, poderemos sofrer barreiras comerciais por seguir crescendo de forma insustentável. Também fica a dúvida sobre como o país cumprirá suas metas assumidas internacionalmente para conservação da biodiversidade e proteção do clima”, disse, em nota, a secretária-geral do WWF-Brasil, Maria Cecília Wey de Brito.
Sem entrar na controvérsia sobre a imagem do Brasil durante a Rio+20 após a sanção do Código Florestal, o Partido Verde (PV) afirma que ainda mantém força de mobilização para defender suas casas, mesmo com a saída da principal referência da legenda, a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
“Pelo maior apreço que temos pela Marina, que tem uma história bonita, com grande significado ambiental, o partido vai além da Marina. Existe antes e continuará existindo. Temíamos que a saída iria provocar um certo caos e não houve nada disso”, disse o deputado Antonio Roberto.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Fotografia: Boris Kossoy


Boris Kossoy

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Lulie Wallacew, 2012

Dilma veta 12 dispositivos e faz 32 mudanças no código florestal.



A presidente Dilma Rousseff vetou, nesta sexta-feira (25), 12 dispositivos do texto do Código Florestal aprovado pela Câmara dos Deputados. Entre os itens suprimidos, foi retirada do texto a possibilidade de anistia a produtores que desmataram suas propriedades após julho de 2008.

Para tornar a legislação mais clara, Dilma ainda vai enviar uma medida provisória ao Congresso Nacional para alterar 32 pontos do Código Florestal. Assim, ela vai reestabelecer a obrigação de recuperação gradual das APPs (Áreas de Preservação Permanente), conforme o tamanho da propriedade. Das 32 mudanças, 14 se referem à recomposição do texto aprovado no Senado, 5 são dispositivos novos e 13 são ajustes de conteúdo.

Com as novas regras, a recuperação da mata ciliar para pequenas propriedades não vai variar conforme a largura dos rios. A faixa a ser recomposta vai de 5m a 15m, dependendo do tamanho da extensão da terra. Já no caso de grandes propriedades, a recuperação da APP pode chegar a até 100m.

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, demonstrou especial preocupação em punir os desmatadores.

— As diretrizes adotadas compreendem recompor o texto do Senado e preservar acordos e respeitar o Congresso. (…) O veto foi motivado para não permitir que o código pudesse anistiar o desmatamento.

O prazo para que a presidente sancionasse ou vetasse o texto, aprovado pela Câmara dos Deputados no final de abril, terminava nesta sexta.

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O texto do projeto de lei aprovado pela Câmara deixou de fora pontos que haviam sido negociados pelo governo durante a tramitação no Senado. Desde então, organizações ambientalistas e movimentos sociais reivindicam o veto integral ou de partes do projeto.

O ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, exaltou que as mudanças no Código Florestal tem como objetivo a segurança jurídica.

— Nós vamos coroar esse debate sobre o Código Florestal dando muito mais segurança jurídica ao produtor para que ele tenha a certeza de que é possível produzir guardando o meio ambiente. Este não é o código dos ambientalistas ou ruralistas. É daqueles que têm bom senso.

Ao chegar à Câmara, a medida provisória que substituirá os artigos e incisos que sofreram veto por parte da presidente Dilma, passará novamente pelo crivo dos deputados, que foram responsáveis por grandes modificações que não agradaram o governo. O ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, diz acreditar, no entanto, que haverá consenso na Casa Legislativa quanto ao novo texto.

— Temos confiança sim que esse texto será aprovado porque ele representa um acúmulo desse debate.

Texto da Câmara

Pelo texto aprovado na Câmara dos Deputados, as propriedades rurais localizadas próximas a pequenos rios de até dez metros de largura teriam que recuperar uma faixa de 15 metros em cada margem. O texto se silenciava quanto a rios mais largos.

O combate ao desmatamento foi promessa de campanha da presidente Dilma, principalmente durante o segundo turno, quando tentava conquistar os eleitores da então ex-presidenciável Marina Silva.

O Código Florestal tramitou no Congresso Nacional de 2003 a este ano. Hoje era o último dia de prazo para que a presidente vetasse o projeto.

Os artigos vetados e a medida provisória serão apresentados na íntegra pelo governo na segunda-feira (28).

