pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Editorial: Randolfo Rodrigues sugere uma reação de Lula ao avanço do bolsonarismo.
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segunda-feira, 4 de abril de 2022

Editorial: Randolfo Rodrigues sugere uma reação de Lula ao avanço do bolsonarismo.

 


Quando as coisas não vão bem, existem muitos culpados, já diziam os mais experientes. Essa premissa se aplica à campanha presidencial do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT-SP). Interlocutores confiáveis estão se dirigindo ao mandachuva do PT no sentido de convencê-lo a adotar uma postura mais agressiva, consoante as dificuldades que sua campanha está enfrentando neste momento, onde se observa o avanço gradual e constante do adversário Jair Bolsonaro(PL). Isso em todas as frentes, ou seja, diminue sua diferença em relação ao oponente e vê crescer o número de parlamentares filiados aos partidos que lhes dão sustentação no Congresso, como o PL, o PP e os Republicanos.

Não faz muito tempo, Guilherme Boulos, Presidente Nacional do PSOL, alertou para os "perigos" relativos ao programa Auxílio Brasil, um programa emergencial do Governo Federal, destinado a distribuir um certo recurso financeiro a milhões de brasileiros pobres, majoritariamente localizados nas regiões Norte e Nordeste do país. Trata-se de um contingente expressivo, calculado em 38 milhões de pessoas, naquela faixa de renda não superior aos dois salários mínimos. Em última análise, são milhões de brasileiros e brasileiras com título de eleitores. Uma grande aposta do Governo no seu projeto de reeleição.  

As pesquisas de intenção de voto, realizadas logo em seguida à distribuição do Auxílio Brasil, indicaram que o presidente Bolsonaro vem melhorando sua popularidade junto a este segmento do eleitorado, o que confirma a preocupação do dirigente do PSOL. Havia, a princípio, uma identidade de classe e até regional desse eleitorado com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT-SP), o que significa dizer que, logicamente, eleitores até então identificados com Lula poderiam estar migrando para o outro lado. 

Com a polarização em processo de consolidação e a desistência do ex-juiz Sérgio Moro em disputar a Presidência da República, não seria improvável que seus votos possam migrar para Jair Bolsonaro, já que ambos pertencem a mesma matriz ideológica. Sérgio Moro é cria do bolsonarismo e nunca escondeu isso de ninguém. A campanha eleitoral de Moro tinha, entre suas estratégias, penetrar nos redutos insatisfeitos do conservadorimo bolsonarista, como os evangélicos e gente do agronegócio. 

De acordo com o jornalista Thomas Traumann, em mais de um artigo para a revista Veja, a mãe de todas as pesquisas seria concluída com a janela partidária, uma vez que os políticos iriam migrar para o lado que pudesse significar sua sobrevivência política. Preocupa para os estrategistas da campanha de Lula a constatação de que os partidos que mais cresceram estão na base governista, ou seja, o PP,PL e Republicanos, que foram extremamente beneficiados com a janela partidária. Algum indicador aqui? Segundo Traumann, sim. Esses parlamentares acreditam concretamente numa possibilidade de vitória do presidente Jair Bolsonaro. É uma primeira vitória da base governista contra Lula. Mesmo se Lula vencer as eleições de outubro, enfrentará um congresso sensivelmente hostil. Como se sabe, tais conquistas não se deram por expedientes, digamos assim, necessariamente republicanos. Mas isso já é um outro debate. 

Neste caso, as forças do campo progressista acumularam mais um revés por aqui. O que fazer, então? O senador Randolfo Rodrigues, que assessora a campanha do petista, sugere que ele caia em campo, vá às ruas, converse com as pessoas, amplie o diálogo do chão da fábrica a Faria Lima. Converse com bancários e banqueiros, enfim, saia da inércia em que está metido, permitindo que o adversário conquiste espaços, reequilibrando as forças para o embate de outubro. O cientista político Felipe Nunes, diretor do Quaest\Genial, observava algo que poderia representar uma grande dor de cabeça para a campanha do petista, a partir de uma avaliação sobre a performance do presidente Jair Bolsonaro em dois dos três colégios eleitorais mais importantes do país: Rio de Janeiro e Minas Gerais. Ele não fazia, até então, referência ao caso de São Paulo, onde Jair Bolsonaro já aparece empatado com Lula, dentro da margem de erro, segundo a última pesquisa do Instituro Paraná Pesquisas. 

No Rio de Janeiro, o seu reduto eleitoral, o candidato do PL, Cláudio Castro,  lidera todas as pesquisas de intenção de voto até aqui realizadas, o que sugere não ser improvável que Jair Bolsonaro possa desequilibrar o jogo, hoje bastante equilibrado entre ambos. Em Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral do país, há evidentes afinidades entre o governador Romeu Zema, do Novo, que deve disputar a reeleição, e o  presidente Jair Bolsonaro.

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