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Depois que o jornal Folha de São Paulo divulgou a última pesquisa sobre a avaliação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dia 14, passaram a circular inúmeras matérias sobre a repercussão que aqueles dados produziram no staff mais próximo do presidente, assim como as eventuais causas dessa queda de popularidade vertiginosa, nunca antes registrada pelo petista em seus governos. Antes do Datafolha, institutos como o Paraná Pesquisas, o Quaest, AtlasIntel, o PoderData já haviam antecipada a tendência de queda na popularidade do presidente. Os números do Datafolha foram praticamente antecipados pelo PoderData, que apresentou os mesmos números, embora sem a mesma repercussão.
Vários fatores contribuem para essa queda de popularidade do presidente Lula. Ele perdeu o rumo neste terceiro governo, que, aliás, nunca começou e não pode começar depois de dois anos. É um caso perdido. Este é o resumo do ópera. As eventuais entregas, pelo andar da carruagem política, ficarão para um quarto mandato que, certamente, o eleitorado manifesta o desejo de não conferir ao petista. Chegamos a um estágio de saturação com o petismo. 24% de aprovação não elege sequer um inspetor de quarteirão. Um gestor público para se reeleger precisa de, pelo menos, 40% de aprovação. O pior é que os especialistas desses institutos apontam para uma queda ainda maior desses índices, ou seja, o fundo do poço ainda não foi atingido.
Está se tornando vexatório Lula retomar o discurso de décadas atrás, apontando o gás de cozinha como item de primeira necessidade, assim como prometendo dentaduras aos eleitores. Isso funcionou num determinado período. Hoje não funciona mais. O ambiente político e social mudou sensivelmente desde então e o PT perdeu o timing com os seus tradicionais redutos eleitorais. O mais preocupante nessas pesquisas é que elas apontam para a erosão da popularidade justamente em estratos eleitorais e recortes regionais antes identificados com a legenda. Dado esse diagnóstico, dissecar o cadáver ou fazer a autopsia é o de menos.
Chegaram a apontar que se tratava de um problema de comunicação. Está evidente que não é apenas isso. Seu staff mais próximo está sugerindo antecipar a reforma ministerial. Um reforma ministerial consubstanciada em critérios mais políticos do que técnicos, quando se sabe que o Governo tem problemas de gestão. Alguém fez referência à democracia substantiva, fundamental para dá suporte à democracia política. É verdade. Agora é preciso observar que ninguém fez mais pelo democracia substantiva no país do que o PT. A questão é que, conforme frisamos num outro editorial, o partido entrou neste terceiro mandato em condições sensivelmente hostis, fragilizado, e não conseguiu encontrar o rumo desde então. Principalmente na condução da política econômica, que é crucial, onde receitas da vovó voltaram a ser usadas, sem os mesmos resultados.
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