sábado, 8 de julho de 2023
sexta-feira, 7 de julho de 2023
Editorial: A briga é feia entre Bolsonaro e Tarcísio de Freitas.
Até bem pouco tempo, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas(Republicanos-SP), por inúmeras razões, era apresentado como um dos representantes mais genuínos do bolsonarismo. Em algum tropeço do capitão - como uma inelegibiludade, por exemplo - ele despontava nas bolsas de apostas como um dos prováveis candidatos a herdarem seu espólio eleitoral. No retrovisor do Governo Lula, há muito ele era o nome a ser batido nas eleições presidenciais de 2026. O caboclo pilota o maior colégio eleitoral do país. Em nenhuma hipótese poderia ser desconsiderado num pleito presidencial.
A relação entre Tarcísio e Bolsonaro estava, até certo ponto, sob controle. Durante encontros recentes, ambos trocaram amabilidades. No dia ontem, durante uma reunião com a bancada do PL, esta relação sofreu um extremecimento, pois Tarcísio foi bastante hostilizado ao defender o voto favorável da bancada do PL ao projeto de Reforma Tributária encaminhado pelo Governo Lula. A despeito das hostilidades, o governador furou a bolha, angariando o voto de seu partido, o Republicanos, e amealhando vinte votos da bancaca do PL, fundamentais para a aprovação do projeto, feito bastante comemorado pelo Deputado Federal André Janones.
Essa relação de idas e vindas - ou de tapas e beijos, se os leitores preferirem - se arrasta há algum tempo entre Tarcísio e Bolsonaro. Para ser mais preciso, desde as últimas eleições, quando o atual governador já se colocava como um não bolsonarista legítimo. A hipótese de se tratar de mais uma dessas brigas passageiras seria a mais provável. Ocorre, porém, que o estado de São Paulo teria entrado na justiça para aumentar em 9000% as multas aplicados pelo ex-governador João Dória ao ex-presidente Jair Bolsonaro pelo não uso das máscaras durante a pandemia. Parece que a briga é feia.
Editorial: O "companheiro' Tarcísio de Freitas.
Há algumas cenas emblemáticas na política. No perfil do Deputado Federal André Janones(Avante-MG) ele aparece numa foto surpreendente, ao lado do governador do estado de São Pauo, Tarcísio de Freitas, tratando-o como "companheiro" e agradecendo os votos obtidos por ele em favor da Reforma Tributária. Os Republicanos seguiram a orientação do governador e algo em torno de vinte votos ainda foram amealhados junto ao PL. É realmente uma cena capaz de produzir urticárias junto ao bolsonarismo raiz, que já está tratando o governador como um traidor. A fisionomia de Janones, de garoto maroto, é a de quem sabia qual seria a reação entre os bolsonaristas raiz.
Tarcísio, por outro lado, não é nenhum neófito na política e deve saber o que está fazendo. O PT trabalha com a hipoótese de que ele poderá ser o seu grande adversário nas eleições presidenciais de 2026, sobretudo diante da condição de inelegibilidade do presidente Jair Bolsonaro. Como afirmamos na última postagem, ocorreram movimentos inusitados no tabuleiro da direita ou da extrema-direita nas últimas horas.
Bolsonaro ainda não foi jogado ao sereno. O PL ainda trabalha com a possibilidade de reversão da decisão do STE sobre a sua inelegibilidade. Michelle Bolsonaro ainda não se consolidou como alternativa e, segundo informações, sua pretensão não seria concorrer à Presidência da República, mas a um cargo proporcional, quem sabe ao Senado, pelo Distrito Federal. Comenta-se, igualmente, que o governador de Minas Gerais, Romeu Zema(Novo-MG), poderia se filiar ao PL, onde teria mais capilaridade para candidatar-se à Presidência em 2026. Se tal informação se confirma, fica evidente que o PL pretende trabalhar o seu o seu nome como alternativa presidencial.
Editorial: Os curiosos movimentos no tabuleiro da direita.
Gilberto Kassab, o Presidente Nacional do PSD, tem se revelado um grande enxadrista no tabuleiro da política brasileira. Convém aos adversários - e até mesmo aliados - ficarem atentos às suas jogadas. O bruxo tornou-se um supersecretário do Governo de São Paulo, monitorando os movimentos de uma peça estratégica em seus projetos para as eleições presidenciais de 2026, o atual governador Tarcísio de Freitas(Republicanos-SP). A estratégia seria aproximar o governador do centro político, diluindo uma identidade mais efetiva com o bolsonarismo do tipo radical, evitando, por consequinte, os danos eleitorais dessa identificação.
