pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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quarta-feira, 11 de outubro de 2023

Editorial: A fake news sobre a decapitação de crianças pelo Hamas.



Não seria incomum a disseminação de notícias falsas durante os momentos de conflitos entre nações. Faz parte do jogo de "narrativas", seja no campo diplomático,seja por integrar, igualmente, as estratégias dos grupos em conflito, por vezes até para confundir as ações ou reações dos adversários, como, por exemplo, sobre se Israel irá ou não realizar as incursões terrestres na faixa de Gaza, arcando com as consequências daí decorrentes, posto que o que se presume é que os grupos extreminstas palestinos possam ter "preparado" o terreno.  

O que ocorreu nesse estágio anticivilizatório que estamos enfrentando é que ocorreu uma "banalização" da mentira ou uma relativizaçao da "verdade". Ocorreram duas situações bastante emblemáticas no dia de ontem, corroborando com o que afirmamos acima. As redes sociais reproduziram a fake news de que o grupo extreminsta Hamas, em guerra contra o Estado de Israel, teriam decapitado quarenta crianças judias. A fake news foi bastante disseminada, sobretudo por parte daqueles que se identificam com o Estado Judeu no conflito. 

Aqui no Brasil, setores da oposição embarcaram nessa fake news, sempre com o propósito de atingir o Governo do PT, que teria realizado alguns pronunciamentos considerados lenientes sobre o conflito. Aliás, por falar no PT, uma repórter conhecida, de um grande veículo de comunicação, cometeu o deslize de associar o PT ao Hamas, algo que vem sendo bastante explorado pela oposição. Que a torcida organizada do bolsonarismo - que adoram propagar fake news - embarquem nessas armadilhas é até possível compreender. Quanto a uma profissional de imprensa, experiente, com vários anos de batente, é um pouco demais. O Governo Lula parece ter ajustado o discurso. Condena os ataques terroristas do Hamas, mas defende uma solução para o povo palestino na região. Simples assim.   

Charge! Leandro Assis e Triscila Oliveira via Folah de São Paulo

 


terça-feira, 10 de outubro de 2023

Editorial: Ministro Flávio Dino não comparece à Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados.



O Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, deixou de comparecer à convocação a audiência pública na Comissão de Segurança Pública da Câmara Federal, programada para o dia de hoje, 10\10. O Ministério da Justiça enviou à comissão uma nota informando as razões pelas quais se justificariam a sua ausência. Não conhecemos os reais motivos, mas a sua ausência foi veementemente condenada pelos parlamentares presentes, todos da oposição. 

Criou-se uma cortina de fumaça em torno do assunto, quanso se sabe que o ministro tem a exata dimensão de suas funções, nunca se negando a comparecer às audiências na Casa Legislativa. Está em jogo aqui uma obrigação ou uma contingência imposta constitucionalmente, inclusive com implicações punitivas. Certamente há outros fatores aqui inseridos - que motivaram o não comparecimento - mas, a rigor, seja lá qual seja a motivação, não pegou bem. O Presidente da Comissão, o Deputado Federal Ubiratan Sanderson(PL-RS), já afirmou que irá esgotar todos os recursos possíveis neste sentido. 

Havia uma grande expectativa da sociedade em torno do assunto. Os leitores que interagem conosco aqui pelo blog, já estavam preparando a pipoca e o refrigerante. O ambiente era sensivelmente hostil, naturalmente. Uma bancada bolsonarista radical, também conhecida como bancada da bala, formada por militares e delegados da Polícia Civil. Faltou ao ministro uma outra leitura, a necessidade premente de se colocar em razão dos gargalos de segurança pública que o país enfrenta neste momento. O povo é soberano e, infelizmente, temos represetantes hegemonicamente identificado com um eleitorado de centro-direita e até de extrema-direita. Pode-se ler isso através de suas falas. É nesse ambiente político que conseguimos eleger Lula presidente da República. É neste ambiente que seus ministros operam e precisam dar uma satisfação não apenas a eles, mas à população. Principalmente à população. O povo é soberano.  

Editorial: O teto de vidro do Governo Lula.



No dia ontem, publicamos por aqui, a informação sobre uma megaoperação das polícias civil e militar num conjunto de favelas do Rio de Janeiro. Precisamente no Complexo da Maré, Vila Cruzeiro e Cidade de Deus. Ainda não tínhamos essa informação, mas agora se sabe que o objetivo da operação seria o de prender pessoas supostamente envolvidas na morte dos médicos, na Barra da Tijuca, uma execução por engano. O intento dos  executores seria a morte de um miliciano. A assessoria de imprensa das corporações policiais construíram a narrativa de que lograram êxito na operação, uma vez que prenderam 06 pessoas - quando haviam 100 deles sendo procurados - além de provocarem um prejuízo de milhões aos traficantes. 

Como os ânimos estão bastante inflamados no que concerne à guerra de narrativas, vamos apenas expor aqui o montante de forças empregadas nessa operação: mil homens. Realmente, ficamos em dúvidas sobre os parâmetros utilizados para se concluir sobre o êxito da operação. Soma-se a isso, dois helicópteros avariados durante a incursão, atingidos por disparos dos traficantes. Felizmente sem registros de mortes. Isso não faz refletir sobre o quão complexo tornou-se a simples situação de se cumprir mandados de prisão em ambientes assim, sob controle de milícias e do crime organizado. 

