"Ali pelo segundo Governo Lula, os institutos que medem a saúde da democracia no mundo - a partir da observância de algumas variáveis - diziam que estávamos muito bem. A possibilidade de um retrocesso seria pouco provável, uma vez que cumpríamos uma sequencia de eleições regulares; os diretos civis e políticos estavam assegurados; os poderes constituídos funcionavam sem solavancos, dentro daquele equilíbrio previsto, tolhendo a possibilidade de uma tirania. Veio o golpe e uma agenda pesada de supressão de direitos, mas, como no Brasil existe uma atipicidade característica, finge-se que as coisas estão funcionando perfeitamente - passamos apenas por uma transição necessária - até as eleições de 2018, quando o povo terá uma nova oportunidade de escolher um governante consoante sua livre escolha. Em sua última fala, o presidente Michel Temer parece invocar esse espírito sobre a necessidade de tocar essas reformas, independente das acusações que lhes são imputadas. Ou seja, pouco importa o respeito às regras do jogo democrático naquilo que ele preconiza sobre a conduta que se espera do governante, desde que se cumpra a agenda da banca."
(José Luiz Gomes, cientista político, em editorial publicado aqui no blog)
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