A conversa com o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, atendia a tais requisitos, mas as reações adversas no encontro com os companheiros da velha guarda do bolsonarismo saiu um pouco desse script da jogada ou, no mínimo, pode ter antecipado alguns lances que não estavam previstos. Tarcísio foi literalmente hostilizado durante o encontro, ao defender o voto do PL em favor da Reforma Tributária. Seu encontro com um ministro do Governo Lula foi considerado um ato de traição por alguns ilustres representantes da legenda liberal.
Difícil saber se Kassab contava com essa reação do adversário, pois, em princípio, tal desvinculação deveria ser construída em lances paulatinos, nunca de forma abrupta, de preferência sem grandes traumas, pois ainda estamos em 2023. Mas o jogo de xadrez é isso mesmo. Assim como no futebol, conforme ensinava o grande Mané Garrincha, não se pode combinar a jogada com o adversário. Como um bom enxadrista pensa em tudo, o episódio pode até antecipar essa ruptura política do governador com o bolsonarismo raiz, levando-o a migrar do Republicanos para o PSD.
quinta-feira, 6 de julho de 2023
O xadrez político das eleições municipais de 2024 em Recife: A aposta de João Campos na consolidação da aliança com o PT
Apesar dos nossos avisos aqui pelo blog à época - solenemente ignorados - o ex-governador Eduardo Campos estabeleceu uma estratégia política que, matreiramente, corroeu a resistência do PT na Prefeitura da Cidade do Recife ao longo do tempo, o único bastião do partido no Estado. A materialização do projeto se deu nas eleições de 2012, sagrando o então técnico Geraldo Júlio como novo prefeito do Recife. Assim, um partido que poderia construir uma alternativa ao eduardismo no estado, tornou-se refém do ex-governador, precisando alimentar-se das migalhas que caíam da mesa dos socialistas, na expectativa de salvar algumas figuras de proa da legenda e seus apaninguados, um grupo que ficaria conhecido como queijo do reino.
A manobra impediu, inclusive, que lideranças mais autêticas da legenda se tornassem viáveis, uma vez impedidas pelos grupos adesistas, hegemônicos no controle do partido no estado. Em 2018 João Campos foi eleito pilotando uma agenda e uma narrativa antipetista, conveniente naquele momento, onde ainda existia uma forte resistência da população em relação aos escândalos em que o PT esteve envolvido.
As nuvens políticas mudaram sensivelmente deste então. Lula foi eleito, o PT integra o governo municipal, João mantém um ótimo trânsito junto ao morubixaba petista e à burocracia do partido. Sua estratégia no momento consiste em ampliar cada vez essa aliança, de olhos nas próximas eleições municipais de 2024 e estaduais de 2026. Por sua vez, o PT também pretende apostar na consolidação dessa aliança, pois abre-se uma perspectiva de reocupar o Palácio Antonio Farias, uma vez que toda a estratégia de João Campos está relacionada às eleições estaduais de 2026, quando deverá candidatar-se ao Governo do Estado. Isso, naturalmente, se João Campos conseguir ser reeleito e o PT indicar o vice na chapa. Em todo caso, assegurar a condição de candidato de Lula no Recife seria fundamental para o socialista.
Se as eleições fossem hoje, João Campos apresentaria boas credenciais para continuar no cargo. Sua avaliação junto à população do Recife é muito boa e suas costuras políticas estão bastante azeitadas, sempre numa perspectiva agregadora, tratando com afagos até oposicionistas. Por outro lado, a oposição também afia suas garras, preparando o terreno para tentar voltar ao poder em 2026, por ocasião das eleições presidenciais. A premissa aqui está mais relacionada aos expoentes do bolsonarismo no estado, como o ex-Ministro do Turismo do Governo Bolsonaro, Gilson Machado, ancorado nos bons resultados alcançados nas urnas nas eleições passadas.
Editorial: Bolsonaro recomenda ao PL votar contra a reforma tributária.