Nem os evangélicos escaparam dessa influência malígna, cedendo ao pecado da carne e outros tantos pecados. Há grupos neopentecostais envolvidos até a medula em práticas ilícitas, como o tráfico de drogas. Possivelmente o tema será abordado no dia de hoje, quando teremos a presença do Ministro Flávio Dino na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados. Estamos criando essas zonas cinzentas, em ambientes de favelas e até mesmo dentro das unidades prisionais. A morte dos assassinos do médicos foi ordenada de dentro dos presídios, através de vídeo conferência. 

Não brinquem não. Os caras foram condenados sumariamente, sem direito a defesa e aos ritos do devido processo legal. No tribunal do crime já está instituída, inclusive, a pena de morte. Há alguns anos atrás, estourou uma rebelião num complexo de unidades prisionais em Pernambuco. O então Secretario de Direitos Humanos à época, atendendo aos clamores da imprensa para se pronunciar sobre o assunto, tranquilizou a população, informando que já havia telefonado para um "chaveiro", que seria o líder do grupo, e ele já havia confirmado que estava tudo sob controle. Encontrem aqui,leitores, os erros desse jogo.  

Chaege! Benett via Folha de São Paulo

 


segunda-feira, 9 de outubro de 2023

Editorial: Flávio Dino na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados.



Amanhã, dia 10, o Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, estará em audiência na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados. Salvo melhor juízo, no mesmo horário haverá uma reunião deliberativa da CPMI dos Atos Antidemocráticos do dia 08 de janeiro. Não teremos mais audiências da CPMI até o dia 17, quando a relatora, a senadora Eliziane Gama, deverá apresentar o relatório aos membros da comissão. Como já comentamos em outro momento, um fim melancólico para uma comissão que começou com expectativas tão positivas, como a de esclarecer os fatos e indiciar os implicados nos atos antidemocráticos. Como diria o poeta, venceu o tapinha nas costas. 

Sobre segurança pública, há um subterrâneo nebuloso a ser explorado, sobre o qual Governo e Oposição possuem entendimentos bastante assimétricos. Faz pouco tempo que o STF apontou falhas clamorosas no nosso sistema prisional. Assim como ocorre no Oriente Médio, também estamos em guerra. Há um recrudescimento evidente dos índices de violência no país, com destaque para alguns estados, a exemplo da Bahia e do Rio de Janeiro. E, por falar no Rio de Janeiro, a segunda-feira começou com uma megaoperação das Polícias Militar e Civil, envolvendo mil homens, em operações no complexo militar da Maré, Vila Cruzeiro e Cidade de Deus. 

Há rumores de que dois helicópteros da polícia precisaram fazer um pouso de emergência, depois de atingidos por disparos dos traficantes. Como ficou evidente durante o episódio da morte dos médicos na Barra da Tijuca, deu para perceber o grau de contaminação do crime organizado sobre as instituições de estado. Teremos, certamente, uma dessas reunião tensas. Talvez a mais tensa de todas, inclusive porque o ministro aponta a licenciosidade na aquisição de armas da era bolsonarista como uma das causas do recrudescimento desses índices de violência. Vá dizer isso a um bolsonarista roxo, desses que associam o PT ao crime organizado.   

Editorial: Ricardo Salles volta ao jogo intrincado da disputa pela Prefeitura de São Paulo.



O jogo de xadrez político que envolve a disputa pela Prefeitura de São Paulo, nas eleições de 2024, de fato, torna-se, a cada dia, mais intrincado. Por um conjunto de fatores, o resultado dessa eleição poderá produzir alguns indicadores políticos importantes sobre as eleições presidenciais seguintes, que será disputada em 2026. É como se fosse uma prévia de uma eventual sinalização do eleitorado sobre que virá em 2026.PrivatizaçãoXestatização;LulismoXBolsonarismo; direitos humanosXbandidobomébandido morto; políticasdegêneroXhomeméhomemmulherémulher. Não tenho dúvida de que essas hashtag surgirão nas redes sociais duranta as disputas, levantadas pelas torcidas organizadas de ambos os expectros políticos.  

O ex-Ministro do Meio Ambiente do Governo Bolsonaro, Ricardo Salles, que já andou afirmando que já havia desistindo da disputa, numa reviravolta, afirma que está de volta ao jogo. Possivelmente, um dos fatores que devem ter pesado é um eventual apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro. Como afirmamos no início, o jogo é batante intrincado, uma vez que o atual gestor, Ricardo Nunes(MDB-SP) é candidatíssimo, já entabulou negociações com o PL e tenta convencer o governador Tarcísio de Freitas, do Progressistas, a apoiá-lo. Tarcísio poderia indicar o vice em sua chapa.

