O PMDB não mexeu uma palha no sentido de tentar evitar a demissão de Nelson Jobim do Ministério da Defesa. Embora filiado ao partido – inclusive freqüentando suas últimas reuniões – Jobim era da cota pessoal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A relação entre civis e militares no Brasil, sobretudo depois da ruptura institucional instaurada no país com o Golpe Militar de 64, tornaram-se bastante problemáticas. Não por acaso, há bons trabalhos acadêmicos tratando desse tema espinhoso, alguns deles concluindo que o Brasil é uma semidemocracia, ou uma democracia tutelada, onde prevalecem as tibiesas de imposição do poder civil sobre os militares.Do ponto de vista institucional, a criação do Ministério da Defesa foi um avanço, mas todos sabem dos problemas daquela pasta desde que ela foi criada. Quando da transição do seu Governo para o de Dilma Rousseff, Lula pediu a presidente que mantivesse Jobim no cargo, alguém com autoridade, que soube se impor aos militares. Dilma decidiu mantê-lo. Há muito sabia-se da insatisfação de Jobim com o Governo ou com a presidente em particular. Jobim recusou o nome indicado pelo partido, com o aval do Planalto, para sua assessoria: O professor Roberto Mangabeira Unger. Preferiu o nome de mensaleiro José Genoíno, ex-guerrilheiro da campanha do Araguaia. Não se sabe até hoje qual papel de Genoíno naquela pasta. Talvez seja para fazer companhia a Jobim quando ele se retira do gabinete para uma sala contígua, onde fuma os famosos charutos cubanos. A própria Dilma teria perguntado a Jobim se José Genoíno poderia ser útil. Ele teria respondido que, se Genoíno era útil ou não era problema dele. Foi exatemente essa sincericídio, aliado a outros fatores – como inúmeras divergências com a presdiente, conforme já publicamos aqui no http://blogdojolugue.blogspot.com , que contribuíram para a sua demissão. A demora de Dilma Rousseff em afastá-lo deveu-se há alguns fatores, inclusive amplas consultas à caserna e ao oráculo Lula, que indicou alguém com o perfil de não criar embaraço para a presidente, seu ex-ministro de relações exteriores, Celso Amorim.Apesar dos problemas criados, o Governo Dilma perde um bom quadro. São poucos no Governo. Há muita gente "fraquinha".
Nenhum comentário:
Postar um comentário