Fonte: Portal R7

PSB realiza plenária para ouvir prioiridades das mulheres em João Pessoa.


A Secretaria Estadual de Mulheres do PSB vai realizar amanhã uma plenária, no auditório do Hotel Tambaú,para ouvir as propostas das mulheres pessoenses para a Capital. O objetivo do encontro é eleger as prioridades apontadas pela sociedade para montar o plano de governo da pré-candidata à Prefeitura de João Pessoa, Estelizabel Bezerra.

O evento, que terá início a partir das 14h, vai contar com a presença da primeira dama do Estado da Paraíba, Pâmela Bório, da secretária estadual da Mulher do PSB, Valquíria Alencar, do presidente do Diretório Estadual do partido, Ronaldo Barbosa, além da pré-candidata Estelizabel.

De acordo com Valquíria Alencar, cerca de 800 mulheres devem participar da plenária para apresentarem propostas de governo, além das pré-candidatas do PSB às vagas na Câmara Municipal de João Pessoa.

“Vamos reunir representantes do PC do B, PV, PSD, PRP, PPL, DEM, PSL, PCB, PDT e PRB, que firmaram apoio à nossa pré-candidata, além de mulheres que representam associações de bairro, grupos organizados, professoras, jornalistas e movimentos de mulheres. Enfim, mulheres da sociedade civil, que terão a oportunidade de apresentarem suas prioridades para a nossa cidade”, destacou.
Fonte: PSB com www.politicabp.com.br

Marconi Perillo pode ser ouvido pela CPI do Cachoeira.


O grupo intitulado de “independentes”,que atua na CPI do Cachoeira, está se movimentando no sentido de convocar o governador de Goiás, Marconi Perillo, para depor, o que abre um precedente para que os governadores Agnelo Queiroz e Sérgio Cabral também sejam convocados. Depois de sabatinado pelo partido, Perillo afirmou que não tem nada a esconder, inclusive colocando-se à disposição da CPI, o que deixou a cúpula do PSDB mais à vontade sobre a sua convocação. Há, sim, indícios fortes de relações pouco republicanas entre Perillo e a turma do Cachoeira, o que seria ótimo para a Comissão aprofundar. A quebra dessa blindagem envolvendo os governadores de Estado, faria um bem danado a res publica.  

Executiva Nacional do PT decide por novas prévias no Recife.


Num processo que será coordenado pela Executiva Nacional do Partido, o PT realizará novas prévias, agendadas para o dia 03 de junho, onde será escolhido, desta vez espera-se que em definitivo, o nome que deverá representar a agremiação nas eleições de 2012. Elói Pietá, que acompanhou as últimas prévias, anuladas ontem, sob o argumento da ocorrência de falhas, não deverá acompanhar o novo pleito, em razão de uma indisfarçável torcida pelo grupo do Secretário de Governo, Maurício Rands. Há uma infinidade de avaliações na crônica política sobre a decisão tomada pela executiva do partido. De um modo geral, prevaleceu a tese de que o partido deveria preservar-se de um desgaste maior, impondo o nome de preferência de sua aristocracia, Maurício Rands, rasgando sua história de respeito pela opinião e decisões tomadas por sua militância. Como o grupo de Rands esperava que isso ocorresse, aparecem alguns derrotados: o próprio Maurício e o senador Humberto Costa que, num momento de fúria, teria esbravejado contra João da Costa, articulando-se em torno de uma decisão arbitrária da executiva. Enfim, prevaleceu o bom-senso. O pouco de bom-senso que ainda resta ao Partido dos Trabalhadores. Ainda sob a refrega do fogo cruzado, João da Costa teria mantido um diálogo áspero com Elói Pietá. Comenta-se, à boca miúda, que o matuto teria ido às lágrimas, mas aceitado as decisões da executiva com resignação. Vai arregaçar as mangas e trabalhar pela confirmação do seu nome no próximo dia 03 de junho. Em todo caso, embora não tivesse o nome homologado, o resultado final das decisões da executiva indicam,sim, uma vitória de João da Costa. A militância pró-João da Costa vem dando demonstrações de que possui fôlego para essa prorrogação. Como está o preparo físico da militância de Rands?

