pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Após hiato de seis anos, Laerte retorna às origens em novo livro
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sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Após hiato de seis anos, Laerte retorna às origens em novo livro


“Modelo vivo” faz mergulho na obra da cartunista por meio de HQs clássicas, tiras e desenhos de nus humanos
Desenho de "Modelo Vivo" (Divulgação/Boitempo)
Desenho de “Modelo Vivo” (Divulgação/Boitempo)
Eric Campi
No ano de 1970, Laerte começava a apresentar suas personagens em tirinhas da revista SIBILA. Quarenta e seis anos depois, em 2016, a cartunista publica Modelo vivo como forma de se desprender dos padrões visuais que permearam sua obra até então. “Talvez seja só coisa minha – mas tenho tido cada vez menos prazer e mais dificuldade com o desenho”, confessa Laerte na apresentação do livro.
Para tentar resolver esse problema, a cartunista resolveu voltar aos procedimentos que utilizava antes de se tornar profissional. “De cara, abriu-se um campo de expressão muito mais vasto, trazendo um grau de liberdade tão grande quanto o volume de novos problemas a cada passo: gráficos, narrativos, conceituais etc. Dá muito mais trabalho”, afirma.
Além de tirinhas antigas – e uma inédita – a obra mergulha na ideia da quebra de padrões e traz desenhos de nus humanos que Laerte fez enquanto ministrava um curso livre em 2013 com seu filho Rafael Coutinho. “Além de um desenhista muito melhor que eu, é dono de uma cabeça organizadora que eu não tenho.”
O processo de rabiscar humanos, para ela, é uma das maneiras mais fecundas de fazer desenhos. “Nos usamos inteiramente na ação de desenhar”, explica. “Fiz isso menos do que gostaria, mas sempre foi renovador e sempre me reequilibrou”.
Apesar de não se enxergar como um modelo, “nem de mim própria”, Laerte protagonizou um ensaio nu, também como uma das formas de desconstrução que vinha buscando. As fotos, clicadas por Rafael Roncato, poderão ser conferidas a partir do dia 26 de novembro na loja Ugra – Quadrinhos & Contracultura.
Sobre o ensaio, a cartunista afirma ser algo que sempre quis fazer desde que se assumiu como transgênero. “É algo que eu queria ver feito: um olhar sobre o corpo nu sendo o meu próprio corpo o assunto. É muito diferente do que se ver no espelho, como todo mundo sabe. Lembrei um pouco do momento em que vi e senti pela primeira vez meu corpo depilado – a sensação de nudez, liberdade e transformação.”
Modelo-vivo_LaerteModelo vivoLaerte
Boitempo/Barricada
88 págs. – R$49

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