Alguém comentou que jornalistas estariam fazendo uma espécie de auditoria na Prefeitura de Petrolina, com o objetivo de encontrar irregularidades nas administrações do hoje Ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho. FBC já foi prefeito daquela cidade por dois mandatos. Já comentamos aqui no blog que talvez fosse necessário mudar os mecanismos de destinação de verbas dos Ministérios, uma vez que a tendência natural é que os ministros e gestores públicos acabem favorecendo suas bases. Na administração de Geddel Vieira, por exemplo, verbas poupudas foram alocadas para a Bahia, ao passo que recursos ínfimos foram destinados a outros Estados, como Alagoas, por exemplo. Naquele ano, Alagoas sofreu uma de suas piores enchentes e recebeu apenas 0,3% dos recursos do Ministério. Quando criticados, o argumento é o mesmo: O Ministério atende a projetos e emendas de parlamentares. Então tá. Apenas a Bahia e Pernambuco sabem fazer projetos consistentes. Sabe-se que não é esse o problema. FBC foi mantido no cargo pela blindagem de Eduardo Campos. Há, entretanto, alguns outros deslizes – típicos da cultura patrimonialista brasileira – que contribuíram para macular sua imagem, como a prática de nepotismo e a não definição clara da fronteira que separa o interesse público das motivações privadas. São essas práticas de um Brasil arcaico, colonial, de uma elite que se apropria do Estado como um bem particular que mantém a imprensa no seu incalço. Seria interessante que Eduardo Campos - que fala tanto "republicanizar" as práticas políticas, ficasse mais atento às contradições do seu Governo.
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