Li recentemente dois excelentes trabalhos acadêmicos que abordavam, sob perspectivas distintas, os chamados romances do ciclo da cana-de-açúcar, do escritor paraibano, José Lins do Rêgo. O primeiro deles estava mais relacionado aos paradigmas econômicos e tecnológicos que determinaram o fim dos engenhos de cana de açúcar na Região e a sua consequente substituição pelas usinas. O segundo texto tem como título: Pelos olhos do menino de engenho: os personagens negros na obra de José Lins do Rêgo. Trata-se de uma dissertação de mestrado escrita por Carla de Fátima Cordeiro, defendida na UNESP. O trabalho de Carla é um retrato - sem retoques - dos sofrimentos infligidos aos negros durante o período da escravidão na região Nordeste. Não conheço Carla, mas já a admiro pelo seu estilo contundente de narrar os fatos, desconstruindo completamente as teses de um colonialismo assimilativo, aplainado, adocicado ou coisa que o valha.
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