PSTU-PE: Nota pública sobre as prévias do PT em Recife

 
  
PSTU-PE: NOTA PÚBLICA SOBRE AS PRÉVIAS DO PT EM RECIFE

“Capaz de pisar no pescoço da mãe”..., “mau-caráter”... ”corrupto”..., “comprador de voto”... Com essas expressões vulgares trocadas mutuamente, os principais dirigentes do Partido dos Trabalhadores (PT) estadual e municipal retratam o que é este partido hoje.

O lamentável espetáculo das prévias com a guerra de liminares, as agressões físicas entre os militantes, ameaças e agressões até contra a imprensa que cobriam o evento, deixa a população de Recife com uma pergunta no ar: é essa gente que governa a cidade?

O PT de ontem

Toda uma geração de ativistas sérios e abnegados dedicou parte de suas vidas à construção de um partido que representasse os interesses da classe trabalhadora no país. Homens e mulheres que enfrentavam a ditadura militar e buscavam um instrumento de luta contra a exploração e opressão a que eram submetidos nas fábricas, nos canteiros de obra, nas escolas e no campo acreditaram no projeto do PT nos anos de 1980.

Nesse percurso o PT teve um papel fundamental para a construção de uma consciência de classe em determinada época da história recente do Brasil. O jargão “trabalhador vota em trabalhador” resumia esta postura que se difundiu entre uma grande parcela dos trabalhadores. Era um tempo em que ser do PT significava ser um ativista consciente, um lutador de classe, um militante sério. Tinha-se orgulho de erguer a bandeira desse partido nas mobilizações e nos atos públicos.

O PT de hoje

Como todos podem perceber esse tempo já se foi. Hoje o PT abriga em suas fileiras o que existe de pior na política brasileira e suas bandeiras quase não são vistas nos protestos. Não foi o PT que inventou a corrupção, a má administração do dinheiro público, a troca de favores na política. Mas o PT rapidamente se adaptou a tudo isso ao chegar ao poder e hoje comanda o Estado brasileiro seguindo à risca a cartilha escrita pelas velhas oligarquias da direita tradicional (DEM/ex-PFL, PMDB, PSDB e tantas outras siglas de aluguel).

Antes os filiados contribuíam com suas cotizações para a manutenção do partido e tinham direito a decidir sobre os rumos da sigla, hoje o PT se sustenta com dinheiro de grandes empresário (muitos deles acusados de corrupção), de parlamentares (muitos deles envolvidos em escândalos) e de relações questionáveis com o Estado. Tudo é decidido pelos caciques em negociatas das quais os filiados sequer tomam conhecimento.

Dilma, Eduardo, João da Costa e Rands trabalham intensamente para derrotar toda e qualquer mobilização independente dos trabalhadores nos últimos anos, não apenas com o uso tradicional da repressão, mas, principalmente com a cooptação das lideranças sindicais, populares e estudantis.

Essa situação deixa evidente que o imenso nível de investimento público em Suape, através de isenções fiscais, empréstimos e subsídios especialmente para empresas multinacionais, não serviu para alterar em nada a situação da classe trabalhadora no estado.
Isso aparece nos níveis baixíssimos de saúde, escolaridade, na precariedade das moradias e no aumento absurdo da barbárie que atinge principalmente os jovens negros e mulheres trabalhadoras, especialmente na cidade de Recife.
Se para os empresários há todo tipo de incentivos, para os trabalhadores o governo de frente popular reserva a truculência e a repressão. Assim tem sido com as mobilizações estudantis contra o aumento das passagens, com a luta dos camelôs pelo direito de comercializarem nas ruas de Recife e com as lutas dos operários de Suape.

As Prévias em Recife

Com essa trajetória, fica fácil entender que nas prévias do PT de Recife não há uma disputa de projetos para governar a cidade. Há uma batalha pelo comando do aparato da prefeitura com seus milhares de cargos comissionados, os contratos milionários com empreiteiras e prestadoras de serviço terceirizado, pelas verbas do PAC e tantos outros recursos federais que nunca são investidos em benefício do povo.

