Certamente a oposição não reunirá as condições, pelo menos no momento, de criar dificuldades para o Governo Dilma Rousseff no Legislativo. Algo, no entanto, nos parece merecedor de maiores explicações: sempre que ocorre um escândalo de corrupção na maquina pública, eles vão sempre respingar no financiamento de campanha da presidente. Foi assim com Antonio Palocci – que aumentou sensivelmente seu patrimônio durante o período em que coordenava sua campanha – e, agora, aparece Luiz Antonio Pagot, diretor demitido do DNIT, que insinuou que a “caixinha” poderia favorecer o financiamento de campanha de Dilma e que, durante o período em que a presidente ocupava a Casa Civil, prestava contas diretamente a ela sobre as atividades desenvolvidas à frente do órgão. Como essa questão de moralizar a gestão pública torna-se algo essencialmente complexo num país com as características do Brasil. O senador Blairo Maggi, nome indicado pelo PR para assumir o cargo de Ministro dos Transportes, substituindo Alfredo Nascimento, recusou, alegando que algumas de suas empresas teriam contratos com o Ministério, inviabilizando a sua nomeação. Na realidade, comenta-se nos bastidores que a indicação de Blairo Maggi poderia representar uma sobrevida para Luiz Antonio Pagot no DNIT, algo fora de propósito nas circunstâncias atuais. No final, como argumenta o jornalista Carlos Chagas, em seu artigo de hoje, Dilma deixa de efetivar no cargo – como desejava – um servidor público de ficha limpa e com reconhecida competência técnica. Quem perde com isso é a res publica.
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