Questionado a esse respeito, o atual prefeito classificou como estranha essa mudança de atitude do ex-ministro. Salles considera, inclusive, desligar-se do PL para entrar na disputa. O ex-presidente Jair Bolsonaro já teve uma relação melhor com o atual prefeito. Andaram se estranhando. Afirmou que irá procurar o presidente da legenda, Valdemar da Costa Neto, para tratar dessa questão. Passou a ser simpático a uma eventual disputa do pupilo.  

Charge! João Montanaro Via Folha de São Paulo

 


domingo, 8 de outubro de 2023

Charge! Jean Galvão via Folha de São Paulo

 


Editorial: A tragédia da guerra de narrativas no conflito entre Israelenses e Palestinos.



Muito antes da era da pós-verdade, o filósofo Friedrich Nietzsche ja advertia para tomarmos alguns cuidados com as "narrativas", ou, mais precisamente, sobre o que essas narrativas ocultavam. No conflito entre Israelense e Palestinos, as redes sociais, como já se esperava, se tronsformaram num tribunal de narrativas sobre o conflito, cada parte apresentando as suas versões dos fatos, em algns casos, espalhando fake deliberadamente. É preciso ter a ponderação necessária para não embarcar nessas notícias falsas, como a que apresenta uma gaiola repletas de crianças judias, supostamente mantidas como reféns pelos palestinos. 

Não é preciso nunhum exercício maior da racionalidade para compreender que se trata de uma fake news. A solução para o conflito é a criação de um Estado palestino livre e soberano, reconhecido pelos organismos internacionais, assim como ocorreu com o Estado de Israel, criado no final de década de 40 do século passado, incluive com o voto decisivo do diplomata brasileiro, Osvaldo Aranha. Durante a guerra do Yom Kippur - data sagrada para os judeus - O estado judeu ocupou diversoss espaços territoriais dos países vizinhos, que nunca foram devolvidos. Foram mantidos como uma barreira de proteção para evitar o ataques recorrentes.  

Esses espaços foram ocupados por colonos numa proporção exponencial desde então, criando inúmeros problemas. Durante aquele conflito, Israel chegou a cogitar do uso de armas nucleares, que chegaram a ser preparadas à época, sob a chancela de Gold Meir, que também ordenou ao Mossad a caçada aos terroristas que haviam assassinado os atletas israelenses durante as olimpíadas de Munique. Felizmente, recursos de guerra convencional, estretegicamente bem empregados, deram conta do recado em seis dias, com Israel saindo vitorioso do conflito.  

Hoje é difícil fazer uma previsão sobre o desdobramebto da guerra, uma vez que o Hamas nunca empregou tanto material bélico nos seus ataques anteriores a Israel, o que implica cogitar sobre a real possibilidade de o grupo estar recebendo suporte de financiadores. Com um serviço de inteligência tão bem estruturado, considerado um dos mais eficientes do mundo, o que ninguém consegue explicar é o porquê de o estado judeu ter sido pego desprevido em relação a esses ataques. Israel possui agentes infiltrados atuando permanentemente nos países vizinhos e nas zonas de conflito.     

Charge! Via Twitter!

 


sábado, 7 de outubro de 2023

Charge! Latuff via Twitter!

 


Editorial: Zema recebe Bolsonaro com o tradicional bolinhos de queijo mineiro.



Até recentemente, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema(Novo-MG), numa ocasião bastante festiva, filiou à legenda o ex-Deputado Federal Delton Dallagnol, que, segundo comenta-se, deverá receber um salário da legenda, em termos monetários, bem parecido com o que ele recebia como parlamentar. Expediente semelhante é aplicado ao ex-casal presidencial, Jair e Michelle Bolsonaro, que são remunerados pelo PL para atividades partidárias. E, por falar no ex-presidente Jair Bolsonaro, ele continua o périplo pelo país, desta vez desembcarcando no estado de Minas Gerais, para degustar as iguarias gastronômicas das alterosas, e, naturalmente, falar de política. 

Apesar de ainda jovem, o governador mineiro parece ter aprendido bem as lições deixadas pelas grandes raposas políticas do estado, ou seja, joga com as conveniências políticas da ocasião. Em entrevista concedida, afirma que não se considera um bolsonarista convicto; enfatiza que o presidente Lula seria muito bem recebido no estado. Há bolinhos de queijo para todo mundo. Para os adversários, para os futuros aliados, consoantes as nuvens sinalizem, conforme ensinava Magalhães Pinto.

Conforme já diagnosticada pelos institutos de pesquisas, a quadra mineira é decisiva para um projeto presidencial. Com um longo percurso até outubro de 2026, já é visível as intensas movimentações políticas nas terras de Tancredo Neves. Quem já afirmou que também está disposto a voltar à ribalta é o ex-candidato presidencial e hoje Deputado Federal Aécio Neves(PSDB-MG).    

Charge! Latuff via Twitter!

 


Editorial: Um fim melancólico para a CPMI dos Atos Antidemocráticos do 08 de janeiro.