Com a sua inelegibilidade decretada, ao que sugere, o ex-presidente Jair Bolsonaro deverá perder algumas mordomias oferecidas pelo PL, o seu partido. Não sabemos se isso também se aplica em relação à sua condição de ex-presidente, quando o Estado ainda assegura alguma regalias, como seguranças, assessores, transporte e coisas assim. Em todo caso, sua relação com o PL, em tais circunstâncias, não é das melhores. Mesmo assim, o ex-presidente teria recomendado aos membros da legenda votarem contra todas as iniciativas que viessem do Partido dos Trabalhadores, independentemente de serem medidas importantes para o país.
Não se esperava de Bolsonaro algo acima disto. Não é do seu feitio posturas de caráter republicanos. No Brasil existe uma grande injustiça tributária, onde pobres e classe média são penalizados, em benefício de uma minoria de privilegiados. Uma espécie de Robin Wood às avessas. O entregador de pizzas dessas empresas de delivery precisa arcar com os impostos de seu equipamento de trabalho, ao passo em que os ricaços possuem isenção dos seus iates. Ao lado da Reforma Agrária, da Reforma Política, a Reforma Tributária é um das mais importantes para o país.
Essa discussão remonta ao primeiro Governo da Coalizão Petista, onde o avanço sobre as reformas acima foi apontada como algo onde o governo não obteve reultados, sendo posto, portanto, como um saldo negativo de gestão. Desta vez, o rolo compressor não é menor. Antes se dizia que o Governo de Coalizão Petista não reunia as condições políticas efetivas para avançar nesse terreno pantanoso, desagradando alguns segmentos de nossas elites. E hoje?
Editorial: Nota de Repúdio da Frente Evangélica pelo Estado de Direito
𝐍𝐎𝐓𝐀 𝐃𝐄 𝐑𝐄𝐏Ú𝐃𝐈𝐎
Editorial: A reforma tributária passa ou não passa?
Eis aqui uma grande incógnita. Tudo nos parece muito incerto, a julgar pelas movimentações dos partidos de oposição no sentido de arregimentarem apoios contra o projeto. Assim como já ocorreu até recentemente, o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad(PT-SP), faz uma corpo a corpo para a aprovação do projeto, limando, aqui e ali, aqueles pontos de discórdia com os seus interlocutores, a exemplo do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas(Republicanos-SP).
Diante das circunstâncias conhecidas, é realmente difícil cravar uma vitória do Governo Lula. Nos últimos dias, várias afagos foram feitos à oposição, através de cargos e liberação de emendas, mas isso não significa que o Governo poderá contar, necessariamente, com o voto desses parlamentares favorecidos, pois o jogo é pesado e as decepções se avolumam. Alguns deputados estão sempre usando essas votações para fazerem chantagens com o Governo. Não seria diferente num momento crucial como este, onde o poder de barganha - para não usarmos outras expressões mais adequadas - é enorme.
O governador Tarcísio de Freitas parece ter saído convencido do encontro com Fernando Haddad e tornou-se um soldado em defesa da reforma, abrindo um diálogo para demover as resistênfia dentro do PL, o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. E, por falar em afagos ao Governo, com a saída da Ministra do Turismo do cargo - a carta de demissão já estaria pronta - Lula sinaizou que irá construir um Instituto Federal e um hospital de câncer, em Belford Roxo, reduto político do esposo da ministra, o prefeito Waguinho.
quarta-feira, 5 de julho de 2023
Publisher: Luiza Trajano's campaign against high Central Bank interest rates
Until recently, during a businessmen's meeting, Mrs. Luíza Trajano, Magazine Luíza's main shareholder, demanded from Mr. Campos Neto, President of the Central Bank, a decrease in the interest rates practiced by that Institution, under penalty of such interest rates a general breakdown in some economic activities. After the meeting, the businesswoman would have tried, without success, to re-establish this dialogue with Campos Neto. Given the circumstances, Luíza Trajano would be intending to adopt, as a coping strategy, a petition among the business community that is consistent with the thesis of the fall in interest rates practiced by the Bank.
It is not uncommon for us to return to this matter here. There is a clear tug of arms between the Lula Government and the Presidency of the Central Bank, in some cases presented as a cursed legacy left by Bolsonarism, when one considers that the current manager of that institution was appointed by the former president. Alongside Lira, he would form an infernal duo against the interests of the Lula government. Campos Neto even has good relations with former president Bolsonaro, but the problem seems to be another one, or it is not limited to the possible political implications.
