pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Crônica: Não fechem Jampa, por favor! ( somente se for estritamente necessário)
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segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Crônica: Não fechem Jampa, por favor! ( somente se for estritamente necessário)



Como sou um apaixonado por Jampa, costumo acompanhar o que ocorre naquela cidade, com regularidade, sobretudo em momentos decisivos como este, de eleições. O interesse tornou-se ainda maior, depois das náuseas provacadas pelo baixo nível da campanha eleitoral do Recife.  Ainda hoje, conversei com o comendador sobre as eleições do segundo turno, naquela cidade, depois de acompanhar o debate entre os candidatos Cícero Lucena(PP) e Nilvan Ferreira(MDB), veiculado pelo Sistema Correio de Comunicação. Infelizmente, o candidato do comendador já está fora do páreo e ele não demonstrou grande entusiasmo sobre o resultado desse pleito. Ou seja, não tem preferência por este ou aquele candidato. 

Gostaria de registrar aqui, inclusive, uma inovação no formato do programa, antes com regras tão rígidas que tornaram esses debates burocráticos e enfadonhos. Num dos blocos, abre-se um espaço de tempo de 10 minutos para cada candidato apresentar suas propostas ao eleitorado, com a possibiolidade de ser interrompido pelo oponente. Mesmo assim, 10 minutos de televisão é uma eternidade e, se o candidato estiver realmente preparado, pode passar o seu recado ao eleitorado, discutindo, de fato, suas propostas com mais desenvoltura, demonstrando ou não o domínio sobre o seu programa de governo,  os reais problemas da cidade, assim como sua espetise sobre como enfrentá-los. Isso é muito importante para o eleitorado que está em casa, acompanhado o debate, fazer suas escolhas de forma consciente, que seria o objetivo principal desses encontros. 

Hoje, aliás, depois dessa longa conversa com o comendador, fiquei triste com a possibilidade de um possível lockdown em Jampa novamente, a partir dos próximos dias, em razão da segunda onda desta maldita Covid-19. Até entendo as razões - irei respeitá-las - mas como ficar privado das frutas do mercado de Tambaú? jacas, mangas rosas e espadas dessa época do ano? Das postas de camorim e do camarão fresco da peixaria da beira-mar? Do sorvete de chocolate africano da sorveteria Friberg, a melhor de Jampa? Dos almoços no Mangai, com sua culinária tradicional acompanhada das jarras de sucos tropicais? Dos passeios na orla, aos finais de tarde, alugando uma daquelas bicicletas familiares? Das trilhas na Bica, nos manhãs frequinhas dos domingos de janeiro? Com sorte, ainda encontramos por ali um sorvete caseiro produzido na cidade de Pilar, terra do grande escritor José Lins do Rego. E o espetáculo da florada dos Ipês do Parque Solon de Lucena? 

Muito triste com tudo isso. Nosso projeto de um registro dos lugares românticos e bucólicos de Jampa ficam sensivelmente comprometido. Como o comendador irá nos guiar por aqueles recantos que ele conhece como ninguém? Mais um lockdown e não sabemos quando possamos concluir esse trabalho, que já foi profundamente afetado pelas primei ras medidas restritivas. Agora, então, além do trabalho do livro, ainda ficaremos privados das comidas caseiras dos redutos tradicionais de Jampa, dos becos e vielas que não teríamos  a chance de conhecer sozinho. - Zé, hoje vou levar você a um boteco onde é servido o melhor sarapetel da cidade. Depois vou te mostrar a antiga casa de pensão de Nininha, hoje transformada numa casa de bons constumes. E, assim, aos poucos, bairro por bairro, rua por rua, fomos conhecendo a cidade. Claro que, de forma consciente, vamos entender as razões sanitárias e de saúde pública que sugerem um novo lockdown. Países europeus já começaram a adotar essas medidas. No Brasil, há um avanço de casos e mortes pela Covid-19. Entendo, sim, as razões e irei respeitá-las. Mas que vou sentir muita falta, ah isso vou! 


José Luiz Gomes

 

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