pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : fevereiro 2025
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segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

Drops Político: Estados Unidos voltam a afirmar que a Covid-19 é um vírus que escapou do laboratório.


Autoridades sanitárias dos Estados Unidos voltam a sugerir que há indícios confirmáveis de que o vírus causador da Covi-19 pode ter sido mesmo falhas em experimentos realizados pelo Governo da China, ou seja, é mais uma informação de que o vírus poderia ter escapado de laboratório de pesquisa. O Governo da China, naturalmente, refuta as informações a este respeito. Comecem a redobrar os cuidados, uma vez que há indícios - esses de fato confirmados - sobre surtos de variantes do vírus pelo país. A China, neste momento, enfrenta dificuldades com um vírus respiratório bastante semelhante, que já chegou ao país. 

Drops Político: Tarifas e mais tarifas.



É de causar arrepios aquelas pastas pretas sobre a mesa do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Sempre que ele assina os documentos de uma dessas pastas, as reações são esperadas. Desta vez é sobre a taxação dos produtos importados do México, China e Canadá, causando um rebuliço nos governos desses países, que prometem retaliação. Salvo melhor juízo, o Brasil também está no radar do presidente norte-americano, já provocando uma reação do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, durante sua última entrevista coletiva. É tarifa sobre tarifa. Se eles taxam os produtos de exportação desses países, nada mais justo que tais países taxem também os produtos exportados pelos Estados Unidos. 

Editorial: Lula venceria todos os opositores se as eleições fossem hoje.



O nosso cenário político está cada dia mais confuso. Estávamos assistindo recentemente um documentário sobre o ex-governador Leonel Brizola. Estamos cada vez mais convencidos de que o político gaúcho foi o melhor presidente que nunca tivemos. Explica-se porque o sistema temia tanto o caudilho. Era um político de convicções, autênticas, daqueles que não fazem média com o status quo. Suas gestões foram marcadas pelo compromisso de oferecer educação de qualidade aos alunos que dependiam da rede pública de ensino. O arranjo político o deixou de fora do jogo. O mesmo ocorreu com o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, por sinal um pedetista, de passagem limpa pela vida pública, profundo conhecedor dos nossos problemas, e que também mereceria uma chance. 

Hoje o cenário está repleto de políticos oportunistas; empresários temerários - que não têm programa, mas utilizam métodos sórdidos -; representantes de grupos milicianos, financiados pelo crime organizado e até cantores, que nunca se envolveram com política antes, evidenciado que, de fato, estamos mal. Apesar dos escores preocupantes de popularidade, o presidente Lula venceria todos os concorrentes se as eleições presidenciais fossem hoje, contrariando as previsões do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab. Vamos ser francos por aqui. O Governo Lula3 não vai bem. Ontem, em editorial, até recomendamos ao presidente passar o bastão para outro companheiro. 

Essas pesquisas precisam de uma análise mais efetiva. Se quisermos reproduzir o próprio Lula, as eleições são daqui a dois anos. Até lá muita água há de correr no rio eleitoral. Com a reforma ministerial recente o Governo Lula3 perdeu uma chance de, quem sabe, injetar sangue novo na equipe, cercando-se de pessoas competentes tecnicamente, capazes de enfrentar as turbulências que se apresentam em praticamente todas as áreas. Sidônio Palmeira assume com a missão de retirar o presidente de sua redoma, ou seja, ele vai precisar se expor cada vez mais, assumindo o protagonismo da narrativa política, hoje hegemonizada pela oposição. Em determinado momento, ele vai precisar dessas entregas para mostrar para a população. 

Editorial: A dança das cadeiras na Esplanada dos Ministérios.



O presidente deve encontrar-se hoje, dia 03, com os novos presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, e do Senado Federal, Davi Alcolumbre. Lula deverá tratar das mudanças ministeriais que estão em curso, assim como das pautas prioritárias de interesse do Governo, que deverão ser apreciadas pelo Legislativo. A dança das cadeiras ministeriais envolve um jogo eminentemente político. Pena que o Governo Lula3 perca uma chance - talvez a última- de imprimir um sangue novo e eficiente ao seu terceiro mandato, adotando o critério técnico nessas escolhas. O encaminhamento é de natureza tão política que cogita-se que os antigos dirigentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, devam ocupar espaços na Esplanada dos Ministérios, como se especulava desde o início das discussões em torno dessa reforma. 

