Ao apagar das luzes da última campanha presidencial veio à tona uma informação que ficou ofuscada diante do calor da campanha. Ninguém deu muita importância, mas o negócio é muito sério. Esse problema de corrupção da Petrobras se insere dentro daquele contexto de "vazamento seletivo', ou seja, uma informação passada à imprensa num momento específico, com a evidente motivação de favorecer um dos candidatos da disputa. A delação premiada, por sua vez, também sugere o mesmo expediente. Não vou entrar nos detalhes, mas alguns blogs já relataram toda a urdidura em torno do assunto. Em razão desses fatos, a corrupção tornou-se um dos temas mais quentes da campanha presidencial de 2014. Acossada - em razão dos casos que, de fato, existem no Governo - a presidente Dilma Rousseff, numa de suas primeiras falas, prometeu endurecer o jogo contra os gatunos da Viúva. Como sugerimos aqui mesmo no blog, uma série de medidas precisam ser tomadas, como o fortalecimento dos instrumentos de controle e fiscalização de Estado; medidas mais severas contra os corruptos; maior profissionalização e aperfeiçoamento dos agentes de Estado envolvidos com essa questão. O problema da corrupção no Brasil é grave, precisa ser enfrentado, mas não pode ser reduzido à indução deste ou daquele governo ou partido. Nesses últimos 500 anos, ela não é primazia de ninguém. A nossa máquina pública está podre. Essa indignação contra os possíveis desmandos de corrupção na coalizão de governo petista, na realidade, traduzia outras motivações inconfessáveis. Trata-se de um problema endêmico, complexo. O caso da Petrobras é bem ilustrativo. Feita as contas do tal propinoduto na estatal, de acordo com o delator, o montante maior de propinas pagas foi aos tucanos de alta plumagem. Vejam só! Aqui em Pernambuco, uma dessas aves de rapina achacou a estatal em 10 milhões para esvaziar uma CPI. Raposa rica. Felpuda. Andava com sapatos de cromo alemão.
A charge é do Renato Aroeira.
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