Mesmo antes das eleições presidenciais de 2022, o nicho eleitoral dos evangélicos passou a representar uma grande preocupação para o morubixaba petista. Uma das afirmações de Lula é não saber como este divórcio se deu, ao longo dos anos, quando essas relações já teriam sido bem melhores no passado. Essa discussão já foi amplamente debatida por este blog, onde tratamos deste assunto em inúmeras ocasiões. Para não saturar os nossos leitores, vamos aos fatos. Nesta minirreforma ministerial que estaria sendo pensada no Planalto, depois da refrega das últimas eleições municipais, prevê-se o convite a um evangélico, de preferência uma mulher.
Primeiro que não é com a abertura de espaço na Esplanada dos Ministérios que o problema da relação truncada com os evangélicos será sanada. Longe disso. O problema é bem mais complexo. Mais uma vez, ao sugerir convidar uma mulher, o partido sugere não ter entendido que essa discussão identitária chegou ao limite em amplos segmentos sociais. Uma das razões pelas quais ocorreu o sucesso da candidatura de Donald Trump nos Estados Unidos foi exatamente a insistência de Kamara Harris em insistir nessa pauta de gênero, quando a inflação estava nas alturas, o americano comum endividado e a avaliação de Joe Biden descendo as escadarias.
A notícia boa é que já existem alguns segmentos dentro do PT manifestando uma preocupação efetiva com este assunto, sugerindo focar no bolso, no emprego, na segurança, nos salários e menos em lacrações. O PT perdeu essa organicidade com os evangélicos depois do processo de oligarquização a que foi submetido, quando se criaram as castas dirigentes, muito mais preocupadas com o processo eleitoral do que com a atenção às suas bases. Houve um tempo em que existiam núcleos evangélicos dentro da legenda, que faziam essas interlocuções. Este é um dos motivos. Existem outros, talvez ainda mais determinantes.
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