O desenho da reforma já está montado, mas convém aguardar o anúncio oficial. O Ministério da Defesa, por exemplo, é uma dessas incógnitas, uma vez que Lula tentará convencer o pernambucano José Múcio a permanecer no cargo. Na avaliação de Lula José Múcio tem feito um bom trabalho na pasta. Trata-se de um pacificador. José Múcio, por outro lado, considera que sua missão já teria sido cumprida e pretende permanecer mais tempo com a família. Não seria uma tarefa simples encontrar alguém com o perfil de José Múcio para indicar ao cargo. O sujeito também precisa ser bem aceito pela caserna. José Múcio não tinha arestas.

Outra mudança, essa talvez mais emblemática, é a substituição de Nísia Trindade no Ministério da Saúde.  Cogita-se a indicação de Alexandre Padilha para o cargo, função que já exerceu em governo anterior. Padilha poderia ser substituído por José Guimarães, do PT do Ceará, o que deixaria o caminho livre para Edinho Silva assumir a direção nacional do PT. Gleisi Hoffmann, que defende o nome de José Guimarães para a direção do PT, deverá assumir a Secretaria Geral da Presidência. Aqui Lula sugere ter dado uma força de amigo ao companheiro Edinho Silva. Limpou o terreno. 

Charge! Renato Aroeira via Facebook.

 


domingo, 2 de fevereiro de 2025

Editorial: Quer um conselho, Lula? Vá descansar.



Declarações do próprio Lula, antes mesmo de vencer as eleições presidenciais de 2022, já indicavam que ele pretendia descansar depois de concluído este terceiro mandato. Hoje lemos uma longa matéria no portal UOL a respeito do comportamento do presidente, que já não seria o mesmo dos mandatos anteriores. Hoje Lula prefere ficar mais reservado, evitando os contatos e articulações constantes com a base política de apoio e até mesmo da oposição, fato que ocorria com maior frequência no passado. Os churrascos já foram mais regulares no passado. E olha que não é por falta de picanha. 

O morubixaba tem chegado atrasado nas narrativas, onde deixou de ser o protagonista, o que o novo homem forte da comunicação do Planalto, Sidônio Palmeira, estaria tentando corrigir. O que ocorre, segundo os observadores, é que Lula já não tem aqueles interlocutores de outros tempos, capazes de dizer algumas verdades ao líder, algo que ele pudesse refletir a respeito, quiçá, reorientando algumas ações. José Dirceu cumpria bem este papel em tempos idos. Lula costumava ouvi-lo e considerava suas ponderações. Jaques Wagner hoje ainda mantém esta ascendência sobre Lula, mas está muito aquém do que já representou Dirceu no passado. 

Assim, Lula ficou meio que isolado, tomando decisões retardadas, como esta última em relação ao Pix, onde o próprio Sidônio preferia que ele tivesse feito o pronunciamento voltando atrás na medida, algo que acabou não ocorrendo, depois dos danos produzidos pela iniciativa da oposição. Lula já está com 79 e chega um momento em que a melhor coisa a fazer e se recolher aos aposentos. Estamos vivendo um momento muito cruel, onde predomina a mentira, o ódio e a barbárie. É inominável o que ocorreu com um torcedor do Sport Clube, aqui no Recife, espancado e vandalizado pelos torcedores do Santa Cruz. Quer um conselho? Vá descansar, Lula.    

Crônicas do Cotidiano: O massacre de Cuieira.



Não é incomum escritores não se sentirem plenamente satisfeitos com suas obras. Este comportamento é até positivo, na medida em que implica conceber o ato de escrever como um processo de aperfeiçoamento permanente. Grandes nomes da literatura podem ser elencados nesta categoria, a exemplo de Ernest Hemingway, Franz Kafka, Robert Walser. Este último, internado contra a sua vontade num hospital para tratamento de pessoas com transtornos nervosos, simplesmente se recusava a escrever. Quando instigado sobre o assunto, dizia que estava ali para ser louco. Alguns sugerem que Kafka não tinha realmente a intenção de queimar os seus livros, conforme recomendara ao seu amigo e biógrafo, Max Brod.  Se fosse esta realmente a sua intenção ele mesmo se encarregaria de atirar os livros na fogueira. 

No Brasil, há o caso emblemático do alagoano Graciliano Ramos, que nunca se sentiu plenamente satisfeito com o resultado do seu primeiro romance Caetés. Num desses momentos de fúria, o velho Graça até tentou se desfazer do único original do texto, recolhido às pressas por sua esposa, Rachel que Queiroz e Jorge Amado.  Quando escrevíamos o Menino de Vila Operária, nosso primeiro romance, já no término do texto, lembramos do massacre de Cuieira, ocorrido na cidade de Igarassu, perpetrado por uma autoridade policial de Abreu e Lima, que pertencia à época ao distrito de Paulista. O Massacre de Cuieira, como ficou conhecido o episódio, é um fato emblemático sobre as atrocidades cometidas contra as comunidades quilombolas e as religiões de matriz africana em Pernambuco, duramente perseguidas durante a vigência da Ditadura do Estado Novo. 

