O ajuste fiscal, se sair, possivelmente não terá atendido às expectativas do mercado. Isso se conclui pelo andar da carruagem política, onde, em certo momento, alguns membros mais identificados com as diretrizes partidárias parecem desconhecer que o PT é Governo. Estabeleceu-se uma verdadeira batalha campal entre o mercado e dirigentes do partido, que lançaram até um manifesto em defesa das teses históricas da legenda, onde não se cogita efetuar cortes que atinjam os programas sociais ou abortem políticas públicas que possam prejudicar o atendimento de serviços como o SUS, por exemplo. Não vamos chegar a algum denominador comum. Sabe-se que Fernando Haddad já deu o caso por encerrado.
Já colocou as cartas na mesa, deixou todo mundo informado sobre a real situação das contas públicas no país. Aliás, infelizmente, também se pode concluir que essas reuniões não estão sendo nada produtivas, uma vez que a insatisfação entre os dirigentes dos ministérios atingidos é grande. Há trocas de farpas e até ameaças de demissão. É a típica situação onde não se pode afirmar que, entre mortos e feridos, escaparam todos. Alguém vai sair chamuscado. A bola agora encontra-se com o morubixaba petista, que deve arbitrar sobre essa querela, mas as suas declarações também não são nada alvissareiras, sugerindo que o núcleo duro do PT possa ter sido mais convincente ao petista do que a sua área econômica.
Quem não suporta mais esse lenga-lenga é o Fernando Haddad. Ficamos aqui somente imaginando qual será o futuro do ministro Fernando Haddad neste governo. Certamente ampliará sua área de atrito com os companheiros e, pela frente, um futuro incerto sobre a economia, onde amplos segmentos do governo se mostram reticentes a entender a necessidade desse ajuste fiscal. Caso ele não supere essa fase, aí sim é que as coisas tendem a degringolar de vez, desgastando-o ainda mais. Essa briga com o mercado é uma fantasia criada pelos ideólogos da legenda.
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