Consciente das dificuldades que terá de enfrentar com a entrada de José Serra na disputa pela Prefeitura de São Paulo, Lula volta os olhos para o Nordeste, um dos principais redutos de sustentação do petismo. Comentávamos anteriormente que o PT havia acusado o golpe proporcionado pela candidatura do tucano. Até então, o PSDB estava numa enrascada sem precedentes, fraturado numa disputa interna, sob o risco de escolher um nome –através das prévias – incapaz de galvanizar o partido, mobilizar a militância e seduzir o eleitorado. Apesar dos problemas conhecidos – como uma alta taxa de rejeição – Serra é um nome favorito, competitivo e agregador naquela praça. A grande questão em jogo é se, como afirma Kassab, Serra realmente abandonou a sua idéia fixa de tornar-se presidente da República. Os grãos-tucanos praticamente já homologaram o nome do senador Aécio Neves para essa missão. Antes do anúncio do nome de Serra – pasmem! – num arranjo inusitado - praticamente todos os partidos poderiam entrar no rolo compressor montado pelo Planalto para eleger Fernando Haddad. Hoje, além dos tradicionais aliados, o PT esboça uma aproximação com o PR e com o PSB, que já estaria fechado com Serra. O PR, por sua vez, reinvidica a parte que lhes toca no condomínio governista, ou seja, o controle do Ministério dos Transportes, o que Dilma não gostaria de ceder. Na realidade, o PR carece de quadros com perfil ético para indicar para o cargo. No momento, comenta-se que Lula poderá intervir nas animosidades entre a prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, e o governador Cid Gomes, que divergem sobre o candidato à prefeito em 2012. Numa visita recente de Dilma àquela cidade, ambos foram vaiados. A expectativa montada em Pernambuco é se, uma vez intervindo nas disputas internas do Ceará, Lula poderia fazer o mesmo no Recife.
Nenhum comentário:
Postar um comentário