No país que sai das linhas escritas pelo historiador Sérgio Buarque de Holanda, recomenda-se muita cautela ao se adentrar numa avaliação sobre as nossas instituições, de perfil republicano tão comprometido. Instituições forjadas nesses estertores, aqui no Estado de Pernambuco, se prestam à prática dos assédios intitucionalizados, ou seja, servidores são vítimas de assédios morais sob a complacência ou conivência dos seus gestores. Até recentemente, uma revista de circulação nacional trouxe uam matéria desabonadora sobre uma suposta proposta indecorosa de um membro de uma determinada comissão, achacando os envolvidos com o pedido de propina, sob a contra-partida de livrar a cara dos corruptores na relatório da aludida comissão. Nem precisamos comentar com os leitores sobre o deserviço que esse senhor está prestando à sociedade, aos seus eleitores. 

Sempre elogiamos por aqui o trabalho do Deputado Federal Arthur Maia(UB-BA), que conduziu os trabalhos da CPMI dos Atos Antidemocráticos. Os problemas enfrentados por esta CPMI não dizem respeito à postura do parlamentar, sempre muito altivo, nas horas certas, conciliador quando necessário, justo sempre. Mesmo a barulhenta bancada de oposição rendeu-se aos seus procedimentos isentos, imunes às pressões de um lado ou do outro. 

Neste climão de crise institucional que o país encontra-se mergulhado, a CPMI enfrentou algumas arestas com o Poder Judiciário, que tomou algumas medidas inusitadas, como referendar alguns pedidos de convocados para não comparecerem às sessões. Isento o parlamentar de quaisquer responsabilidades no tocante a este assunto, um fato preocupante foi noticiado ontem, através da coluna de um jornalista bastante informado sobre os bastidores de Brasília: Nos escaninhos, longo dos holofotes, estaria sendo costurado um eventual acordo de cavalheiros, com o objetivo de isentar os militares golpistas de suas responsabilidades. Vamos aguardar o relatório, que deve sair no dia 17. 

Editorial: Quem, na realidade, abriu as portas do inferno no conflito entre israelenses e palestinos?



No dia de hoje, 07, o mundo amanheceu estarrecido com as cenas de barbárie ocorridas nos territórios ocupados pelos israelenses na faixa de Gaza. Numa reação surpreendente, grupos radicais palestinos atacaram colonos e soldados judeus nesse território, expulsando-os dos assentamentos, além de protagonizarem cenas de selvageria, com soldados israelenses mortos ou sob tortura. Pessoas civilizadas, independentemente do contexto em que tais atrocidades se tornaram "possíveis", não podem concordar com isso. O outro lado, o lado do estado de Israel, por sua vez, promovem as mesmas carnificinas quando adentram nos territórios ocupados à procura dos integrantes desses grupos radicais palestinos. Jogam seus mísseis sobre alvos civis, matando crianças, idosos e pessoas indefesas. Escolas, hospitais e asilos já foram atingidos nessas incursões, com saldo de centenas de mortos.  
 
Um comandante militar israelense já declarou que o Hamas abriu as portas do inferno e vão pagar pelos seus atos. Que eles arquem com as consequências. Uma reação dura dos israelenses seria uma das previsões mais óbvias. O poderio militar do estado de Israel é infinitamente superior aos recursos militares dos grupos radicais palestinos. A reação poderá resultar numa carnificina, como as ocorridas em outras ocasiões. Em poucas horas de reação do estado judeu, as estatísticas macabras já estão sendo divulgadas: 198 mortos e 1600 pessoas feridas, atendidas em hospitais. 

O jogo de xadrez político naquela região é bastante intrincado, talvez sem uma solução diplomatica, por vias pacíficas, como chegou a sugerir o grande historiador inglês, Eric Howsbawm. Howsbawm chegou a mencionar este conflito como um daqueles que não teriam uma solução. Talvez só termine, como apontava o seu colega dos Estudos Culturais, Stuart Hall, quando um polo esmagar o outro. É isso que acontece com os binômios, daí se entendendo os perigos previstos numa sociedade com índices elevados de polarização,como está se tornando a nossa. Os Estados Unidos, que teve todo o empenho em criar o estado de Israel, por questões militares estratégicas, não move uma palha pela causa palestina. Israel é testa de ferro dos americanos na região.   

A rigor, as portas do inferno foram abertas há um longo tempo e não foi o Hamas que as abriu. Israel ocupou espaços territoriais, depois dos conflitos na região, e, alegando motivos de segurança, não os devolveu aos palestinos, sendo o responsável direto pela violência nesses territórios. Duas questões estão sendo muito discutidas entre os observadores. A primeira diz respeito a uma eventual falha do Mossad, o prestigiado serviço de inteligência do estado de Israel. Tivemos falhas por aqui? É possível. Apesar de sua reconhecida competência, o Mossad já cometeu falhas primárias, quando assassinou, por engano, um suposto terrorista palestino, do Setembro Negro, responsável pela morte de onze atletas israelenses na Olimpíada de Munique. Para completar a trapalhada, os agentes ainda devolveram o carro usado à locadora, facilitando as suas identificações. O ataque do grupo radical Hamas foi bem superior aos anteriores e de surpresa. 

