Há alguns dias o jornal O Globo publicou uma longa matéria sobre eventuais irregularidades entre Ongs que prestam serviços ao Ministério do Desenvolvimento Social, a quem está subordinado o programa Bolsa Família. Essas Ongs recebem recursos federais a partir do compromisso de prestarem serviços de fornecimento de marmitas com refeições a populações carentes. O trabalho de jornalismo investigativo do jornal apontou inúmeras irregularidades, como, por exemplo, ONGs fechadas ou, mais precisamente, de fachadas, onde os vizinhos informaram que por ali não aparecia os responsáveis há algum tempo. Ouvidas a esse respeito, autoridades do Ministério informaram que iriam passar um pente fino nesses contratos e, caso fossem detectadas alguma irregularidade, as providências seriam tomadas.
Nesta semana, o Ministério do Desenvolvimento Social anunciou que está descredenciando ou encerrando o contrato com uma dessas Ongs, com atuação em Pernambuco, depois de constatadas irregularidades como incoerências acerca do números de pessoas atendidas, CPF irregulares e coisas assim. Para não melindrar, não vamos aqui citar o nome da ONG, tampouco informar o movimento social ao qual ela sugere ser vinculada. O mais preocupante é que estamos diante de um novo(?) escândalo de corrupção, ou seja, o dinheiro público sendo apropriado indevidamente por alguns espertinhos. As denúncias trazidas pelo jornal são gravíssimas na medida em que aponta a possibilidade de atores ou grupos políticos específicos serem os beneficiados diretos dessas eventuais maracutaias.
Não espanta que o Brasil tenha voltado a ocupar o seu lugar de destaque no ranking dos países mais corruptos, como indica relatório recente da Transparência Internacional. O Congresso já realizou CPIs para apurarem a atuação dessas organizações não governamentais no país, naturalmente, com alguma especificidade, como no caso daquelas que atuam na região do Amazonas. Neste caso foram apontadas inúmeras irregularidades. Pelo andar da carruagem política, para onde se apontarem as investigações teremos a constatação desses desvios de finalidades.
Nenhum comentário:
Postar um comentário