Campos Neto always hits the key that such interest rates are practiced in order to hold inflationary levels. On the other hand, there are countries with much lower interest rates and inflation under control. Concretely, Luíza Trajano is right in her arguments. This economic "denialism" of Campos Neto hinders economic growth and promotes the collapse of some market niches, as anticipated by the businesswoman. With the exception of speculative capital, there are already many people in the queue to sign the petition.
Editorial: Ronaldo Caiado pode despontar como eventual herdeiro do espólio eleitoral do bolsonarismo?

Eis aqui uma pergunta pertinente, formulada por um internauta que nos honra com sua leitura do BLOG CONTEXTO POLÍTICO. De fato, pelo menos até este momento, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, não aparece na bolsa de apostas políticas como um eventual herdeiro do bolsonarismo. Além da esposa do próprio ex-presidente Jair Bolsonaro, Michelle Bolsonaro, os outros nomes que surgem no retrovisor das eleições presidenciais de 2026 são os do governador de Minas Grais, Romeu Zema(Novo-MG), e o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP).
Curiosamente, o Instituto Paraná Pesquisas realizou uma pesquisa de intenção de voto naquele estado, consoante a quadra nacional e não estadual, onde aponta que o governador bateria Lula numa hipotética disputa presidencial. Outro fator que deve ser considerado são suas vinculações orgânicas ao agronegócio, um nicho eleitoral bastante vinculado ao bolsonarismo e indisposto com o Governo Lula. Sua gestão é bem avaliada pela população e o governador sempre manteve azeitado seus canais de articulações no plano nacional.
Até recentemente, o governador Ronaldo Caiado esteve na Câmera dos Deputados, atendendo a um convite dos membros daquela comissão, que trata dos problemas relacionados às invasões de terra, popularmente conhecida como CPI do MST. Durante sua fala, o governador manteve alguns entreveros com integrantes do Partido dos Trabalhadores, conforme já seria previsível. No dia de ontem, um blogueiro questionou essa eventual capacidade de transferência de votos do ex-presidente Jair Bolsonaro. A direita estaria abandonando o ex-presidente. A conferir.
Editorial: A campanha de Luíza Trajano contra os juros altos do Banco Central.
Até recentemente, durante um encontro de empresários, a senhora Luíza Trajano, principal acionista do Magazine Luíza, cobrou do senhor Campos Neto, Presidente do Banco Central, a queda dos juros praticados por aquela Instituição, sob pena de que tais taxas de juros poderiam produzir uma quebradeira generalizada em algumas atividades econômicas. Após, o encontro, a empresária teria tentado, sem sucesso, reestabelecer esse diálogo com Campos Neto. Diante das circunstâncias, Luíza Trajano estaria pretendendo adotar, como estratégia de enfrentamento, um abaixo-assinado entre o empresariado que coaduna da tese da queda dos juros praticados pelo Banco.
Não raro, estamos voltando a tratar deste assunto por aqui. Existe uma nítida queda de braços entre o Governo Lula e a Presidência do Banco Central, em alguns casos, apresentado como uma herança maldida deixada pelo bolsonarismo, quando se considera que o atual gestor daquela Instituição foi nomeado pelo ex-presidente. Ao lado de Lira, ele formaria uma dupla infernal contra os interesses do Governo Lula. Campos Neto até tem boas relações com o ex-presidente Bolsonaro, mas o problema parece ser outro, ou não se resume apenas às possíveis implicações políticas.
Campos Neto sempre bate na tecla de que tais taxas de juros são praticadas no sentido de segurar os patamares inflacionários. Por outro lado, existem países com taxas de juros bem mais baixos e inflação sob controle. De concreto mesmo, Maria Luíza tem razão no seus argumentos. Esse "negacionismo" econômico de Campos Neto trava o crescimento econômico e promove a quebradeira de alguns nichos de mercado, conforme antecipa a empresária. À exceção do capital especulativo, já tem muita gente na fila de espera para assinar o abaixo-assinado.
terça-feira, 4 de julho de 2023
Editorial: O ataque de um pastor evangélico aos homossexuais
Repertute bastante nas redes socias, as infelizes declarações do pastor evangélico André Valadão, durante uma cerimônia religiosa, conclamando os fiéis a cumprirem aquilo que Deus iniciou, ao liberar uma chuva de fogo e enxofre sobre Sodoma de Gomorra, em razão dos pecados da carne. Até recentemente, o jornal Folha de São Paulo realizou uma pesquisa que aponta que 52% da população brasileira acreditam que o Governo Lula possa tornar-se comunista. Já escrevemos por aqui que se trata de uma tremenda bobagem associar o petista ao comunismo.