A outra questão é posta pelo editor do blog: Em que se confia o Hamas para promover um ataque tão violento, dessa magnitude, se conhece bem as suas limitações de enfrentamento. Teria alguma carta na manga? Anda circulando alguns vídeos nas redes sociais de supostos militantes do Hezbollah, descendo uma região montanhosa, em direção ao local dos conflitos.    

Charge! Marilia Marz via Folha de São Paulo

 


sexta-feira, 6 de outubro de 2023

Editorial: Por onde anda o Pacheco "pacificador."?


Durante os arranjos das eleições presidenciais passadas, o bruxo Gilberto Kassab "farejou" um grande potencial político no Presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco. Raposa cevada na Escola Mineira, Rodrigo Pacheco parecia, naquele momento específico, um nome com potencial, que poderia vir a quebrar as arestas produzidas pela polarização entre lulistas e bolsonaristas. Por alguns motivos - que podem ser lidos no nosso texto sobre as eleições passadas, "Lula, uma no cravo, outra na ferradura" - o projeto acabou sendo abortado. 

O Rodrigo Pacheco daquela época era um gentleman, sempre portando-se como um apagador de incêndido nas crises recorrentes entre os Três Poderes da República. Por sua defesa intransigente dos princípios democráticos e republicanos, o Presidente do Senado Federal continua com os créditos intocáveis aqui pelo blog. Também não deixou de ser um gentlemanAs indisposições entre os Três Poderes, no entanto, estão produzindo algumas situações curiosas. 

Um grande jornal paulista sugere, por exemplo, que a postura mais contundente de Rodrigo Pacheco em relação ao STF teria a ver com uma eventual candidatura ao Governo de Minas Gerais, em 2026, passando-se, antes, pela eleição para a Presidência do Senado Federal, em 2025. Como se não bastassem o teto de vidro em que está se transformando essa crise de segurança pública, um conceituado colunista político informa que David Alcolumbre teria feito chegar ao Governo Lula as possíveis dificuldades de referendar o nome de Flávio Dino para o STF, que necessita de um aval da Casa. Até o momento não havíamos pensado sobre o assunto, mas não perderíamos por nada tal sabatina caso Flávio Dino fosse o indicado.   

Os arranjos também incluem as ofertas de estatais para os glutões, além, claro, das eleições de 2025 para a presidência da Casa. A verdade é que tudo isso reflete, neste momento, as dificuldades de relacionamento entre os Três Poderes da República. Na média, isso está repercutindo nas posturas dos líderes das duas Casas Legislativas. Existe uma oposição cerrada contra o Governo Lula. O toma lá dá cá parou porque também não estão surtindo os efeitos desejados pelo Governo Lula.


P.S.: Contexto Político: A coluna do jornalista Cláudio Humberto, no dia de hoje, 07, traz informações mais atualizadas sobre as eventuais movimentações políticas do atual Presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco. Segundo a coluna, com base em informações de senadores, seu objetivo seria o de trabalhar pela indicação de Bruno Dantas - atual presidente do TCU - para a vaga no STF e, com isso, herdar sua indicação para o Tribunal de Contas da União, onde teria uma ocupação vitalícia. Caso Lula insista na indicação de Flávio Dino para o STF, Pacheco também estaria cogitando assumir a vaga deixada no Ministerio da Justiça. Segundo a coluna, isso, de fato, explica o comportamento atual do senador Rodrigo Pacheco.  

Editorial: Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro investiga se os executores dos médicos foram vítimas do tribunal do crime.


Já faz algum tempo que as coisas que acontecem neste país deixaram de surpreender ou indignar algumas pessoas. Em tese, poderia parecer surreal que o tribunal do crime, sob a égide do Comando Vermelho, tenha decretado o fim do caso dos assassinos do três médicos na Barra da Tijuca. Segundo informações que andam circulando nas redes sociais e na imprensa, integrantes da facção, de dentro do sistema prisional, teriam transmitido a informação de que o caso está "encerrado", ou seja, de fato houve uma execução por engano dos médicos, mas eles mesmos teriam tomado a decisão de executar os executores.

Assim como ocorre em países como o México, também aqui no Brasil, principalmente em estados como o Rio de Janeiro, o crime organizado infiltrou-se demasiadamente no aparelho de Estado, corrompendo a atuação de suas instituições. Quando se tentou responsabilizar alguém pela morte da ex-vereadora Marielle Franco - com o objetivo de que não se chegasse aos reais responsáveis pelo crime - houve até a oferta de redução de pena para o "escolhido", o que significa concluir sobre um eventual tentáculo com setores do Poder Judiciário, igualmente "contaminado". Como dira o comendador Arnaldo, está tudo dominado. Eles mesmos prendem, eles mesmos julgam, eles mesmos condenam, eles mesmos executam. Com uma celeridade impressionante. 

Se, de fato, não ocorreu uma morte acidental, por engano, o caso está encerrado igualmente pela queima de arquivo. Ai de te, meu querido Rio de Janeiro, como diria o cronista Rubem Braga. Os colegas médicos, que partipavam do congresso da categoria, tiveram que arrumar as malas às pressas para retornarem aos seus locais de origem. Por outro lado, a vida segue. Há cenas sendo veiculadas nas telas de TV mostrando o quiosque em pleno funcionamento, recebendo seus clientes, como se nada tivesse ocorrido. 

