O Brasil passa por um dos seus momentos mais delicados. Antes o problema tratar-se apenas dos incêndios na região do Amazonas; o dragão da inflação, que já começa a rondar as gôndolas dos supermercados, com seu apetite voraz; os mosquitos da dengue, que agora incidem em todas as estações do ano; as nevrálgicas questões relacionadas à segurança pública ou as agruras que passa o Governo Lula3, completamente desnorteado, sem saída, metido numa sinuca de bico. Infelizmente é preciso admitir que o Governo Lula3 não vai bem. Restou como alternativa sinalizar que vai mexer na aposentadoria dos militares, o que significa mexer num vespeiro. Nem em tempos de "normalidade" houve espaço para tal discussão. Imaginem num momento de instabilidade institucional crônica.
O processo é mais grave e diz respeito a uma espécie de degenerescência institucional generalizada. Uma metástase. Até recentemente, por muito pouco não se instala na dependência de um órgão de fiscalização e controle das contas públicas um salão de beleza para atendimento dos servidores, onde se oferecia até mesmo depilação de contorno. Nas repartições públicas são recorrentes as denúncias de assédios institucionalizados, que é quando os gestores e dirigentes, que deveriam atuar de forma isenta e republicana, sugere-se que dão sinal verde para as perseguições sistemáticas a determinados servidores que não se coadunam com os grupelhos encastelados.
As investigações sobre o assassinato do empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, que seria um delator de uma organização do crime organizado, desmonta um novelho estarrecedor, evidenciando que a corrupção do aparelho policial de São Paulo, assim como de outras praças do país, não é menor do que em relação ao Rio de Janeiro, implicando num ônus pesado para a população. Vamos fazer por aqui uma presunção dos tempos do faro investigativo. A organização criminosa, de fato, tinha interesse na morte do empresário, mas o mais provável é que ele tenha sido morto pela banda podre. No Maranhão e no Mato Grosso, no que concerne à corrupção também presente no sistema judiciário, se o indivíduo reúne as condições econômicas, poderia comprar a decisão de sentenças em seu favor. O dinheiro saía em poucas horas, de forma expressa, sacado na boca do caixa, por zelosos auxiliários dos envolvidos.
Na Paraíba, o GAECO e o MPPB, que realizam um trabalho digno do reconhecimento da população, impetraram uma grande ação junto à Defensoria Pública do Estado, onde, supostamente, há indícios de irregularidades relacionadas aos desvios de funções praticadas por alguns servidores. Neste caso, precisamos até consultar alguém da área para saber como isso seria possível numa instituição que, em princípio, foi concebida exatamente para proporcionar a chance de defesa ao cidadão ou cidadã que não poderia bancar as custas de um processo. Não vamos entrar em mais detalhes por aqui para não melindrarmos, mas está tudo dominado.
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