É pouco provável que os recentes equívocos de comunicação cometidos pelo pré-candidato Luiz Inácio Lula da Silva(PT-SP), tenha sido objeto de algum plano estratégico elaborado por algum marqueteiro. Mas, em todo caso, acabou sobrando para o marqueteiro Augusto Fonseca, segundo dizem, indicado por Franklin Martins, um grande companheiro de outras jornadas petistas, que, até recentemente, passou a ter ascendência junto ao pré-candidato. A um pré-candidato, em muitas ocasiões, não se aconselha falar com o coração, mas com o cérebro. Para o "cercadinho", até pode-se abrir alguma exceção. Para o grande público, não.
Principalmente quando se sabe que o "cercadinho" são votos contados e, hoje, Lula precisa penetrar em redutos tradicionalmente não petistas. A fala do ex-governador da Bahia, Jaques Wagner de que ele, se eleito, não irá realizar um governo do PT é emblemática. Mais franqueza impossível, embora saibamos dos seus efeitos, suficientes para causar calafrios nos petistas do cercadinho, aqueles eleitores de base histórica, mais renhidos, portanto.
É bom deixar claro, no entanto, de que não se trata, tão somente, de um problema de comunicação do pré-candidato. O crescimento de Bolsonaro nas pesquisas de intenção de voto é muito mais resultado dos seus acertos do que dos eventuais erros cometidos pelo petista. E, por falar em comunicação, segundo o articulista Ricardo Rangel, de Veja, ele acaba de dar um banho com esta decisão de indultar o Deputado Federal Daniel Silveira. Ele lucra seja qual for o resultado dos recursos que estão sendo encaminhados ao STF, que deverá julgar o mérito da decisão.
A decisão do presidente Jair Bolsonado gerou, de imediato, as reações previsíveis, inclusive as positivas para a sua campanha, independente dos protestos de setores do campo político e jurídico. Como sugere o articulista de Veja, foi uma jogada de comunicação exitosa, independentemente do seu desfecho posterior. O grande problema que percebemos aí é esse cabo de guerra entre os poderes Executivo e Judiciário, nada salutar para as nossas instituições democráticas.
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