João da Costa, que atuou no passado no movimento estudantil e depois assumiu o controle do Orçamento Participativo indicado por João Paulo, acostumou-se no poder e decidiu que não iria largar o osso, mesmo sendo tão questionado pela população em geral. O povo credita a ele com toda razão os sérios problemas na saúde, na educação e no saneamento da cidade, enquanto aumenta sem parar a arrecadação e os envios de verbas federais nos cofres da prefeitura.

Maurício Rands, que já foi advogado trabalhista do movimento sindical em outra época, acompanhou também o retrocesso do PT e da CUT e não vacilou em ser vanguarda na reforma da previdência que atingiu duramente os servidores públicos, hoje é o agente direto de Eduardo Campos no PT, que o lançou na disputa, com o intuito de intervir diretamente na prefeitura.

Rands cumpriu o lamentável papel de ter sido o relator da reforma da previdência, que acabou com a aposentadoria integral, com a isonomia de reajuste entre ativo e inativo e aumentou o tempo para a aposentadoria de milhares de trabalhadores. Também fez o serviço sujo de ser o chefe da tropa de choque que defendeu os deputados do PT envolvidos no escândalo do mensalão. Não se pode esquecer que Rands é um os defensores fiéis da privatização da COMPESA.

Pela Frente de Esquerda, com um programa socialista para os trabalhadores

Não basta ficarmos enojados diante desse espetáculo, nossas vidas (salários, empregos, direitos) estão em jogo se esses senhores se perpetuam no poder. A classe trabalhadora da cidade de Recife precisa entrar em cena e se definir por uma alternativa a tudo isso, no campo das lutas e das eleições também.

Nós, do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) aceitamos o desafio de desmascarar o governo de frente popular em Pernambuco e em Recife. Como já afirmamos, nosso compromisso é unicamente com trabalhadores.

Afirmamos sem medo de errar que os governos de Dilma (PT), Eduardo Campos (PSB) e João da Costa (PT) estão a serviço dos grandes empresários, banqueiros, latifundiários e políticos corruptos. Chamamos os militantes sérios e honestos do PT a romperem com esse partido que nada mais tem a ver com suas origens.

Achamos que tanto os representantes da velha direita (Mendonça do DEM, Henry do PMDB, Jungman do PPS) como os candidatos governistas (João da Costa e Maurício Rands do PT) fazem parte de um mesmo projeto de governar para os ricos e contra os trabalhadores.

Por isso, estamos apresentando o companheiro Jair Pedro como pré-candidato do partido à prefeitura do Recife. Jair é uma alternativa da classe trabalhadora, comprometido com as lutas populares e disposto a governar apenas para os trabalhadores e povo pobre da cidade.

Desde muito antes das eleições temos feito um insistente chamado aos partidos de oposição de esquerda no estado, especialmente ao psol, ao PCB e também ao PCR, para que formemos uma frente de esquerda.

Uma frente que se expressasse nas eleições e nas lutas dos trabalhadores em Pernambuco.

Uma frente de oposição de esquerda aos governos de Dilma, Eduardo e João da Costa; vinculada ao processo de reorganização do movimento sindical, estudantil e popular no estado como reflete hoje a CSP/CONLUTAS, com uma clara postura classista, um compromisso com a classe trabalhadora, suas lutas e reivindicações, sem qualquer relação ou apoio financeiro de setores patronais, ou com partidos de aluguel e da direita tradicional no estado.

Esse chamado está mais atual do que nunca.

Direção Estadual do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado – PSTU
Recife, 25 de maio de 2012

Nota do editor: O que hoje chama-se PSTU, no passado, foi a Convergência Socialista, uma tendência, como outras tantas, qua atuavam no interior do Partido dos Trabalhadores. Com o crescente processo de institucionalização do PT, a Covergência Socialista, que manteve-se fiel a algumas teses consideradas radicais, foi expulsa da agremiação.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Executiva Nacional do PT anula as prévias do Recife.


Reunida no dia de hoje, em São Paulo, com a presença dos principais interessados, Maurício Rands e João da Costa, a Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores, conforme já havíamos antecipado, anulou as prévias realizadas no último domingo. Ficou acertado que no próximo mês o PT recifense irá realizar uma nova prévia, com os candidatos já inscritos, subtraindo-se da condição de votantes, um número bastante expressivo de militantes. Apenas poderão votar os que estiverem quites com a anuidade. Resta saber se teremos mais uma guerra de liminares ou os postulantes aceitarão as novas regras. Amanhã, aqui no Blog do Jolugue, as reações dos candidatos.

