Gosto muito de ler e ouvir o sociólogo Paulo Sérgio Pinheiro, da USP. Assim como poucos, ele descreve, didaticamente, toda a engrenagem montada em torno dos objetivos desse golpe institucional ora em curso no país. Uma de suas premissas é a de que, em condições de normalidade democrática, onde os partidos teriam que negociar suas agendas com o eleitorado, jamais essas reformas poderiam ser implementadas. Essa foi uma das razões do golpe: rasgar a constituição cidadã, promulgada em 1988, destruindo todo o edifício de direitos e conquistas obtidos pela sociedade brasileira nas últimas décadas. A elite brasileira teria que se juntar a bandidos e cupinchas para implantar um regime de força, sem o qual seria impraticável essas medidas.
Um dos outros possíveis motivos seria blindar alguns desses atores, envolvidos diretamente nessas urdiduras, das investigações da Operação Lava Jato, que estava se aproximando, perigosamente, da Casa Grande. Em delação premiada da Construtora Odebrechet, aparece, com todos as letras e pingos nos "is" a informação de que o então candidato José Serra, nas eleições de 2010, recebeu com, regularidade, uma quantia estimada em R$ 23 milhões, como caixa-dois de campanha. Zeloso, aquele juiz do Paraná teria imposto uma espécie de sigilo a esta delação premiada. Cuidadoso, o jornal Folha de São Paulo trata sobre o assunto em "notinhas". E Serra segue em frente, como qualquer cristão, como se nada estivesse ocorrendo...(...)
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