Desde a década de 80 do século passado, quando o PT foi fundado, que tal hipótese se tornou uma grande bobagem. Nem os próceres representantes do Regime Militar acreditam nesse pseudo-comunismo do líder petista. É fato que, historicamente, os comunistas raízes tiveram alguns problemas com os homossexuais, mas a referência a essa pesquisa aqui seria por outro motivo, ou seja, para evidenciar o quanto a nossa socieade encontra-se profundamente polarizada, cindida em dois polos, num binômio bastante perigoso, pois como advertia o sociólogo jamaicano Stuart Hall, em tais circunstâncias, a tendência é que um dos polos tente esmagar o outro.
Nem mesmo com as reações duras do aparelho de Estado e da sociedade civil essas práticas estão sendo contidas. Atingimos um estágio bastante preoucupante, onde se torna difícil prever quando retornaremos aos padrãos civilizados de convivência e tolerância em todos os aspectos, seja religioso, seja em razão de uma opção sexual, seja em vincular-se a uma corrente política A ou B. Acionado por um parlamentar, o Ministério Público já estaria movendo uma ação contra o pastor. Vamos ver quem ganha essa cabo de guerra. Se os alaoprados de ocasião ou a banda boa da sociedade brasileira e suas instituições democráticas.
Editorial: Zema vira piada nas redes sociais por não saber a metade de 512.
O governador do Estado de Minas Gerais, Romeu Zema(Novo-MG), tornou-se alvo de piada nas redes sociais por não saber fazer um cúlculo simples, durante uma entrevista ao vivo, para a TV CNN, no dia de ontem. Infelizmente, não acompanhamos a entrevista, o que nos reserva o dever de não comentá-la nos pormenores, mas, grosso modo, ele já começa a construir uma narrativa antipetista, ao afirmar que o seu objetivo é o de combater o PT. Por outro lado, não deixa de ser curioso o fato de os telespectadores não perdoarem um deslize dele durante a entrevista, quando instigado a dizer quanto seria a metade de 512. Ele não soube calcular a metade desse valor, que seria 256. Embora esses lapsos sejam perfeitamente naturais, a malhação é inevitável, principalmente da turma da torcida do contra.
Ainda no período das últimas eleições, um outro ilustre representante desse agrupamento político que se coloca como prováveis herdeiros do bolsonarismo, Tarcísio de Freitas, pagou um mico ao não saber o nome do colégio onde iria votar naquelas eleições. Nenhum deles, por razões óbvias, assumem que andam sondando o alambrado das alternativas conservadores ou de direita para as próximas eleições presidenciais. Se o leitor prefere a denominação de extrema-direita, talvez possamos encanixá-la nesse figurino, uma vez que até ilustres representantes da Ditadura Militar voltaram a receber homenagens.
Romeu Zema e Tarcísio de Freitas são atores políticos que pilotam os maiores colégios eleitorais do país, São Paulo e Minas Gerais, estados estratégicos num pleito presidencial. No caso de São Paulo, no que concerne às eleições municipais de 2024, o capitão da extrema-direita, Jair Bolsonaro, hoje sinalizou que ainda não bateu o mertelo se apoiará Nunes ou Ricardo Salles. A impressão que temos é que Ricardo Salles já jogou a toalha. Em Minas Gerais, o ex-governador Aécio Neves, depois de um longo e tenebroso inverno - onde precisou comer o mingau quente pelas beiradas - emite sinais de que talvez tenha chegado o momento de voltar à ribalta, disputando uma vaga no Palácio Tiradentes nas eleições de 2026.
segunda-feira, 3 de julho de 2023
Publisher: Is the Lula government on track?