Editorial: Violência sem controle no país.



O Ministro da Justiça e Segurança Pública, senhor Flávio Dino, em entrevista recente, apontou uma das prováveis causas do recrudescimento da violência no país: A política armamentista do Governo anterior. Não afirmamos que ele esteja errado, mas, se estiver correto, estamos tratando aqui de apenas uma das causas do problema do aumento dos índices de violência no país. Três médicos foram assassinados no Rio de Janeiro, quando participavam de um congresso de medicina em sua área. O congresso foi interrompido e os demais participantes deixaram o estado às pressas. Não era para menos. 

No dia ontem, seis pessoas de uma mesma família foram assassindas na cidade de Jequié, na Bahia. A cidade, localizada no sudoeste baiano, há 350 km de Salvador, tornou-se a mais violenta do país, depois que facções rivais passaram a  disputar o espaço para a comercilização de entorpecentes. Chacinas dessa natureza se tornaram recorrentes na Bahia, colocando o estado como um dos mais violentos do país. Das cinco cidades mais violentas, quatro estão no estado. Quando essas facções do crime organizado passam a atuar numa região, trazem, no seu bojo, um lastro de violência inevitável. 

Há alguns anos atrás, cidades como Caruaru, no Agreste pernambucano, ganharia as manchetes nacionais pelo mesmo motivo. A incidência de mortes violentas, depois que facções do crime organizado passaram a atuar na cidade. Por alguma razão, os índices estão mais ou menos sob controle na cidade, mas Pernambuco não fica de fora do ranking macabro das cidades mais violentas do país: Participa com o Cabo de Santo Agostinho, muito provavelmente, pelos mesmos motivos. 

Os índices de violência são aferidos, então, a partir de múltiplos fatores. Do outro lado da moeda, ao considerarmos aqui a reação das instituições de Estado, por exemplo, a Polícia Militar baiana nunca apresentou um índice tão elevado de letalidadeem suas ações como agora, recebendo todo o apoio do governador Jerônimo Rodrigues, do PT, o que suscitou estremecimento até mesmo junto à sua base de sustentação política, como foi o caso do Psol, que se afastou do governo.    

Charge! Jaguar via Folha de São Paulo

 


quinta-feira, 5 de outubro de 2023

Editorial: Deputada Sâmia Bomfim recebeu ameaças de morte.



A deputada federal Sâmia Bomfim(Psol-SP), hã alguns dias atrás, denunciou que estava recebendo ameaças de morte, o que reforça a tese de um eventual crime de execução contra o seu irmão, o médico Diego Ralf Bomfim. As polícias sempre estabelecem, por razões óbvias, mecanimos de cooperação. Até do ponto de vista internacional, como é o caso da Interpol. Tem causado entranheza em algumas pessoas, no entanto, o empenho da Polícia Civil do Estado de São Paulo em ajudar a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro na elucidação deste crime. Salvo melhor juízo, já teriam disponibilizado dois delegados e oito agentes para trabalharem em conjunto, inclusive com o apoio de uma equipe de inteligência. 

Está todo mundo preocucpado em elucidar este crime bárbaro imediatamente, mas convém não deixar o açodamento contaminar as linhas de investigações possíveis. Este fato nos faz lembrar da morte do empresário PC Farias, na praia de Caxuma, em Alagoas, um verdadeiro arquivo-vivo das maracutais realizadas por um ex-presidente, que perdeu o cargo por impeachment. O médico-legista George Sanguinette que desacreditou as perícias realizadas no corpo à época, estranhou bastante que, pouco tempo depois do fato, consolidou-se a narrativa de "suícidio" do empresário e de sua amante. Cônscio de seu preparo técnico, o médico-legista desmontou as teses "oficiais" em torno do caso.   

Tanto a Deputada Federal Sâmia Bonfim quanto o seu esposo, Glauber Braga, são conhecidos por suas atuações contundentes dentro e fora do parlamento. Isoladamente, é muito pouco provável que eesses médicos estivessem envolvidos em alguma situação que justificasse tal execuções.  Há a probabilidade de que alguns deles tenham sido mortos como queima de arquivo, ao se supor que o irmão da Deputada Federal seria o alvo. São apenas hipóteses. Vamos aguardar o resultado das investigações. 

Editorial: As farras com os recursos do Fundo Partidário.




Esta é a segundo vez que tratamos deste assunto por aqui. Infelizmente, sempre de forma não muito positiva. O Fundo Partidário tem seus objetvos nobres, mas, estamos num país onde os atores políticos são capazes de macular quaquer mecanismo, por mais nobre que sejam seus objetivos.  Até recentemente, um desses grêmios partidários fez uma prestação de conta capaz de deixar quelquer contador sério de queixo caído. Os estatísticos igualmente, pois os eventuais equívocos bancários estão bem acima da margem de erro. 

