pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: Um imbróglio chamado terceira via
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domingo, 3 de abril de 2022

Editorial: Um imbróglio chamado terceira via



No atual contexto político das eleições presidenciais de outubro, a impressão que se passa é que a terceira via é mesmo um cadáver insepulto. Alguns analistas políticos já jogaram uma pá de cal no assunto, mas ainda existe um batalhão de candidaturas que tentam conquistar um lugar ao sol através do caminho de uma alternativa política à polarização representada pelas candidaturas de Luiz Inácio Lula da Silva,pelo PT, e Jair Bolsonaro, pelo PL, que tenta sua reeleição. O fato concreto é que, até o momento, nenhuma dessas candidaturas se mostraram viáveis eleitoralmente, nem mesmo a de Ciro Gomes, que já vem nessa peleja há algumas eleições. 

O ex-juiz da Lava-Jato, Sérgio Moro(União Brasil), vem fazendo um périplo, conversando com vários nomes que se identificam com este perfil, sempre com o propósito de construir uma alternativa de consenso que, preferencialmente, seria ele mesmo. Trata-se, naturalmente, de uma cruzada inglória, quando se sabe que ele encontra resistâncias dentro do próprio partido que acabou de filiar-se, o União Brasil. A melhor saída para ele seria abandonar esse seu projeto presidencial de uma vez e, humildemente, candidatar-se a uma vaga na Câmara Federal, o que garantiria o foro privilegiado para as investidas que deverá enfrentar a partir de janairo de 2023, seja lá quem for eleito Presidente da República Federativa do Brasil. 

O governador Eduardo Leite(PSDB-RS) tenta a sorte num arranjo político complexo, que depende de inúmeras variáveis, urdido por tucanos de alta plumagem, com o propósito de isolar João Dória(PSDB-SP) - o candidato "oficial" do partido - e viabilizá-lo como candidato presidencial pela legenda. Trabalham com o dispositivo da convenção partidária, que teria prerrogativas para reverter o resultado das prévias, onde Dória sagrou-se vitorioso. A ideia é que o nome de João Dória não seja posto na mesa de negociações políticas com os integrantes das legendas que tentam unir forças e apresentar um nome de consenso para a disputa presidencial.

Simone Tebet, do MDB, seria um bom nome - talvez o melhor deles - embora também não apareça bem nas pesquisas de intenção de voto - mas não conta com o apoio de vários coronéis da legenda do próprio MDB, então já comprometidos com a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT-SP), principalmente nas regiões Norte e Nordeste. A despeito desses problemas internos, ela continua no páreo e presente na mesa de negociações. Já se chegou a pensar, inclusive, numa chapa presidencial envolvendo o seu nome e o do governador gaúcho, Eduardo Leite. Vamos aguardar os próximos lances.    

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