Pelo andar da carruagem política, a oposição obterá algumas conquistas em relação ao PL da Anistia aos implicados na tentativa de golpe de 08 de janeiro. Conta até com o apoio de parlamentares da base governista neste sentido. É curioso, mas, mais da metade dos que assinaram o requerimento de urgência são de partidos que integram a base de apoio do Governo Lula, alguns ocupando espaço na Esplanada dos Ministérios. Conforme já afirmamos em outro momento, o Governo dormiu o sono que pode produzir o monstro. As arestas estão sendo aparadas até mesmo junto ao Judiciário, que já admite algumas concessões, como a redução das penas aplicadas, à exceção dos artífices da tentativa de golpe, bem como aqueles que o financiaram. Torçamos que essas concessões tenham limites que não afetem a nossa frágil saúde democrática pelos próximos anos.
Hugo Motta, enquanto costura o formato do projeto, aguarda o pronunciamento dos líderes partidários sobre o assunto. Isso nos faz lembrar de uma expressão atribuída ao ex-presidente Jânio Quadros, que dizia que o Brasil é uma espécie de hímen complacente, ou seja, nunca se rompe. Na primeira oportunidade esses sublevadores da ordem democrática voltam às portas dos quartéis pedindo intervenção militar. Isso é muito grave. Até mesmo presença nessas instituições militares poderiam ser passível de punição. Estamos aqui aguardando para sabermos até onde avança tais negociações. O Executivo esperneia, a exemplo do deputado Lindbergh Farias, mas pode pouco neste momento, uma vez que já perderam parte da batalha.
Com a arrogância e empáfia observada nos discursos que vazaram envolvendo os conspiradores, caso essa gente lograsse êxito no intento golpista, logo no dia seguinte eles estariam soltando seus cachorros para fazer as unhas dos democratas ou dos seus desafetos, como eles insinuam, matreiramente, que a jovem foi punida por tentar fazer uma maquiagem na estátua A Justiça. Infelizmente, vivemos num país com essas características.
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