O grêmio partidário presta conta à justiça eleitoral de um gasto estimado em R$ 442 milhões e apresenta notas de 41 milhões. Se ainda sabemos fazer aquelas continhas básicas aprendidas nas séries iniciais de ensino, a diferença é surreal: Superior aos R$ 400 milhões. No último final de semana, um partido novo filiou um ex-integrante da força tarefa da Operação Lava-Jato, eleito Deputado Federal, que, posteriormente, teve seu mandato cassado. Gaba-se o dito cujo de receber do novo grêmio partidário uma quantia equivalente ao que salári que recebia como Deputado. 

O mesmo ocorre com um ex-Presidente da República e sua esposa, que recebem honorários de uma agremiação partidária, além de ter suas despesas pagas, gerando uma confusão contável apenas comparável ao uso dos famigerados cartões corporativos, quando estavam ocupando o Palácio do Planalto. Por ter uma base parlamentar expressiva, a agremiação recebe milhões de recursos desse fundo pratidário. A Justiça Eleitoral deveria fechar o duto quando verificasse essas irregularidades na utilização desses fundos.   

Editorial: A repercussão da morte de três médicos na Barra da Tijuca.



Em primeiro lugar, cumpre registrar aqui a nossa solidariedade a Deputada Federal Sâmia Bomfim(PSOL-SP), que teve seu irmão, o médico Diego Souza Bomfim, assassinado na noite de ontem, na Barra da Tijuca. Antes das investigações que estão sendo conduzidas pela Polícia Civil do Rio - com a colaboração da Polícia Federal - não podemos antecipar nada por aqui. Existem várias hipóteses, mas hipóteses não passam de hipóteses, antes de ser comprovadas. Pelas cenas exibidas pela TV, obviamente, trata-se de um crime de execução. Vinte disparos foram desferidos contra as vítimas, na média de um por segundo. 

Em razão desses dias bicudos que o país atravessa, logo surgem as versões dos "peritos" dando conta de que o crime teria sido realizado pelas milícias cariocas, por motivações políticas, possivelmente relacionadas à atuação da Deputada Federal, assim como do seu marido, o também Deputado Federal Glauber Braga. Os parlamentares são bastante atuantes, de fato. Honram cada voto recebido dos seus eleitores. A Deputada Sâmia Bomfim teve uma participação exemplar durante os trabalhos da CPM do MST, criando algumas arestas, mas, em princípio, nada que justificasse uma chacina com o propósito de atingi-la. 

Felizmente a área é bastante monitorada por câmaras, o que deve facilitar o trabalho da polícia. Há, por outro lado, testemunha que estavam sentados na mesa ao lado das vítimas, que também podem colaborar com as investigações. O Rio de Janeiro enfrenta uma situação bastante delicada na segurança pública. Aliás, não apenas o estado do Rio de Janeiro. Há um recrudescimento da violência no país como um todo.  

Charge! Laerte via Folha de São Paulo

 


quarta-feira, 4 de outubro de 2023

Editorial: TCE recomenda suspensão das obras do Canal de Fragoso.



Até recentemente, o ministro Rui Costa, da Casa Civil da Presidência da República, esteve em Pernambuco, onde acompanhou as obras do Canal do Fragoso, uma obra que se arrasta há vários anos, sem previsão de conclusão aparente. A obra foi paralisada inúmeras vezes, sempre por determinação da Justiça. Uma dessas paralisações dizia respeito aos danos ambientais produzidos pela obra, numa ação movida por órgãos ambientais. Divergências concernentes às indenizações pagas aos moradores que precisaram sair do local também emperraram a obra por um bom tempo. 

Rui Costa, ao lado da governadora Raquel Lyra(PSDB-PE) - a obra conta com recursos do Município, do Estado e da União - prometeram dar celeridade às obras, mas, hoje, tivemos uma péssima notícia: O TCE determinou a suspensão temporária da obra, em razão de irregularidades graves, que vão desde aspectos técnicos até a eventualidade de prestação de contas irregulares. Existe a possibilidade de construção de diques de contenção, sem o lastro de segurança técnica adequado, o que poderia provocar uma tragádia no futuro.  

A notícia - embora consideremos aqui o interesse público em jogo e o zelo do TCE em prezar por ele - cai como uma ducha fria para os moradores dos bairros de Fragoso, Jardim Atlântico e Casa Caida, todos em Olinda, que há anos, sofrem os tormentos provocadas pelos enchentes regulares no local nos períodos chuvosos. A citação sobre os danos causados por essas enchentes já foram parar até nas páginas de um dos romances escritos por este editor, recentemente premiado e em fase de preparação para publicação. Segundo comenta-se, essas enxurradas têm origem num pequeno riacho, localizado no bairro da Mirueira, em Paulista, onde, na década de trinta do século passado, funcionou uma colônia para isolamento de pessoas portadoras do mal de Hansen.  

Editorial: STF recomenda mudanças no sistema prisional brasileiro.