Yesterday, the 02/07, President Lula participated in the Independence Party of the people of Bahia, celebrated in this period. As is known, the people of Bahia hold a great festivity on this occasion, anticipating the 7th of September, celebrated nationally. The feeling of great pride on the part of Bahians in relation to this historic feat is curious, something that is not observed in relation to Pernambuco. The city of Cachoeira, in the region of Recôncavo Baiano, had a decisive participation in those episodes and there the celebrations also take place in the same proportion, as we verified in a visit to that city. The Constitutionalist Pernambuco Revolution of 1817 came to exercise almost two months of autonomous government, enacted a constitution and a flag, which is still the flag of the state of Pernambuco. Until recently, even the Data Magna was instituted in official commemorations.
Lula takes advantage of his stay to head to the city of Ilhéus, in the south of the state, where he inaugurates stretches of the West/East integration railroad, within the PAC works. We need to find out better about how this discussion of the resumption of the railroad modal is going in the context of the Ministry of Transport, but it could mean that, literally, the Lula Government is getting on track. The abandonment of our railway network has been questioned for a long time, in favor of road transport, extremely precarious and costly, bringing enormous losses to the country, especially when discussing the transport of grains.
After the clashes, Lula tries to wave a flag of peace for the agro, whether through public policies, such as the Safra Plan, or through the opening of dialogue, appointing reliable political actors for this arduous mission. Due to the position held by the Minister of Transport, Renan Filho, it was already thought to establish this bridge, mainly due to the "friendly fire" that fell on Carlos Fávaro, Minister of Agriculture, victim of a heavy game of palace intrigues.
Editorial: O Governo Lula entra nos trilhos?
Ontem, dia 02\07, o presidente Lula participou da Festa da Independência dos baianos, comemorada neste período. Como se sabe, o povo baiano realiza uma grande festividade nesta ocasião, antecipando-se ao 07 de setembro, comemorado nacionalmente. É curioso o sentimento de grande orgulho dos baianos em relação a este feito histórico, algo que não se observa em relação aos pernambucanos. A cidade de Cachoeira, na região do Recôncavo Baiano, teve uma participação decisiva naqueles episódios e por lá as comemorações também ocorrem na mesma proporção, conforme verificamos numa visita àquela cidade. A Revolução Pernambucana Constitucionalista de 1817 chegou a exercer quase dois meses de governo autônomo, promulgou uma constituição e uma bandeira, que até hoje é a bandeira do estado de Pernambuco. Até recentemente, sequer, a Data Magna era instituída nas comemorações oficiais.
Lula aproveita a estadia para se dirigir à cidade da Ilhéus, no Sul do estado, onde inaugura trechos da ferrovia de integração Oeste\Leste, dentro das obras do PAC. Precisamos nos inteirar melhor sobre como anda essa discussão da retomada do modal ferroviário no contexto do Ministério dos Transportes, mas pode significar que, literalmente, o Governo Lula está entrando nos trilhos. Há muito se questiona bastante o abandono de nossa malha ferroviária, em benefício do transporte rodoviário, extremamente precário e oneroso, trazendo enormes prejuízos para o país, sobretudo quando se discute o transporte de grãos.
Depois dos atritos, Lula tenta acenar com uma bandeira de paz para o agro, seja através de políticas públicas, como o Plano Safra, seja através da abertura de diálogo, escalando atores políticos confiáveis para essa árdua missão. Pelo cargo que ocupa o Ministro dos Transportes, Renan Filho, já foi pensado para estabelecer essa ponte, sobretudo em razão do "fogo amigo" que cai sobre Carlos Fávaro, Ministro da Agricultura, vítima de um jogo pesado de intrigas palacianas.
Editorial: Audiência com o tenente-coronel Mauro Cid na CPMI dos Atos Antidemocráticos.
A audência com o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, Tenente-Coronel Mauro Cid, está agendada para o dia de amanhã, 04\07, em sessão da CPMI dos Atos Antidmocráticos. Espero que ele nos surpreenda e fale bastante, mas, a julgar pelas últimas audiências, as expectativas não são boas. Seus advogados, inclusive, entraram com um pedido junto ao STF para que ele não fosse convocado. Mesmo o pedido não sendo atendido, dependendo da forma como ele está sendo convocado pela CPMI - e do entendimento dos advogados sobre os temas que possam incriminá-lo - podemos ter uma audiência improdutiva para o andamento dos trabalhos da comissão.