Qual seria o destino do matuto que tomou água de barreira?


Ainda não sabemos quais seriam as medidas a serem tomadas pelo grupo que apóia o prefeito João da Costa, caso sejam confirmadas as nossas previsões sobre a decisão da Executiva Nacional do Partido, ou seja, a possível anulação do processo de escolha interna do último domingo, possibilidade mais concreta, embora os partidários do prefeito não suportem nem ouvir falar. Além de continuar brigando no PT, uma outra possibilidade seria o prefeito sair da agremiação ou até mesmo ser expulso, como advogam seus adversários. Neste caso, é difícil predizer se o prefeito se preparou para essa eventualidade. Ontem um colunista de política local lembrou o epísódio envolvendo o ex-prefeito e hoje senador da República, Jarbas Vasconcelos, quando teve que sair do PMDB numa circunstância bastante semelhante. Na realidade, o Waterloo petista está apenas começando e o grau de animosidade gerado pelas prévias terá conseqüências nefastas para a agremiação pelos próximos anos. Vamos aguardar os próximos capítulos dessa novela. O ex-prefeito João Paulo não teria sido convocado pela direção nacional para a reunião decisiva da cúpula partidária petista. Mal presságio, Eduardo Maia.

Sérgio Guera acusa o PT de "partidarizar" os trabalhos da CPI


Os comentários do Deputado Federal e Presidente Nacional do PSDB, Sérgio Guerra, sobre uma “partidarização” da CPI do Cachoeira, desqualificando os trabalhos conduzidos pelo PT, soam sem sentido. Os arranjos políticos celebrados nessa CPI – quem acompanha o Blog do Jolugue está bem informado a esse respeito – são escandalosos e envolvem, praticamente, todos os partidos, inclusive o PSDB, comandado por Sérgio Guerra.  Vai Sérgio afirmar que o partido não concordou sobre os "acertos" para a não convocação dos governadores, que envolveriam os nomes de Agnelo Queiroz(PT), Marconi Perillo(PSDB) e Sérgio Cabral(PMDB)? O que se pode dizer de concreto é que, para variar, a oposição continua batendo cabeça naqueles trabalhos, não definindio um estratégia conjunta de atuação.


CPI do Cachoeira: Dadá manteve o silêncio. Nada a declarar.


Convocado para depor na CPI do Cachoeira, o ex-sargento da Aeronáutica, Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, deve manter-se em silêncio, atendendo recomendações dos seus advogados. A prática vem se tornando recorrente. Comentou-se que Dadá teria se predisposto a entrar no programa de delação premidada, mas teria feito tantas exigências que o processo acabou não se viabilizando. Dadá era um espécie de araponga do bicheiro, levantando informações importantes para os seus negócios. A revista Veja teria usado algumas dessas informações em suas matérias, daí a insistênica de alguns membros da CPI, sobretudo ligados ao PT, para que seus editores fossem convocados.

Já faz algum tempo que o PT foi estuprado, caro Múcio Magalhães.


Os comentários do vereador Múcio Magalhães sobre os últimos acontecimentos envolvendo as prévias do PT foram infelizes. Em primeiro lugar, o PT não foi estuprado mais recentemente. Já faz algum tempo.  Outro questionamento pertinente diz respeito ao que, de fato, pode ser apresentado como uma violência não consentida sobre os princípios partidários: a alegação do grupo de Rands sobre as possíveis irregularidades nas prévias ou, o mais grave, o não acatamento do resultado de um instrumento dos mais legítimos da democracia interna petista. Este último, sim, um estupro de fato à história de uma agremiação partidária que deu provas insofismáveis ao Brasil sobre como se constrói um partido de massas, democrático, organicamente vinculado aos movimentos sociais.Muito mais do que sofrer um estupro, Múcio, a aristocracia partidária petista tratou de prostituir o PT. As decisões sobre as prévias do Recife estão sendo tomadas por uma caciquia, uma elite partidária, que não terá nenhum problema em não respeitar a vontade da militância, manifesta no último domingo.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Governador sanciona Lei que garante autonomia da Defensoria Pública.

