Ontem, uma colega de jornada informou que estava deixando de atuar nas redes sociais. Já estava saturada com a onda de ódio que circula por aqui. E ela tem lá suas razões. O clima está ficando irrespirável. São ofensas e agressões contra negros, pobres, nordestinos, homossexuais, eleitores de Dilma Rousseff, petistas. Este gatilho foi acionada por uma série de circunstâncias envolvendo essa última campanha presidencial, como informa em artigo publicado no nosso blog o professor Michel Zaidan Filho. Pegou combustão, assim como fósforo aceso em palha de bananeira seca. Até a onda separatista voltou a ocupar o "debate". O pior é que existem alguns jornalistas irresponsáveis que, ao invés de cumprirem o seu ofício com responsabilidade e ética, acabam, com suas declarações, contribuindo, na verdade, para insuflar ainda mais o ódio. Não preciso aqui citar nomes, mas os leitores, certamente, sabem de quem estamos falando. Jabor, Mainardi estão entre eles. De acordo com Michel, a entrada da irmã Marina na campanha presidencial contribuiu bastante para estabelecer essa "polarização", possivelmente em razão de sua identificação com os evangélicos. Vem daqui aquelas discussões sobre ser contra ou a favor de casamento entre pessoas do mesmo sexo; contra ou a favor do aborto; liberalização do uso da maconha; criminalização dos atos de caráter homofóbicos etc. O segundo turno, por assim dizer, trouxe alguns ingredientes novos, como a divisão entre os eleitores de Aécio Neves e Dilma Roussef. Os de Aécio Neves, mais identificados com a elite paulista, os de Dilma mais identificados com a região Nordeste. Isso também reacendeu a indisposição de setores da elite e da classe média tradicional com as políticas de distribuição de renda da Era Lula/Dilma, que favoreceu os estratos sociais mais fragilizados. Todos os ingredientes parecem que estão dados. Cumpre agora a adoção de atitudes que possam não alimentar essa onda, mas dilui-la, minimizando seus efeitos nefastos. Aqui, pelas redes sociais, vou excluir marcações que contenham essa pregação ou mesmo aquelas que as refutem com o mesmo expediente. Façam o mesmo. O Brasil é um país que precisa construir pontes, e não muros. É exatamente essa apartação construída durante décadas que estão fomentando esses problemas.
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