Um dos militares ali presente recentemente, veio acomonhado de uma "cola" de procedimentos a serem adotados, no sentido de não se deixar levar pelas emoções. Ele olhava tanto para a cola que a mesma acabou vazando para as redes sociais. O manual incluía alimentar-se - ele, de fato, tomou vários cafezinhos - manter as mãos juntas, uma postura impassível, não gesticular, entre outras recomendações. Coisa do estamento militar, possivelmente. A postura do militar foi bastante questionada pelos parlamentares, mas, no final, não se avançou muito no trabalho da comissão, que deve prospectar outros mecanismos para obter as informações necessárias.
Na CPI do Golpe da Câmara Distrital, criada com a mesma finalidade, o presidente dos trabalhos, o Deputado Federal Chico Vigilante, adotou um procedimento curioso. Durante a sessão, com a negativa do convocado em responder às perguntas formuladas, leu o depoimento prestado por ele durante os interrogatórios policiais, onde, inclusive, havia confessado a tentativa de instalar artefatos explosivos nas proximidades do Aeroporto de Brasília. Em terra de sapos, de cócoras com eles, conforme recomenda o ditado popular.
domingo, 2 de julho de 2023
Editorial: O rosto da direita pós-Bolsonaro?
O bolsonarismo não morre com a saída de cena do ex-presidente Jair Bolsonaro. Apesar de inelegível até 2028, seu capital político está longe de arrefecer. Tal condição de inelegível, segundo alguns observadores, pode, inclusive, até ampliar esse capital político. A questão agora é saber quem será ungido com o esse espólio político, já em níveis de acirradas disputas entre os ilustres representantes da direita e da extrema-direita. Generais como Erasmo Dias estão sendo homenageados - o que representa um retrocesso tremendo, num pais que nunca conviveu muito bem com a justiça reparativa ou de transição.
Para não ficar atrás, até o fascista Benito Mussolini foi citado esta semana, por um governador de Estado, por ocasião da decretação de inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro. Nos bastidores - ou seria estertores? - do bolsonarismo mais radical estamos presenciando um campeonato macabro para se saber quem mais se aproxima do perfil ideal da extrema-direita. Em São Paulo, Tarcísio de Freitas, num flagrante desrespeito às vítimas da Ditadura Militar de 1962, se esmera nessas homenagens aos algozes da democracia e do desrespeito aos direitos humanos. As ervas daninhas estão vicejando.
Logo após saber do resultado do seu julgamento junto ao TSE, o ex-presidente Jair Bolsonaro fez questão de enfatizar que o jogo ainda não havia acabado. A sua esposa, Michelle Bolsonaro, também se apresenta como herdeira legítima desse espólio político. Seus movimentos indicam que ela estaria no páreo para as próximas eleições. Pretensão em princípio rejeitada pela própria família Bolsonaro, diante desses fatos novos, quem sabe ela não tem alguma chance de assumir esse papel.
Publisher: Protests in France. A new May 1968?
Editorial: Protestos na França. Um novo Maio de 1968?
A França está convulsionada há algum tempo. Um observador atento já se deu conta que os protestos naquele país, concentrados sobretudo na capital Paris, se tornaram recorrentes, seja em relação à política econômica, seja em relação às reformas do sistema previdenciário, seja em relação à nevrálgica presença de imigrantes estrangeiros. O Maio de 1968, começou com as dificuldades encontradas pelos estudantes nas acomodações universitárias. Logo se estenderam, ganharam as ruas e assumiram uma dimensão gigantesca.
Desta vez os protestos foram iniciados depois da morte de um jovem de 17 anos por um oficial da polícia. Há potencial para durar semanas, a despeito da dura repressão do aparato de segurança do Estado, que já prendeu mais de 2500 mil pessoas. Até recentemente, quando esteve naquele país, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou bastante sobre a necessidade de combater as desigualdades. Enquanto ele falava, osbervava-se o semblante de preocupação do presidente francês, Emmanuel Macron.