 




O governador Ricardo Coutinho sancionou nesta quarta-feira (23), em solenidade no Palácio da Redenção, a Lei Complementar nº 20/2012 que dispõe sobre a organização e estrutura orgânica da Defensoria Pública do Estado da Paraíba. Com a nova legislação, a Defensoria Pública ganha a autonomia administrativa e financeira e passa a ter eleições onde os próprios defensores escolherão um defensor público geral.
O projeto de Lei foi enviado pelo Governo do Estado à Assembleia Legislativa em outubro do ano passado e aprovado, por unanimidade, no dia 18 de abril deste ano. "É um prazer muito grande como governador realizar um sonho e dar um passo tão importante para o fortalecimento da Defensoria”, destacou Ricardo Coutinho.
Para o presidente do Sindicato dos Defensores Públicos da Paraíba, Levi Borges, a lei complementar representa um marco histórico para a Defensoria Pública e para os defensores com a adequação a legislação federal instituída pela Lei Complementar nº 132/2009. "Essa adequação trás novidades como a eleição para que a categoria escolha o defensor público geral para formação de uma lista tríplice que será remetida para a nomeação do governador”, destacou Levi.
Após sancionar a lei, o governador classificou o momento histórico em que a Defensoria Pública ganha autonomia administrativa e financeira e, a exemplo do Ministério Público, irá gerir as suas responsabilidades e ações. "É importante que os mais de 350 defensores compreendam que, ao mesmo tempo em que a legislação é um passo para fortalecer a instituição, também é um passo onde poderemos das respostas à sociedade. Cerca de 80% da demanda dos Fóruns Jurisdicionais são de pessoas que necessitam do trabalho do defensor. Esse é um serviço essencial e que deve ser cada vez mais qualificado para que a sociedade se sinta amparada”.
Ricardo destacou que o projeto foi discutido exaustivamente com a categoria e com a Assembleia Legislativa, que soube fazer as mudanças necessárias no projeto original. De acordo com o governador, a partir de agora a Defensoria poderá fazer o disciplinamento salarial e realização de concursos, desde que esteja dentro dos limites da sua capacidade financeira e da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
O defensor público geral do Estado, Vanildo Oliveira Brito, destacou que a Lei da autonomia da Defensoria é fruto de uma luta de três anos desde a publicação da Lei Complementar nº 132 e a adequação à legislação nacional está sendo feita com a assinatura de hoje. "A Defensoria vive hoje um marco histórico, um divisor de água, para seu fortalecimento e para a melhoria dos serviços jurídicos oferecidos à população de baixa renda”, completou.

A solenidade de sanção da lei de autonomia da Defensoria Pública reuniu defensores e deputados estaduais. O presidente da OAB Paraíba, Odon Bezerra; o subprocurador do Ministério Público, Nelson Lemos, e o conselheiro André Carlos Pontes também integraram a mesa de honra.
Fonte: Da Assessoria

Teresa Leitão recomenda que a Executiva Nacional do PT acate o resultado as urnas nas prévias do PT no Recife.


A deputada Teresa Leitão, juntamento com outros companheiros, abriu uma cisão na tendência Construindo um Novo Brasil, após desgastantes embates com líderes dessa tendência, culminando com o seu projeto de candidatar-se à Prefeitura de Olinda nas eleições de 2012. O grupo esteve com João da Costa, apoiando o seu projeto de reeleição. Questionada a respeito do impasse vivido pelo partido no Recife, em razão do resultado das prévias, embora saiba-se de sua torcida por João, assumiu uma postura bastante coerente e sensata, afirmando que o melhor para o PT, no momento, seria reconhcer a vitória de João da Costa. De fato, respeitar os resultados das urnas significaria um indicativo de que, pelo menos, o partido ainda flerta com um elemento substantivo de sua história: a experiência de democracia interna. João poderia ir desgastado para o pleito, mas os danos seriam menores do que o não respeito à vontade da militância, impondo-se um nome que não foi homologado pelas urnas. Situação ideal já não é mais possível. Embora Teresa tenha razão, conforme alertamos no nosso artigo, João precisa colocar as barbas de molho, uma vez que a Executiva Nacional da legenda não o deseja como candidato. Há rumores de que eles, possivelmente, anulariam o resultado do pleito.