O julgamento de Aguinaldo
A primeira coisa que a chamada grande imprensa faz quando alguém é alçado à condição de ministro, de presidente de um Poder ou de qualquer outro cargo de relevância é fuçar sua vida pregressa. Faz parte. Jornalismo também é isso.
A revista Época desta semana traz uma reportagem sobre o novo ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro. Diz não só o que todo mundo já sabe – que ele responde a dois inquéritos no Supremo Tribunal Federal -, mas vai além, ferindo os brios esquerdistas de Dilma Roussef, ao lembrar que o avô do escolhido foi apontado como suspeito da morte do líder camponês João Pedro Teixeira, cuja história foi transformada em filme – “Cabra marcado pra morrer”. O filme, diz a matéria, é venerado pela esquerda. A esquerda de Dilma. E acha que isso é constrangedor.
Não vejo nada de constrangedor. A história mal resolvida do avô do ministro terá que ser uma mancha hereditária? Dilma participou de ações terroristas contra a ditadura e hoje prefere não ficar lembrando isso como um troféu da esquerda. Não foi a avó dela. Foi ela mesma. Isto, sim, foi um constrangimento na campanha.
Se nem Dilma quer que o seu passado a condene, porque os antepassados de Aguinaldo terão que condená-lo? O cineasta de “Cabra marcado pra morrer” diz-se “chocado” com a nomeação de Aguinaldo. “Não estou julgando o neto, mas fica simbólico”, diz ele.
Está julgando, sim. Da mesma forma que os não eleitores de Dilma a julgaram por seu passado constrangedor. Aguinaldo Ribeiro não cometeu nem foi suspeito de matar ninguém. Querem fazer com que ele pague por um crime atribuído – e nunca provado, apesar das evidências levantadas à época - ao seu avô. Isso não é julgamento?
Se prejulgar é arriscado, julgar o descendente de um suspeito é irracional.
Torço para que o ministro corresponda às expectativas não só do seu partido ou da presidente, mas dos brasileiros e dos paraibanos, em particular. Torço pelos paraibanos que “chegam lá”. Independente de partido político. Independente dos seus antepassados.
A revista Época desta semana traz uma reportagem sobre o novo ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro. Diz não só o que todo mundo já sabe – que ele responde a dois inquéritos no Supremo Tribunal Federal -, mas vai além, ferindo os brios esquerdistas de Dilma Roussef, ao lembrar que o avô do escolhido foi apontado como suspeito da morte do líder camponês João Pedro Teixeira, cuja história foi transformada em filme – “Cabra marcado pra morrer”. O filme, diz a matéria, é venerado pela esquerda. A esquerda de Dilma. E acha que isso é constrangedor.
Não vejo nada de constrangedor. A história mal resolvida do avô do ministro terá que ser uma mancha hereditária? Dilma participou de ações terroristas contra a ditadura e hoje prefere não ficar lembrando isso como um troféu da esquerda. Não foi a avó dela. Foi ela mesma. Isto, sim, foi um constrangimento na campanha.
Se nem Dilma quer que o seu passado a condene, porque os antepassados de Aguinaldo terão que condená-lo? O cineasta de “Cabra marcado pra morrer” diz-se “chocado” com a nomeação de Aguinaldo. “Não estou julgando o neto, mas fica simbólico”, diz ele.
Está julgando, sim. Da mesma forma que os não eleitores de Dilma a julgaram por seu passado constrangedor. Aguinaldo Ribeiro não cometeu nem foi suspeito de matar ninguém. Querem fazer com que ele pague por um crime atribuído – e nunca provado, apesar das evidências levantadas à época - ao seu avô. Isso não é julgamento?
Se prejulgar é arriscado, julgar o descendente de um suspeito é irracional.
Torço para que o ministro corresponda às expectativas não só do seu partido ou da presidente, mas dos brasileiros e dos paraibanos, em particular. Torço pelos paraibanos que “chegam lá”. Independente de partido político. Independente dos seus antepassados.
Gisa Veiga, www.politicapb.com.br
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