Que o nosso sistema prisional é desumano, acreditamos que estamos de acordo. Somente os bolsonasitas mais radicais - para quem bandido bom é bandido morto - talvez não endosse tal conclusão. No país existe, estruturalmente, uma cultura do encarceramento. Somos a terceira população carcerária do mundo, abaixo apenas da China e dos Estados Unidos, onde boa parte do sistema está sob o controle da iniciativa privada. Até neste aspecto o capitalismo transforma o drama humano numa mercadoria, num negócio. Outro dia fizemos uma postagem sobre as refeições servidas nas unidades prisionais do país, o que já produziu até rebeliões, como a ocorrida recentemente no estado do Rio Grande do Norte. As "quentinhas" estavam sendo servidas "azedas", seguno queixa dos detentos. 

Tecer por aqui o rosário de problemas existentes nessas unidades soaria tautológico para os nossos leitores. A começar pela superlotação nos presídios. Ou muda-se a política de encarceramento ou precisaríamos construir uma infinidade de unidades prisionais, uma vez que as atuais estão abarrotadas, com sua capacidade acima dos limites previstos. Presídios concebidos para abrigar 300 presos estão com 600 detentos, na média, com dados ainda de 2022. Coisas assim. O STF estudou o problema, chegou às conclusões inevitáveis, e está propondo mudanças substantivas no sistema prisional brasileiro. Pano para as mangas para Ministérios como o da  Justiça e dos Direitos Humanos, que terão que se debruçar sobre um tema nevrálgico. 

Curioso que qualquer proposta de caráter huminitário por aqui é logo vista pelos bolsonaristas com reprovação, pois alguns deles associam ao fato de o PT contar com o apoio da população carcerária do país.   

Editorial: Palácio dos Campo das Princesas sem lagostas e picanha.

Essas licitações para compor a despensa dos palácios governamentais são sempre muito polêmicas. Tão polêmcias que já chegamos a sugerir alguns trabalhos no campo da literatura por aqui, envolvendo este assunto. Os casos escabrosos daria, certamente, bons textos no campo do folclore. Do ponto de vista estritamente legal, por outro lado, tornam-se casos de polícia. Este talvez seja o caso recente dos "azulzinhos" apreendidos em um cofre, juntamente com milhões de reais, em operação da Polícia Federal num estado vizinho. Pior é que uma decisão judicial obrigou a PF a devolver o dinheiro e, possivelmente, os azulzinhos também. 

Licitações para atender demandas dos militares envolvendo próteses penianas, lubrificantes e azulzinhos é outra dessas situações inusitadas. Bem aqui para nós, leitores. Parece mais uma "cantada" para o golpe que estava em andamento. Nos idos da década de setenta do século passado, mesmo com o prestígio de Gilberto Freyre em alta junto aos militares, um livro do folclorista Mário Souto Maior teve várias dificuldades de ser liberado pelo censura. O livro? Dicionário do Palavrão. Mário, entre outros tantos bons folcloristas morreu, deixando uma lacuna até hoje não preenchida. Essas licitações esquisitas seria um bom prato para o folclorista, que costumava realizar suas pesquisas sobre temas pouco comuns.  

Em Pernambuco, igualmente, não economiza muito nos cardápios para abastecer as despensas palacianas. Aqui também são notórios os casos de itens bizarros, caríssimos, alguns deles em extinção, como o filé do peixe sirigado. Em meio a este turbilhão, uma notícia boa. Segundo cometa-se, o cerimonial do Palácio do Campo das Princesas irá dispensar a lagosta e a picanha entre os itens propostos para aquisição. Exemplos de austeridades, principalmente partindo de entes públicos, sçao sempre bem-vindos.  

Editorial: Mandato para os juízes da Suprema Corte?


Diante da crise entre os Três Poderes da República, a proposta voltou a ser desengavetada. No dia ontem, durante os trabalhos da CPMI dos Atos Antidemocráticos, causou furor entre os membros daquela comissão, uma decisão do Ministro do Supremo Tribunal Federal, Nunes Marques, que veta à CPMI o acesso à quebra de sigilo do ex-Diretor da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques. A decisão do ministro preocupa por alguns motivos. Silvinei Vasques, possivelmente, será indicado para indiciamento no relatório da CPMI. Pelo menos é o que se presume pelo andar da carruagem política.  

Depois, a medida reforça uma decisão anterior, do próprio ministro, que autorizou a não presença de convocado à sessão daquela comissão. O conjunto dessas medidas, segundo avaliam os parlamentares, corrompe os poderes da própria CPIs, um instrumento do Poder Legislativo. Com raras exceções, pesou o espírito corporativo entre os parlamentares e todos advogaram que se trata de uma medida que estrapola os limites de poderes entre o Legislativo e o Judiciário. Não nos parece ter sido essa a orientação da decisão do ministro - que não se dicute - mas é inegpavel que, neste climão, a mesma entra no bojo de uma decisão que entra no cipoal das indisposições indisfarçáveis entre os Três Poderes da República. 

Havia muito tempo que não se falava nessa proposta de estipular mandato para os membros da Suprema Corte brasilera. A proposta voltou a ganhar corpo no contexto dessas indisposições entre os Três Poderes. O ministro Luís Roberto Barroso, que assumiu a Corte recentemente, diplomaticamente, põe panos mornos e já declarou que não enxerga algo que possa ser tipificado como uma crise. Oxalá os ânimos voltem a ser serenados, para o bem de nossas instituições republicanas.    

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