A greve da Polícia Militar das Bahia, conforme a imprensa vem noticiando, está assumindo uma proporção perigosíssima, provocando o enfrentamento entre militares grevistas e forças do Exército e da Guarda Nacional brasileira. Antes, tumultos, invasão de prédios públicos, saques no comércio, vandalismo e dezenas de mortes foram registradas, que alguns atribuem aos próprios grevistas. Criou-se uma situação de absoluta desordem naquele Estado da Federação, governado pelo petista Jaques Wagner, ator político com um grande prestígio no Planalto. Ostentando os maiores índices de violência no país, Estados como o Rio de Janeiro, São Paulo e Pernambuco passaram a adotar uma verdadeira política de segurança pública, ou seja, monitorando a ocorrência e tipologias de crimes; definindo metas de sua redução a partir de dados confiáveis; aparelhando o aparato de segurança do Estado, inclusive a polícia científica; unificando as ações entre as polícias militar e civil; impondo a presença do Estado em zonas controladas por bandidos; aplicando mecanismos que premiam a meritocracia do trabalho dos policiais; punindo com rigor os desmandos corporativos, afastando policiais envolvidos em corrupção; privilegiando critérios técnicos e de desempenho para a ascenção na carreira; articulando a política de segurança pública às políticas públicas de acessibilidade ao bem cultural, à educação, formação técnica, emprego e renda . Com essas medidas, esses Estados estão em processo crescente de redução da criminalidade. A imagem não é muito feliz nem real, mas Pernambuco é apontado pelos maiores especialistas na área de segurança pública, como uma “ilha” no contexto de uma Região onde a violência vem crescendo a cada dia: o Nordeste. Eu afirmo que a imagem não é feliz uma vez que, apesar dos avanços - sobretudo na redução dos homicídios - a sensação de insegurança persiste e uma série de outros delitos forma ignorados ou até cresceram no período. Numa análise equivocada, a explicação para essa explosão de violência na Região Nordeste já foi apontada – imaginem- como sendo resultante do crescimento econômico da Região e a possível migração do tráfico de drogas. Embora algumas tipologias de crimes possam estar relacionadas diretamente a essas fatores, existem outras variáveis de caráter mais elucidativo, como a falha em não se conceber uma política de segurança orientada pelo planejamento, calcada em dados confiáveis, conforme já afirmamos. Estados que fizeram essa lição de casa estão vendo seus índices serem reduzidos, enquanto em outros casos, Bahia, Alagoas, Paraná, Paraíba enfrentam um surto de violência jamais observados. Que a greve da Bahia sirva de alerta para os governantes da Região e que o senhor Jaques Wagner reúna seus assessores, informe-se sobre os reais problemas de segurança pública do seu Estado e tome as providências necessárias e quando nomear alguém para a área exija um plano de trabalho. O crescimento da violência na região é fruto do descaso do Estado com a segurança.
Nenhum comentário:
Postar um comentário