Alexandre Porto é um colega dos nossos bons tempos do microblog
Twitter. Residente em Niterói, tem uma visão bastante aguçada das
questões polítiticas, sempre fazendo comentários muito pertinentes. Hoje
ele comentou sobre essa aproximação entre o PSOL e o PT. Em linhas
gerais, praticamente, o PSOL é uma dissidência do PT, assim como foi o
PSTU, quase todo formado pela tendência Convergência Socialista, então
expulsa da agremiação. O namoro, até o
momento, vai de vento em popa e as razões para isso são inúmeras. Há
quem esteja até sugerindo um casamento imediato e uma lua-de-mel na
Esplanada dos Ministérios. Como bem colocou Luciana Genro num dos
debates, o PSOL não aceita dedo em riste, não se constitui como
linha-auxiliar do PT, tampouco abdica de alguns pontos do seu programa.
No mais, há, sim, a possibilidade de entabular algumas propostas e
linhas de ação em conjunto. Como informa Alex, o PSOL deixou de ver o PT
como um inimigo a ser derrotado, a despeito de seus possíveis
equívocos. Uma das necessidades impostas a Dilma Rousseff pelas atuais
circunstâncias políticas é o fortalecimento de suas alianças à esquerda.
A contingência se impõe por uma série de motivos, inclusive pelo perfil
do novo congresso, onde houve um fortalecimento da representação
conservadora. Se já cobrávamos isso de Dilma em momentos anteriores.
Agora, então...Motiva o PSOL uma perspectiva real de poder. A turma do
PSOL que deixou o PT nos parece ser mais "pragmática" ou ter uma visão
mais consequente da política. Uma posição, nos parece, bem distinta
daquela externada pela pessoal do PSTU. Apesar das divergências com o
PT, enxergam o que nos aproxima estrategicamente. Isso é um dado
alvissarreiro porque antecipa em anos a tal bacia semântica do
antropólogo Gilbert Durand, além de forçar o PT a abraçar algumas teses
que os setores conservadores da coalizão interditam.
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