De um certo modo, a chamada "Conspiração Macambirense" tem acumulado alguns êxitos na empreitada de conquistar o Palácio do Campo das Princesas nas eleições majoritárias de 2018. Prefeituras de cidades como Ipojuca e Belo Jardim caíram em mãos de prefeitos não afinados com as diretrizes do Governo Paulo Câmara(PSB). Sem contar aqui com a cassação do prefeito Júnior Matuto(PSB), de Paulista, uma espécie de leão de chácara do grupo palaciano desde os tempos do ex-governador Eduardo Campos. Não há dúvidas sobre o crescimento da candidatura do senador Armando Monteiro(PTB) neste cenário. Ainda é cedo para fazer alguma previsão sobre as nuvens de Outubro de 2018, mas esse imput momentâneo, de um certo modo, empresta um ânimo novo aos opositores do Governo Paulo Câmara(PSB). No caso de Belo Jardim, há ainda o componente simbólico da queda da hegemonia política exercida pelo grupo Mendonça.
Ontem, ciceroneada pelo senador Humberto Costa(PT), amigo pessoal do ex-presidente Lula, Marília Arraes esteve em São Paulo para um encontro com o morubixaba da legenda petista. Arrancou de Lula o sinal verde para o seu pleito de uma candidatura ao Governo do Estado nas eleições de 2018. Como dissemos em artigo anterior, na atual conjuntura política, o PT precisa medir com bastante cuidado os seus passos. Não bastassem os problemas da legenda no plano nacional, aqui na província o PT ainda amarga as duras aprendizagens de uma política aliancista equivocada, que o tornou refém e a reboque do projeto político do ex-governador Eduardo Campos. Quando o ex-governador resolveu que já era a hora oportuna para distanciar-se do partido, eles se deram conta da ausência de um espaço político próprio que deixou de ser construído ao longo dos anos.
É neste contexto que se entende a razão de os caciques da legenda adotarem uma estratégia de sobrevivência política que passa por uma profunda reflexão acerca de suas ambições nesse cenário. O senador Humberto Costa, por exemplo, o nome com maior capilaridade política da legenda no Estado, deverá mesmo candidatar-se a uma vaga na Câmara Federal nas eleições de 2018. Marília Arraes, por seu turno, só teria a ganhar com o seu projeto majoritário, embora o seu projeto não possa ser dissociado das perspectivas locais e nacionais da legenda. Em qualquer circunstância, no entanto, Marília Arraes ampliaria seu capital político, além de reforçar o palanque oposicionista ao governador Paulo Câmara(PSB), possivelmente, levando a eleição para um segundo turno. Há um outro componente aqui, o da ratificação da cisão entre as famílias Campos e Arraes nas próximas eleições. O escritor Antônio Campos, hoje filiado do Podemos, deverá tentar uma cadeira na Alepe ou na Câmara Federal em 2018.
O governador Paulo Câmara também estreita suas costuras políticas, reforçando a aliança com partidos como o PMDB, do Deputado Federal Jarbas Vasconcelos, que deverá ocupar uma das vagas ao Senado Federal na chapa do Campo das Princesas. Enquanto no plano nacional os socialistas acenam para um distanciamento do PMDB, aqui na província ocorre um movimento em sentido contrário, uma estratégia que traz no seu bojo um ônus que deverá ser cobrado nas urnas, sobretudo se confirmada a defenestração do Governo Temer, envolto em inúmeras denúncias. Ainda não entendi qual é o "cálculo" do governador para o reforço desta aliança. Do ponto de vista estritamente eleitoral, inclusive, somente mais recentemente os peemedebistas trataram de adubar suas bases interioranas. Talvez não haja cálculo algum mesmo. Que o diga Danilo Cabral. Talvez fosse mesmo mais prudente uma preocupação maior com o próprio "rebanho" socialista, como a ala dos Coelhos, que se encontra assediada por aves de rapina da política nacional.
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