Fizemos uma ginástica danada para retomar o assunto, inventando um jogo de futebol do nosso glorioso Monte Castelo Futebol Clube e um time de várzea local, comandado por um líder comunitário que, durante a preleção nos fez referência a História da comunidade, hoje uma comunidade ribeirinha, que sobrevive da pesca e da agricultura de subsistência. Vencemos o jogo por 2x0, com dois golaços do Nego Tom, um craque de bola, simbolicamente proveniente de família descendente de escravizados de Palmares, na Zona da Mata Sul de Pernambucana. 

Nego Tom chegou à Vila Operária esquálido, com a barriga cheia de verminoses. Tratado com as garrafadas de Seu Severino e o leite das vacas de Dona Tile, logo ele estava arrasando nas peladas de final de tarde com os moleques locais. Jogava um bolão e tornou-se o nosso centroavante, praticamente jogando pelo time todo. Orgulhava a este editor dá os passes magistrais que, na pequena área, ele transformava em gols memoráveis. Numa dessas ocasiões, num jogo simbólico sobre todos os sentidos, entre o time da Vila Operária e o time da Companhia, numa inesquecível tarde de domingo, aplicamos uma goleadas de 4x0 no time da oligarquia industrial, resolvendo o conflito de classe dentro de campo. Na segunda-feira, a Vila amanheceu em festa. Ninguém foi trabalhar. 

Barbaridades inomináveis foram praticadas contra a Comunidade de Cuieira à época, sob um regime autoritário, com absoluta licenciosidade concedidas aos guardas de esquina. O que nos fez recordar deste assunto foi uma matéria\denúncia de entidades de terreiros do estado de Pernambuco, queixando-se de violações do direito sagrado de liberdade de práticas religiosas, numa afronta à Constituição Federal. Esperamos que as denúncias sejam rigorosamente apuradas, os responsáveis identificados e punidos. 


Editorial: Cenas de selvageria em Pernambuco.



Pernambuco amanhece hoje ocupando o primeiro lugar no Trending Topics da rede X. Uma pena que não seja por um motivo que possa nos orgulhar. O ranking foi obtido pela repercussão negativa das cenas de selvageria registradas no dia de ontem, que antecederam ao clássico entre o Santa Cruz e o Sport Clube. Antes do jogo, facções organizadas de ambas as torcidas - e assim que esses grupos estão sendo tratados nos redes sociais - se enfrentaram, promovendo um espetáculo deprimente. Já suspeitávamos que nos últimos anos descemos alguns degraus na escala civilizatória. O que ocorreu no dia de ontem apenas confirmam essas nossas suspeitas. Salvo melhor juízo, um dos torcedores do time adversário, depois de brutalmente espancado, foi vandalizado. Vários deles ainda estão internados sob cuidados médicos no Hospital da Restauração. 

Ao longo desses últimos anos enfrentamos uma erosão do edifício democrático, republicano e civilizatório. Alguns apontam essa polarização política como sendo um dos fatores que podem explicar este fenômeno. Não é improvável, num ambiente onde a mentira ou fake news passou a ser utilizada como arma política e  o ódio dá suporte a essas manifestações, ou seja, os adversários ou opositores passaram a ser tratados como inimigos que devem ser exterminados física ou simbolicamente. Lá atrás o sociólogo jamaicano, Stuart Hall, já advertia que os binômios são perniciosos, uma vez que a batalha só termina quando um dos polos destrói o outro. O ambiente social e político tornou-se turvo, cinzento, nublado, suscetível a essas ocorrências. 

Um outro fato observado é que ocorreram falhas clamorosas das instituições e do aparelho de Estado. Aliás, o aparelho de Estado, ao longo desses anos, vem perdendo a sua autoridade, posto que enlameados por práticas corruptas, corrompido pelo crime organizado e pelos grupos milicianos. O Estado tem se mostrado impotente para combatê-los, em função da conivência, infelizmente cada vez mais expressiva, de seus agentes. Esse debate não se aplica apenas ao Estado de Pernambuco. É um fenômeno mais generalizado, que envolve os grandes magnatas, as big techs  e a economia da atração. O aparelho de Estado foi aprisionado por esses grupos e hoje materializam seus interesses através dos prepostos eleitos com o seu dinheiro. Mundialmente, já sentimos os efeitos dos comandos que estão sendo dados ao Tio Sam. Aquela mesa repletas de decretos inseridos nas pastas pretas é de arrepiar.  

Charge! Jean Galvão via Folha de São Paulo.

 


Charge! Renato Aroeira via Facebook.