Ainda há muitas controvérsias em torno deste assunto. O que estão se tornando explícitas mesmo são as indisposições entre diversos ministérios e o Ministério da Fazenda, comandado por Fernando Haddad, na realidade, o dono da tesoura. O ministro já manteve diversas conversas com o morubixaba petista e sabe que a construção de consensos, quando se trata de cortar a mesada, embora seja uma medida necessária, provavelmente produzirá algumas insatisfações. Chegaram a sugerir que o governo deveria focar na linha de minimizar eventuais desvios irregulares de recursos públicos, mas, como se sabe, embora a medida seja salutar, não seria suficiente para cobrir os rombos no orçamento.
Essa história de furar o teto de gastos começou logo no início do governo Lula3 e permanece até este momento. Em entrevista recente Lula advogou a defesa de que esses cortes não atingissem os menos privilegiados da sociedade brasileira. Essa segunda quadra do governo, ou seja, pelos próximos dois anos, é a última chance de o governo colocar as contas públicas em ordem, zerando déficit público. Se a sangria não for estancada, teremos dias difíceis pela frente. É visível o "cansaço" do ministro Fernando Haddad, que sempre defendeu medidas no sentido de zerar o déficit público. Naturalmente um cansaço produzido em razão de manter posições que se contrapõem a setores influentes e significativos do governo Lula.
Compete, neste caso, ao morubixaba petista bater o martelo no tocante a esses cortes. A questão é que Lula também ressente-se em desagradar amplos setores petistas, que veem na medida o comprometimento de algumas políticas públicas que se inserem no escopo dos compromissos históricos da legenda. Um dilema.
Nenhum comentário:
Postar um comentário