pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Editorial: Mergulhamos de vez numa grave crise institucional.
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domingo, 24 de abril de 2022

Editorial: Mergulhamos de vez numa grave crise institucional.



Através da crônica política, somos informados de que o ex-presidente Michel Temer teria procurado o presidente Jair Bolsonaro(PL) com o intuito de convencê-lo a revogar o indulto concedido ao Deputado Federal Daniel Silveira(PTB-SP). Por razões republicanas, em nome da convivência civilizada e o respeito recíproco entre os Três Poderes, tal medida só deveria ser tomada depois do trânsito em julgado da sentença em relação ao processo ao qual responde o deputado, conforme entendimento do ex-presidente, doutor em Direito Constitucional.  

Embora a relação entre ambos seja a melhor possível - tendo o presidente Jair Bolsonaro, em outras ocasiões, recorrido aos seu capital político e jurídico para sanar crises no Planalto - a resposta foi um sonoro não, indicando que a temperatura política pode esquentar daqui para a frente. Tudo indica que Bolsonaro resolveu afagar a sua base de apoiadores mais consolidada, o que significa que as rusgas com o Judiciário estão longe de serem dissipadas, comprometendo, ainda mais, o nosso tecido democrático, historicamente tão fragilizado. 

A nova pesquisa de intenção de voto, conduzida pelo Instituto IPESPE, não traz muitas novidades no tocante à disputa presidencial de 2022, exceto, talvez, ao confirmar a boa performance do azarão André Janones(Avante), que aparece com escores de empate, dentro da margem de erro, com figuras carimbadas como o ex-governador de São Paulo, João Dória(PSDB-SP), que disputa a indicação na aliança entre o União Brasil, o MDB, o PSDB e o Cidadania. André Janones é um fenômeno nas redes sociais. Neste aspecto, temos até uma grande novidade, ou seja, o ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite(PSDB-RS), afastou-se da disputa e poderá dar suporte às aspirações do ex-governador paulista. Eduardo Leite é uma espécie de queridinho da velha guarda da mangueira tucana.

Num país de democracia consolidada, as prerrogativas dos Três Poderes seriam respeitadas, as eleições ocorrreriam sem maiores transtornos e os seus resultados seriam solenemente respeitados pelos atores envolvidos no pleito. No Brasil, infelizmente, as coisas não funcionam assim. O clima está acirrado, a corda está esticada e o momento tornou-se delicado. É torcer que haja as ponderações necessárias e os atores relevantes consigam - assim como num passado recente - evitar o descarrilhamento do trem de nossa democracia.   

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