Essas desigualdades, principalmente de oportunidades de educação e de trabalho, cindindo a população francesa, está na raiz dos protestos atuais naquele país. Lula fala de cátedra, uma vez que a agenda neoliberal, formatada pelo capitalismo atual, se assenta no triplé da desigualdade, do racismo e do autoritarismo, premissas bem familiares ao Brasil. É o que alguns teóricos já definem como a brasilianização do ocidente. A resposta do Estado francês não virá através de políticas públicas, mas de duras repressões aos protestos. Podem esperar!
sábado, 1 de julho de 2023
Editorial: Pedetistas comemoram inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Agora foi a vez de Carlos Lupi, Ministro da Previdência Social do Governo Lula, também se pronunciar sobre o assunto. De fato, eles fazem jus a todos os créditos. Nos últimos dias, o ex-governador Ciro Gomes vem se comportando como quem deseja voltar à ribalta, quem sabe de olho nas próximas eleições. Em princípio, analisamos tal possibilidade para 2026, por ocasião do pleito presidencial. Em todo caso, convém não descartar uma candidatura estadual.
O cearense já se pronunciou contrário a uma reaproximação com o PT, no tocante às próximas eleições municipais. Seu irmão, o senador Cid Gomes, aposta na reedição dessa coalizão, responsável por um longo período de hegemonia política naquele estado, impedindo setores reacionários locais conduzissem o governo. Ao longo dos anos, como ocorre em todo o país, esses grupos apenas se fortaleceram, exigindo o bom sendo necessário dos progressistas. A questão é que já faz algum tempo que Ciro Gomes não enxerga no PT este perfil.
Editorial: A polêmica da recuperação da estrada que leva ao rancho da família Zema.
Não raro, este assunto volta a ocupar espaço nas redes sociais. Trata-se uma matéria do jornal O Estado de São Paulo, abordando uma obra do Governo de Minas Gerais, orçada em R$ 41 millhões, com o propósito de recuperar as condições de tráfego de uma estrada. Ocorre que tal estrada passa na propriedade de um rancho da família Zema, do governador do estado, Romeu Zema(Novo-MG), daí ter gerado tanta polêmica. Zema tem um governo bem avaliado, tendo adotado no estado um modelo de gestão inovador, primando pelo enxugamento da máquina, racionalidade na aplicação dos recursos, combate a desvios e malversação de verbas públicas, entre outros ingredientes que se encaixam no figurino que compõem o escopo de uma administração, digamos assim, com verniz neoliberal ou modernizante.
Mais um motivo para o estranhamento de uma ação pública que deverá favorecer a sua nucleação familiar, algo não condizente com essa "racionalidade". Zema, inclusive, desponta como um dos possíveis herdeiros do espólio bolsonarista, constituindo-se, quem sabe, como um eventual candidato às eleições presidenciais de 2026. O governador mineiro se manteve equidistante durante o primeiro turno das eleições presidenciais passadas, mas, durante o segundo turno, emprestou seu apoio ao então candidato Jair Bolsonaro.
Ainda jovem, já se comporta como uma cevada raposa da política mineira. Com um olho no padre e outro na missa, circula pelos corredores da capital federal arregimentando apoiadores e novos filiados ao seu partido, o Novo. Um dos nomes sondados é o do ex-juiz da Lava-Jato, Sérgio Moro, talvez um pouco desconfortável no União Brasil, sobretudo em razão do namoro da legenda com o Palácio do Planalto.
Editorial: Bolsonaro inelegível. E agora?
Há quem assegure que a decisão pela inelegibilidade apenas contribua para ampliar seu capital político junto a um seguimento eleitoral que sempre se identificou com o bolsonarismo, o que não deixa de ser uma hipótese plausível. Numa eleição, quem ocupa a máquina sempre leva algumas vantagens. No plano federal o PT está no poder e isso poderá ter seus reflexos nas próximas eleições municipais de 2024 e, certamente, nas eleições presidenciais de 2026. Por outro lado, não pode ser desconsiderado o fato de a oposição ter apresentado um bom desempenho nas urnas nas eleições passadas, tendência que pode se repetir nas próximas eleições.
O senador Ciro Nogueira, fiel escudeiro do bolsonarismo, já andou afirmando que aposta com qualquer um que o PT não fará nenhum prefeito de capital nas próximas eleições municipais, assim como Bolsonaro será o maior cabo eleitoral dos próximos pleitos. O bolsonarismo permenece forte junto a um segmento do eleitorado e este eleitorado não emite sinais de que poderá abandonar a sua liderança. Pelo menos por enquanto.