Formou-se uma grande expectativa em torno do desempenho do marqueteiro Sidônio Palmeira à frente da Secretaria de Comunicação Social do Governo Federal, a SECOM, sobretudo porque, num determinado momento, atribuiu-se à gestão anterior os problemas relativos à avaliação do Governo. Ou seja, o Governo Lula3 amargava índices preocupantes de avaliação não em razão de uma gestão com falhas, mas em função de não estar se comunicando bem com a população. Sidônio, que já tinha uma relação próxima a Lula desde as últimas eleições presidenciais, quando foi o homem responsável pelo marketing político da campanha do petista, aceitou o desafio.
Antecipamos por aqui, em outras ocasiões, as dificuldades que o marqueteiro iria encontrar pela frente. Empenho na função não tem faltado ao novo auxiliar do presidente. Segundo dizem, ele tem explorado bastante a força do rádio, principalmente em cidades estratégicas pelo país afora. De fato, o velho rádio possui um potencial de comunicação nada desprezível. Possivelmente, ao longo do anos, este meio de comunicação também deve ter sofrido os efeitos das redes sociais, mas, a rigor, continua dando o seu recado, principalmente junto a alguns estratos sociais, em tese mais próximos ao PT.
Nem tudo sai conforme o combinado. Um observador atento da cena política brasileira observou que o marqueteiro parecia bastante nervoso por ocasião da última entrevista coletiva concedida por Lula a um pool de órgãos de imprensa. No dia de ontem, por ocasião de uma entrevista, o presidente Lula foi muito infeliz em seus conselhos sobre como se defender da carestia de alguns produtos. Primeiro, porque prometeu picanha durante a campanha e não chambaril. Depois, porque é o Governo que precisa fazer a sua parte para permitir o acesso da população a itens básicos, como o café, por exemplo, que está subindo a olhos vistos. Daqui a pouco vamos precisar trocar o café pela cevada, algo impensável pelos seus eleitores, que não dispensam o cafezinho, na banca do jogo do bicho, quando estão arriscando a sorte. É aqui que mora o perigo. Veja-se o caso dos boatos sobre o Pix. Se a moça que passa o jogo disser que não tem o cafezinho porque o preço está alto isso produz um efeito inimaginável.
A tradicional ponta de agulha, conhecida nos textos de José Lins do Rego como carne do Ceará, utilizada pelos nordestinos para engordar o feijão, voltou a registrar alta nos preço. Chegou a R$ 26,00 e hoje não fica por menos de R$40,00. Fernando Haddad, numa entrevista recente, afirmou que os índices de inflação para o mês de junho podem superar os escores previstos. Comunicação não é bem o que estamos querendo afirmar, mas o que os nossos interlocutores entendem. Sabe-se lá o que se passou pela cabeça de Maria Antonieta ao recomendar os brioches, mas o fato é que a afirmação serve de chacota até hoje.
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