Sinceramente, não sabemos mais o que afirmar sobre os institutos de pesquisa no Brasil, salvo que eles parecem, deliberadamente, dispostos a inflarem a candidatura do tucano Aécio Neves. Informo que até tenho um grande respeito pelas pesquisas de intenção de voto. Pelo menos, no que concerne àquilo que aprendemos na Universidade, notadamente, com o professor José Carlos Wanderley, de saudosa memória. Mas informo, de antemão, que aprendi outras coisas. Os mecanismos sobre como fraudar ou "enviesar" uma pesquisa com propósitos escusos, isso, ele não nos ensinou. A cada dia aparecem artifícios novos, numa evidência clara de que essa gente, de fato, submeteram completamente a ciência ao vil metal ou aos interesses escusos.
Penso que esse é um assunto a ser passado a limpo depois dessas eleições. O curioso é como essa engrenagem funciona, permitindo, inclusive, no final, que esses institutos ocupem as páginas dos jornais para alardearem que "acertaram" os resultados, saindo limpos da história, sem sua credibilidade arranhada. A julgar como verdadeiras as denúncias de um escândalo que já está sendo chamado de "mensalão pernambucano", percebe-se a intricada teia de desvio de recursos públicos, financiamento de campanhas, manipulação de pesquisas com a intenção clara de interferir sobre os resultados de uma eleição. Penso que não seja necessário desenhar.
Há um desses institutos dando uma diferença de 17 pontos pró-Aécio Neves. Os dados são tão dúbios que alguns veículos não estão levando a sério tal pesquisa. Em matéria assinada no Viomundo descobre-se, por exemplo, que o tal instituto "escolheu" os eleitores consoante critérios inusitadas. É como se eles escolhessem a "Inferno Coral" para responder algumas perguntas sobre o Santa Cruz. Ora, o universo pesquisado ou plano de amostragem é um dos aspectos mais importantes numa pesquisa de intenção de voto. Uma questão de método. Qualquer equívoco aqui pode enviesar os resultados finais. Certa vez pedi para os alunos de uma turma de Administração de Empresas realizarem uma pesquisa sobre a satisfação dos banhistas da praia de Porto de Galinha, em Ipojuca.
Um grupo optou pelos residentes enquanto o outro grupo optou pela população circulante. Os resultados, naturalmente, foram discrepantes, assim como essa história de que Porto de Galinhas é a melhor praia do Brasil não passa de um "discurso". Sou dilmista mas devo reconhecer que o PT vive uma grande tempestade nessas eleições. A engrenagem que a direita montou está bastante azeitada. Até mesmo as pesquisas realizadas por institutos que gozam de uma certa credibilidade - os grandes - estão sob suspeita, na medida em que estão trabalhando com universos de eleitores francamente identificados com uma tendência de voto no no candidato de oposição.
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