pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Editorial: Coelho sai, não sai.
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quinta-feira, 20 de julho de 2017

Editorial: Coelho sai, não sai.




O clima esquentou em Brasília, numa disputa envolvendo o Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia(DEM), e o Presidente da República, Michel Temer(PMDB). Em jogo está uma dezena de deputados socialistas insatisfeitos com a legenda, dispostos a mudarem de agremiação partidária, consoante algumas benesses oferecidas. O clima ficou tão pesado que jantares de cortesia foram oferecidos pelo Planalto, com direito às visitas sem protocolos e às conversas de pé-de-ouvido, sem as formalidades daquelas agendas enfadonhas. Michel Temer tem jogado todas as suas fichas no sentido de preservar seu mandato até o final de 2018. Age em várias frentes e percebeu nessa insatisfação dos socialistas uma excelente oportunidade de fortalecer o seu PMDB, assegurando que esses deputados continuem fiéis ao seu Governo, votando pelo veto da Câmara dos Deputados ao pedido de investigação, formulado pela Procuradoria-Geral da República, para que o STF analise as acusações que pesam contra ele. 

O curioso nesse cenário é o caso do Senador Fernando Bezerra Coelho, do PSB de Pernambuco, sobre o qual o assédio pareceu mais evidente. O filho do senador, Fernando Filho, é Ministro das Minas e Energias. Sua indicação ao cargo, em certo sentido, pode ser entendida como uma manobra mais do senador do que propriamente como uma indicação do partido. As disputas entre o grupo político do PSB local é uma luta bastante renhida. Isso desde os tempos em que o ex-governador Eduardo Campos ainda era vivo e mantinha sob rédias curtas seus comandados do chamado quadro político. Como afirmamos num dos artigos anteriores, trata-se de um grupo cujas pretensões políticas estão sendo represadas ao longo dos anos, gerando, naturalmente, muitas críticas. Definitivamente, não se pode afirmar que esse núcleo dos Coelhos esteja afinados com o Palácio do Campo das Princesas. Além de abrirem um diálogo com os peemedebistas, conversam com os Democratas e, ainda não fosse suficiente, ficamos sabendo que o senador abriu espaço na agenda para receber o mair adversário do projeto de reeleição do governador Paulo Câmara no Estado, o senador Armando Monteiro(PTB).

Até essa contra-ofensiva dos peemedebistas, notadamente o presidente Michel Temer, o diálogo entre socialistas e Democratas parecia bastante azeitado. Há entre eles, inclusive, um projeto de fundir as duas legendas, criando-se, quem sabe, uma nova agremiação. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, vem se empenhando pessoalmente nesse projeto, o que se coadunaria com possíveis aspirações políticas do mesmo. Os movimentos desse ator político preocupa não apenas o presidente Michel Temer -  que nos parece hoje muito mais preocupado em salvar a sua pele - mas raposas políticas felpudas de outras agremiações, que observam nessa desenvoltura o interesse em ocupar a cadeira de Presidente da República não apenas para um mandato tampão, mas com o objetivo de nela permanecer por mais tempo. Este fato, inclusive, tem dificultado bastante as negociações políticas na capital federal em torno da costura de um consenso em torno de um possível governo pós-Temer. 

Por outro lado, aqui na província, a costura de um arranjo político que possa contemporizar os interesses dessa ala dos Coelhos também não é assim tão simples. Um dos grandes projetos do senador Fernando Bezerra Coelho é entrar na disputa pelo Palácio do Campo das Princesas. Possui uma barganha importante na disputa pelo Governo do Estado, como a influência da família sobre uma região estratégica em qualquer disputa majoritária, como a região do Sertão do São Francisco. Vale ainda aqui o registro de que essa ala dos Coelhos, através de Miguel Coelho, filho de FBC, reconquistou a Prefeitura de Petrolina, um importante colégio eleitoral do Estado. Estranha, entretanto, esses acenos do senhor Michel Temer para os Coelhos - dizem até aventando oferecer a legenda para uma disputa majoritária - sem antes conversar com o morubixaba do partido no Estado, o Deputado Federal Jarbas Vasconcelos, fechadíssimo com o projeto de reeleição do governador Paulo Câmara(PB). Como se sabe, o PMDB não é bem um partido, mas um conjunto de feudos controlados por caciques em cada Estado.  

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